30 de julho de 2021

KPMG: 85% das empresas pesquisadas elaboram relatórios de sustentabilidade

Quase metade delas considera as mudanças climáticas como um risco para os negócios

 

Uma pesquisa realizada pela KPMG apontou que 85% das cem maiores companhias brasileiras que participaram do estudo elaboram relatórios de sustentabilidade. Além disso, 72% delas utilizam as normas da GRI (sigla em inglês, para Global Reporting Initiative, uma entidade internacional que define indicadores de performance meio ambiente, sociais e de governança ou ESG) e 33% declaram que se trata de um relatório integrado. Essas são as principais conclusões da 11ª edição do levantamento que tem como objetivo fornecer uma visão detalhada das tendências globais e trazer dados valiosos para lideranças das organizações sobre esse tema. 

“A preparação de relatorios sobre a performance ESG das empresas se tornou uma prática comum entre as grandes empresas e as listadas na bolsa de valores. Isso é muito bom para toda a sociedade e não o somente para investidores. Essas informações são as únicas e apresentam evidências sobre a performance da empresa de forma ampla, com dados aprovados por elas e muitas vezes auditados. Nos próximos anos, haverá uma aceleração desse processo em função da extensão da prática às cadeias de fornecedores e outras iniciativas. Hoje, as práticas de gestão ESG – que só podem ser confirmadas através desses relatórios – são uma forma de avaliar a qualidade da liderança das empresas. As empresas que ainda não publicam esses dados correm sério risco de perder competitividade, sobretudo, para as que atuam no mercado internacional, as que são parte de cadeias que demandam essas informações, as que buscam capital, as que têm marcas que se relacionam com consumidores, ou procuram reter talentos”, analisa a sócia líder de ESG, Nelmara Arbex. 

 

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):

O estudo apontou que, com relação ao fato de os relatórios da empresa comunicarem claramente os impactos positivos e negativos da empresa em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, 32% fazem isso de forma efetiva, 35% afirmaram que não. Quando questionados se o relatório da empresa identifica ODS que seriam mais relevantes para o negócio, quase metade (47%) disse que não se preocupa com esse fator e 38% disseram que sim. 

Já sobre quantos ODSs os relatórios da empresa identificam como relevantes para os negócios, 61% não responderam, 18% levam em consideração de cinco a nove objetivos, 14% de 10 a 15, 4% acima de 15 e 3% menos de cinco. 

 

Mudanças climáticas são um risco para os negócios:

  Quase metade (46%) dos entrevistados disse que o relatório financeiro anual ou o relatório integrado da empresa reconhece que as mudanças climáticas são um risco para os negócios enquanto 37% afirmaram que não. Quando questionados como a empresa relata os impactos potenciais dos riscos para os negócios relacionados ao clima no relatório financeiro anual ou integrado da empresa, 30% disseram que o documento traz uma descrição narrativa desses fatores e apenas 2% disseram que incluem modelagem dos impactos potenciais usando análise de cenário. 

“As mudanças climáticas e emissões vão permanecer no topo da lista de prioridades dos reguladores, investidores, governos e empresas durante os próximos anos. Em geral, está claro que os riscos financeiros inerentes às mudanças climáticas vinham sendo subestimados ou nem mesmo citados nos relatórios.  Isso não será mais possível. A maneira como essa questão é percebida e tratada pelas organizações é bem diferente daquela que prevalecia alguns anos atrás.  É muito bom para os negócios e para todos que boa parte das grandes empresas brasileiras está ciente dessas tendências e já busca se adequar às novas demandas”, finaliza a sócia.

 

Sobre o estudo:

A pesquisa da KPMG intitulada “Chegou a hora – Relatórios de Sustentabilidade 2020” analisou relatórios publicados entre julho de 2019 e junho do ano passado. Foram revisados relatórios de sustentabilidade de 5.200 empresas sediadas em 52 países e jurisdições, entre eles, o Brasil, com cem empresas participantes, sendo quatro delas elencadas entre as 250 maiores companhias analisadas no relatório.

Participaram do estudo brasileiro, as companhias brasileiras com receita entre 1 bilhão e 20 bilhões de dólares, de 25 setores da economia brasileira, entre eles, estão os seguintes: mineração; mídia; farmacêutico; engenharia industrial; materiais e construção; defesa e espaço aéreo; bens pessoais; bebidas; saúde; equipamentos elétricos e eletrônicos; transporte industrial; serviços financeiros; viagem e lazer; gás, água, telecomunicação móvel; óleo e gás; varejo; alimentos e medicamentos; automóveis e peças; químico; bancos. 

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