02 de agosto de 2019

Empresas convocam startups e pequenos empreendedores para criação de negócios de impacto social voltados para habitação

A ideia é ajudar a desenvolver um ecossistema saudável e que melhore a qualidade de vida de comunidades com moradias precárias ou vulneráveis com empresas comprometidas com a inovação e líderes na oferta de produtos e serviços ligados à alimentação, habitação e construção. Foi por isso que associados da Aberje BASF e Duratex, e também HM Engenharia, InterCement e Tetra Pak, sob consultoria para sustentabilidade Fundação Espaço ECO, organizaram-se em rede para compor o HousingPact. Iniciativa de impacto social, tem o propósito de atuar no desenvolvimento de pequenas empresas e startups com potencial e capacidade de oferecer produtos e serviços para habitação voltados a esse público.

Atualmente, mais de 12 milhões de pessoas vivem em comunidades vulneráveis, sendo que 89% deste total, cerca de 10,6 milhões, estão concentrados em grandes centros urbanos. Essa população, junta, é maior do que nove das dez capitais mais populosas do Brasil, como Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Manaus Curitiba, Recife, entre outras.

Dados indicam que 3,8 milhões dessa população querem empreender e que do total destes moradores, pelo menos, 3,4 milhões têm a intenção de investir na melhoria das suas moradias. Enquanto o déficit de moradias no Brasil chega a 6 milhões de domicílios, o número de habitações com condições precárias é muito maior, próximo a 11 milhões. Os dados são do Censo IBGE, PNAD, IPEA e Data Favela.

Com este cenário, o objetivo do HousingPact é melhorar as habitações de comunidades e impactar positivamente na experiência de moradia dessa população. Adicionalmente, o projeto também tem capacidade de potencializar a cadeia estendida ligada ao setor da habitação que, eventualmente, já faz parte da própria comunidade. 

Neste sentido, a parceria fomenta e implementa o ODS 17 – Objetivos do Desenvolvimento Sustável: Parcerias e Meios de Implementação; que fazem parte de uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em setembro de 2015 composta por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidas até 2030. Nesta agenda estão previstas ações mundiais nas áreas de erradicação da pobreza, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, entre outros.

Para isso, o HousingPact vai realizar a capacitação de empreendimentos locais da comunidade e de startups voltadas ao setor para criar ou ampliar uma gama de produtos e serviços que atendam às necessidades desse público, seja com crédito, reforma, construção, móveis, infraestrutura ou outras soluções desenvolvidas pelas startupse pelos pequenos negócios locais. Em três fases distintas ao longo de 2019, o HousingPact prevê investimento de cerca de R$ 1 milhão, que serão aplicados na seleção e aceleração de 15 startups e no desenvolvimento dos modelos de negócio.”O HousingPact é um negócio de grande impacto social e foi criado para atender a necessidade da população que hoje vive em moradias inadequadas e ainda enfrentam falta de infraestrutura. Estas condições agravam os problemas sociais, se tornando um desafio para grandes cidades. Organizadas em rede, as empresas participantes acreditam na geração de valor no setor da habitação, a partir da inovação e lógica de um mercado justo e inclusivo, apoiando negócios para uma demanda desatendida”, esclarece Carla Duprat, diretora do Instituto InterCement.

Entre a chamada pública para pequenas empresas, empreendedores e startups, aceleração dos selecionados e implementação, o projeto vai durar um ano e será realizado na comunidade do Jardim Ibirapuera, em São Paulo. A fim de identificar os temas voltados à jornada da habitação do morador de baixa renda local, a Fundação Espaço ECO realizará um Estudo de Percepção (HotSpot Analysis) que fará o diagnóstico das etapas que contemplam desde a construção e aquisição dos materiais, passando pela compra de equipamentos como eletrodomésticos, contratação de serviços e manutenção de áreas públicas.”Escolhemos essa comunidade, pois já identificamos em diagnóstico que há um ecossistema ativo, alimentado por oferta e demanda, e sustentado com uma rede de comércio, produtos validados e clientes”, afirma Giancarlo Tomazim, Gerente Estratégia Construção e CasaE – Casa de Ecoeficiência da BASF.

Segundo Luciana Alvarez, gerente de Sustentabilidade e Comunicação da Duratex, “o ecossistema brasileiro de construtechs cresceu muito nos últimos anos e temos, no País, diversas startups pensando em construções mais eficientes e buscando soluções para o futuro da moradia, o que está muito alinhado com o nosso propósito de oferecer Soluções para Melhor Viver. Acelerar, com um grupo de empresas, startups com esse foco de atuação será muito rico e transformador para todos os públicos envolvidos”.

PROGRAMA DE ACELERAÇÃO – A partir da chamada de pequenas empresas, empreendedores e startups serão selecionadas 15 empresas que passam para a fase de aceleração. As startups que se destacarem nos critérios de maturidade em gestão e potencial de impacto receberão um investimento denominado “semente”, para possibilitar a tração do negócio e consequentemente o aumento do impacto esperado.

Além disso, receberão um módulo de aceleração avançada e customizado as suas necessidades. Esta etapa inclui mentoria e programa de ensino imersivo em formato de workshop e atividades práticas, como intercâmbio com as equipes das empresas apoiadoras e desenvolvimento ou aprimoramento dos projetos, aplicados na prática com a comunidade.

A interação com as startups será realizada pela ImpactHub, uma organização brasileira conectada a uma rede global de empreendedores com o propósito de desenvolver soluções e negócios de transformação.

As empresas interessadas em participar devem preencher o formulário de inscrição pelo link www.housingpact.com até o dia 25 de agosto.

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