08 de julho de 2022

Aberje Trends 2022: Memória empresarial e mundo digital

Este foi o tema do último painel do Aberje Trends, evento que reuniu mais de 400 participantes

Este foi o tema do último painel do Aberje Trends, evento que reuniu mais de 400 participantes

Momento de crise econômica, pandemia e digitalização oferece grandes desafios às empresas que viram a necessidade de se comunicar com todos os seus públicos de um jeito novo. Os ensinamentos dessa época que podem apontar para uma tendência nos próximos anos foram debatidos durante a mesa Memória empresarial e mundo digital: como as organizações preservam sua cultura na era das mudanças ocorrida nesta quinta-feira (23) no último dia da 6ª edição do evento Aberje Trends, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

A mesa contou com a participação de Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje e professor titular da ECA/USP; Luiz Eduardo Serafim, head de Marca & Comunicação e Líder de Inovação da 3M; e Silvia Helena do Amaral, gerente de Relações Governamentais e Comunicação Corporativa da Sylvamo Brasil. A mediação foi feita por Rosana Miziara, Relações Institucionais do Museu da Pessoa.

Na oportunidade, Paulo Nassar fez alguns registros de memória afetiva e salientou que o tema da memória empresarial possui várias formas de se abordar. “A narrativa organiza a experiência do ser humano, ou de uma comunidade ou de uma instituição, no tempo e no espaço”, afirmou, acrescentando que a narrativa tem o poder de humanizar uma organização.

“Cada vez mais todos vão produzir histórias e conteúdos, não adianta a história ficar apenas nos livros. Nada impede que uma comunidade conte uma história sobre uma empresa em todas as plataformas que existem hoje”, argumentou Nassar. “Responsabilidade histórica é a convergência de todas as responsabilidades que uma empresa tem (comercial, ambiental, social, cultural etc.) em suas narrativas”, complementou.

Na ocasião, Silvia Helena do Amaral compartilhou o desafio que tiveram no ano passado durante o processo de transição dos negócios da International Paper. “No final de 2020, ficamos sabendo da separação. E como fazermos uma campanha de comunicação e manter nossos colaboradores engajados? Uma das primeiras informações foi que o nome da nova empresa seria Sylvamo”, contou.

“Nosso desafio era manter os cerca de três mil profissionais da empresa engajados, encantados, com orgulho e quebrar o estranhamento com o novo nome da empresa. Uma das primeiras ações foi entregar três mil kits para os colaboradores; buscamos um tom de ‘queremos construir com vocês um novo capítulo dessa história’, trazendo os colaboradores para esse momento de transformação. Quisemos deixar claro que nossos valores essenciais não iriam mudar, o que vai acontecer é uma evolução. Isso era o que pautava toda a comunicação”, disse. “No dia do lançamento, tínhamos o desafio de transmitir emoção de forma virtual para uma empresa de 60 anos. Alcançamos os resultados de manter nossos colaboradores engajados até hoje”.

Outro ponto destacado no painel, foi o de preservar a história com elementos novos. Para falar sobre memória, Eduardo Serafim trouxe uma frase de Paulinho da Viola: o meu tempo é hoje; eu não vivo no passado, mas o passado vive em mim. “Inovação é criar valor, é trabalhar o hoje para construir pontes para o futuro. Eu não posso viver de passado porque o mundo muda, as expectativas, a tecnologia, tudo muda”, destacou.

“Eu valorizo demais as histórias passadas, desde que a gente as atualize para o espírito do tempo. Temos que nos adaptar e transformar, incorporar novas coisas, desapegar de outras, mas uma boa parte da nossa história, a gente tem que cultivar para fortalecer a nossa criação do futuro”, acentuou. “Nós, profissionais de comunicação, podemos ajudar a contar de forma mais bacana, mas com autenticidade”, completou Serafim.

 

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