13 de fevereiro de 2019

Game para fisioterapia, impressão 3D de implante ósseo e nanossatélite para povoado indígena vencem prêmio da Pfizer

Acaba de sair a lista dos ganhadores do 4º Prêmio Desafio Pfizer, uma iniciativa que valoriza a inovação em saúde, em diferentes frentes, com apoio da consultoria empresarial Innovster. Na categoria “Sempre on Innovation” foram eleitos três vencedores, um em cada grupo de participantes: startups, inventores e universitários. Entre as jovens empresas o primeiro lugar coube à Bioprint, que propôs um serviço de impressão 3D de implantes ósseos bioabsorvíveis para animais. Já o arquiteto Marcelo Pirk levou o prêmio para inventores com um aplicativo de jogos digitais que estimulam o paciente a fazer fisioterapia a distância. A Pfizer é associada da Aberje.

O projeto do uso de um nanossatélite para melhorar a assistência em saúde à comunidade indígena do Alto do Xingu (Mato Grosso), concebido pela estudante Mônica Tiyoko Morioka Hashimoto, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi o vencedor entre os universitários que concorreram na categoria “Sempre on Innovation”. A iniciativa, que contou com a participação dos estudantes pela primeira vez, também trouxe nesta edição uma nova categoria, a “Sempre on Medical”, destinada a pesquisadores. Três tipos de trabalhos foram premiados: pesquisa epidemiológica, pesquisa básica e pesquisa clínica.

Um levantamento sobre assédio moral durante o curso de Medicina, de autoria da médica Ana Bresser Pereira Tokeshi, residente em Psiquiatria da Unifesp, foi o melhor colocado em pesquisa epidemiológica. Já em pesquisa clínica o destaque foi um trabalho do médico Davi Jorge Fontoura Solla, residente em Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que aprimorou uma classificação de riscos para avaliar a gravidade do traumatismo craniano. Entre os concorrentes em pesquisa básica o vencedor foi o médico Otávio de Melo Silva Junior, que analisou a ação de três tipos de medicamentos na redução da fibrose muscular (cicatriz) decorrente de lesões, em busca da alternativa mais eficaz.

PREMIAÇÃO – O 4º Prêmio Desafio Pfizer recebeu 234 inscrições, quase o dobro dos 132 concorrentes de 2017. A forte adesão reforça o sucesso da iniciativa e a vitalidade das jovens empresas de tecnologia voltadas à área da saúde, bem como a atuação consistente dos inventores e o protagonismo dos estudantes. “A Pfizer, que investe fortemente em pesquisa e desenvolvimento de opções terapêuticas inovadoras, está convencida da importância de impulsionar pesquisas e soluções originais de alta tecnologia que nos ajudem a compreender e a enfrentar os grandes desafios médicos da sociedade contemporânea”, diz a líder de Medicina Interna, Cynthia Mena.

Os três vencedores da categoria “Sempre on Innovation” receberão passagens aéreas e hospedagens para participar do SXSW Conference & Festivals 2019, um dos maiores eventos de inovação do mundo, que ocorrerá entre 7 e 13 de março, em Austin (EUA). Todos os finalistas (três por subcategoria) serão convidados a participar de uma semana de incubação em inovação e treinamentos, que contará com palestras, mentoria e workshops no Laboratório de Inovação na sede da Pfizer (Pfizer sempre on Lab), em São Paulo.

Os ganhadores em cada área da categoria “Sempre on Medical” receberão passagens aéreas e hospedagens para o HIMSS19 Global Conference & Exhibition, evento de tecnologia e inovações digitais para a saúde, que será realizado de 10 a 15 de fevereiro, em Orlando (EUA). Os segundos e terceiros colocados de cada um dos três grupos desta categoria receberão convites para participar de dois dias da HIMSS@Hospitalar 2019, um fórum de tecnologia aplicada à saúde, que ocorrerá entre 21 e 24 de maio, em São Paulo. Todos os finalistas poderão assistir a uma conferência de um dia no Laboratório de Inovação da Pfizer sobre gestão e boas práticas gerenciais na saúde, voltadas para o dia a dia do médico.

PROJETOS – Ao propor um serviço de customização e impressão 3D de implantes ósseos bioabsorvíveis para animais de pequeno porte, a startup Bioprint apostou em uma abordagem diferente de tratamento, pois a técnica evita a realização de uma segunda cirurgia, que seria necessária para a retirada de implantes convencionais. Com isso, é possível acelerar e reforçar a cicatrização óssea.

Vencedor entre os inventores, o arquiteto Marcelo Pirk apresenta o aplicativo Mobile Biofeedback, que possui um sensor para monitorar a atividade muscular do corpo e mostra ao paciente os movimentos do seu corpo. Para corrigir eventuais problemas detectados, o aplicativo propõe uma série de games que transformam a fisioterapia em um processo criativo e divertido, que pode ser executado em qualquer local.

A contribuição proposta pela estudante Mônica Tiyoko Morioka Hashimoto, do curso superior de Tecnologia, Informática e Saúde da Unifesp, extrapola o campo da saúde. A ideia é o uso de um nanossatélite de comunicação para aprimorar a assistência aos moradores do Parque Indígena do Alto do Xingu (Mato Grosso). O aparelho possibilitaria atividades de telemedicina e de tele-educação nas comunidades.

PESQUISAS – O trabalho sobre assédio moral durante o curso de Medicina, assinado pela médica Ana Bresser Pereira Tokeshi, trouxe dados importantes sobre esse universo. Realizada a partir das respostas de 181 residentes da Unifesp, a pesquisa indicou que mais de 40% dos participantes vivenciaram situações de violência verbal e 24% sofreram violência física. Além disso, quase um em cada cinco entrevistados (19,9%) relatou episódios de violência sexual. Outras queixas muito mencionadas estão ligadas ao bullying: 80% dos residentes se sentiram humilhados e 92,8% disseram que foram ignorados, isolados ou impossibilitados de manter um diálogo em algum momento.

No campo da pesquisa básica, o médico Otávio de Melo Silva Junior demonstrou a superioridade de uma medicação comumente usada para o tratamento de hipertensão e insuficiência cardíaca, a losartana, na redução da fibrose muscular (cicatriz) decorrente de lesões. O medicamento foi avaliado na comparação com um corticoide e um analgésico.

Ao aprimorar a classificação de riscos para a gravidade do traumatismo craniano, o médico Davi Jorge Fontoura Solla trouxe uma importante contribuição no campo da pesquisa clínica. Os novos critérios poderão auxiliar na realização de avaliações mais precisas sobre a probabilidade de morte do paciente durante a internação.

 

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