Lidercom Meeting debateu os novos papeis dos líderes de comunicação
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Qual é o papel dos diretores de comunicação em um mundo dividido? Foi essa a que pergunta que norteou o Lidercom Meeting, evento exclusivo que reuniu líderes da comunicação. O encontro aconteceu no dia 8 de novembro, no Hotel Pullman Vila Olímpia, na capital paulista. O Lidercom é uma iniciativa da Aberje que surgiu no começo de 2016, com o objetivo de criar um espaço de diálogo e relacionamento entre os altos dirigentes da comunicação empresarial. Desde então, o grupo se reuniu com líderes empresariais, como Richard Edelman, Roberto Setubal e José Luciano Penido.
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“Comunicação e viabilidade política são a chave. Esse governo só pode ser bem sucedido, se comunicar-se bem”, Raul Velloso
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No início do dia, Paulo Marinho, superintendente de Comunicação do Itaú e presidente do Conselho Deliberativo da Aberje, deu as boas-vindas ao grupo, com agradecimentos especiais pelo apoio da CCR, LATAM e Accor. A palestra magna contou com Raul Velloso, consultor econômico e colunista dos jornais O Estado de São Paulo e O Globo. Ele apresentou alguns pontos sobre a situação econômica no país, citando três questões que, para ele, são fundamentais: a primeira é a má atuação do setor público somada à aversão à iniciativa privada. O segundo ponto é a falta de um modelo econômico claro. Segundo o economista, foi a tentativa de mudar o modelo vigente que causou a grave crise no país. O terceiro ponto é o problema crônico da crise fiscal do Brasil. “Nosso déficit é uma coisa absurda. As fichas do governo atual estão na PEC para o teto dos gastos públicos e a reforma da previdência”.
Velloso afirma que houve uma falha de comunicação sobre a PEC do teto, cuja percepção foi justamente oposta ao que se pretendia com a emenda. “A beleza da PEC é sua simplicidade. A regra é simples: os gastos públicos não podem subir acima da inflação”. Entretanto, previdência, assistência social e pessoal – que compõem 70% dos gastos – tendem a crescer acima da inflação, devido a regras constitucionais existentes que conflitam com a PEC. Assim, obrigatoriamente, outros gastos teriam que crescer abaixo da inflação. Desses outros, saúde e educação seriam exceção, ou seja, não poderiam crescer abaixo da inflação. “O governo só pode dar certo se comunicar-se bem”, afirmou.
Outra questão que Velloso abordou foi em relação à viabilidade política para aprovar medidas. Não é porque a reforma da previdência é imprescindível para o sucesso da PEC que ela será aprovada, em uma lógica racional. “A boa qualidade técnica de uma política pública não importa tanto quanto a sua viabilidade política”, afirmou. “Portanto, a boa comunicação do governo é fundamental”.
Compliance e Comunicação
![Helcio Honda e Marta Dourado](https://www.aberje.com.br/wp-content/uploads/2016/11/Lidercom-Meeting-2.jpg)
A perspectiva jurídica do contexto brasileiro foi apresentada por Helcio Honda, diretor titular do Departamento Jurídico da Fiesp. Ele falou sobre a relação do poder judiciário com a comunicação. Para ele, os comitês de compliance são peças fundamentais nas empresas atualmente e as lideranças corporativas são ainda mais essenciais para que essas ações sejam colocadas em prática. De acordo com ele, em meio a essa crise política que o Brasil está passando, as empresas precisam passar por uma mudança de cultura, mas que “ela precisa ser plantada”.
“Nenhuma pergunta deve deixar de ser feita”, Gil Giardeli
![Adolfo Corujo](https://www.aberje.com.br/wp-content/uploads/2016/11/Lidercom-Meeting-3.jpg)
Para falar sobre a comunicação no universo dos CEOs, Adolfo Corujo, sócio e Diretor Geral Corporativo de Talento, Organização e Inovação da Llorente y Cuenca, apresentou o CEO2020. Esse é um projeto da Llorente y Cuenca que já foi colocado em prática na Espanha, que tem como propósito ser um “clube” de CEOs, um espaço de diálogo e colaboração, sobre os seus desafios, legados e trajetórias. O diagnóstico é que o CEO é uma figura que se sente muito solitária. Assim, um espaço em que ele possa compartilhar com pares as angústias e desafios, bom como as boas práticas, é muito positivo.
Também nessa ideia de inovação, Gil Giardelli, co-fundador da 5 ERA, mostrou como a comunicação e a economia estão lidando com as novas tecnologias e como essa “4ª Revolução Industrial” vem moldando a sociedade atual.
“O trabalho de PR consiste em 90% o que você faz e 10% o que você fala”, Roger Bolton citando Arthur Page
![Roger Bolton no Lidercom Meeting](https://www.aberje.com.br/wp-content/uploads/2016/11/Lidercom-Meeting-7.jpg)
Roger Bolton, presidente da Arthur W. Page Society, uma associação de relações públicas global que integra os diretores de comunicação representantes das maiores corporações do mundo, falou sobre o novo CCO em um mundo fragmentado. Ele citou os “princípios de Page”, que praticamente são os fundamentos da atividade de relações-públicas no mundo. Ele reforçou a ideia de tornar a Page um grupo verdadeiramente global, tentando atingir ao máximo regiões pouco representadas até então, como América Latina e Ásia. Outro ponto de grande destaque em sua fala, junto com o vice-presidente da associação, Bjorn Edwnd, foi a ideia de reformular a missão, valores e cultura de uma corporação a fim de que se adeque aos princípios da empresa. Para ele, a importância do CCO é fundamental nesse processo, ao lado de seu CEO. A empresa deve ter um propósito claro e comunicar isso a todos, especialmente o público interno.
![Malu Weber, Paula Bellizia, Luiz Lara](https://www.aberje.com.br/wp-content/uploads/2016/11/Lidercom-Meeting-8.jpg)
A última parte do encontro, “CEO Talks: Desafios de Comunicação” contou com a presença de Paula Bellizia, presidente da Microsoft no Brasil e Luiz Lara, CEO da agência Lew’LaraTDWA, com a mediação de Malu Weber, head global de Comunicação Corporativa e Marca Institucional da Votorantim Cimentos. Nessa conversa, Bellizia e Lara concordaram com a ideia de que hoje as empresas precisam ser gerenciadas por um novo modelo de CEOs, que deve ser aberto, ter um bom relacionamento com o seu público interno, e que também se posiciona com stakeholders externos, principalmente via redes sociais. Ambos destacam que aquela ideia de um presidente “que anda de helicóptero, tem motoristas e várias secretárias” já caiu, e que hoje não pode ser mais o perfil de um grande empresário.
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