09 de junho de 2016

Perguntas para construir diálogos poderosos

Costumo ser chamado para ajudar empresas enfrentando algum tipo de desafio que elas não conseguem resolver sozinhas – não muito diferente de um terapeuta a quem pedimos ajuda na hora de lidar com crises pessoais. Ou de um amigo.  Não importa a quem recorramos, o que queremos mesmo é resolver o problema que nos aflige. E esperamos que o outro faça isso por nós. Às vezes, até recebemos aquele conselho certeiro, mas, quando olhamos para o lado, nos percebemos de repente sozinhos com o conselho na mão. “O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso”, dizia Mario Quntana.

Se o problema é nosso, cabe a nós resolvê-lo. Além disso, a cada vez que alguém tenta resolver um problema que é nosso, ficamos um pouco mais fracos, impotentes, dependentes. Tanto é que terapeutas e consultores costumam ajudar seus clientes não lhes fornecendo respostas, mas fazendo perguntas. Eles trabalham para liberar a potência de seus clientes. Assim como fazem os bons amigos. Ou executivos de Comunicação, que já entenderam – ou ainda irão entender – que, num mundo onde todos são comunicadores, seu papel na organização não é mais o de oráculo, de Dr. Sabe Tudo, mas o de designer de fluxos de conversação. E uma ferramenta poderosa para construir e animar fluxos que ajudem a organização a se mover em sua jornada evolutiva é a pergunta. Sejam perguntas que tirem o outro da zona de conforto ou que justamente o coloquem lá – todo mundo precisa de paz e carinho de vez em quando -, fui colecionando perguntas que me ajudaram a me mover e ajudaram a pessoas e organizações a se moverem.

A intenção é ajudar o outro a identificar onde está a energia para fazer algo diferente, redirecionando sua atenção e, portanto, sua mente, seu corpo, suas emoções para o caminho da solução. O efeito imediato principal é o deslocamento da atenção fixa no problema, da vibe  do “ó vida, ó céus” para a atenção fixa na solução por meio da ampliação de perspectivas e exploração de novas possibilidades.

Aqui vão algumas perguntas que selecionei de nossa coleção na Corall especialmente para lhe ajudar a construir diálogos poderosos. Ou para você fazer sua parte na condução de reuniões mais efetivas. Algumas perguntas podem soar parecidas. Mas não são iguais. Cada pessoa – e organização – opera de maneira única. Você nunca sabe exatamente qual pergunta funcionará melhor em cada situação. Experimente-as com você mesmo, com sua equipe. Adapte-as. Recrie-as. Recombine-as. Construa sua própria lógica. Divirta-se. Aproveite. É um presente.

Perguntas para pedir permissão:

“Como eu lhe ajudo melhor?”

 “Nós podemos gastar mais alguns minutos gerando ideias sobre o assunto?”

“Eu quero entender mais o seu pensamento nesse tema, tudo bem falarmos mais agora?”

 “Eu tenho a impressão que você tem mais a dizer sobre isso, podemos ir um pouco mais fundo?”

Perguntas para estabelecer um bom objetivo:

“O que seria um bom resultado para essa conversa?”

“Qual tema ou questão podemos focar nessa conversa que mais vai nos permitir avançar/ crescer/ melhorar?”

“Como exatamente vamos saber que a conversa funcionou?”

“Se precisar interromper, como podemos fazer isso de uma forma respeitosa para os dois lados?”

Perguntas para entender o contexto:

“O que mais lhe incomoda hoje?”

“O que aconteceu? Quais são as preocupações?”

 “Onde esse problema ocorre com mais frequência?”

“Como você acha que cada um contribui para que esse problema aconteça?”

 “Você já experimentou esse problema/desafio antes? Como você lidou?”

 “O que você já fez para modificar esta situação e qual foi o efeito?”

“O que é diferente nas duas situações?”

“Como você imagina a possibilidade de evolução da organização nos próximos anos?”

“Entendo como isso seria bom para a companhia. E como será bom para você?”

“Além de aspectos culturais, há necessidade de fazer alguma mudança no hard (ambiente, rituais, estrutura, papéis, processos, indicadores, etc.)?”

Perguntas para expandir perspectivas:

 “Como o(s) outro(s) envolvido(s) percebe(m) essa situação?”

“Se ele(s) estivesse(m) aqui, o que ele(s) diria(m)? Como descreveria(m) a questão? O que ele(s) sugeriria(m)?”

“Quais podem ser as semelhanças e as diferenças entre os vários pontos de vista?”

“Qual ou quais as principais necessidades do(s) outro(s)?”

 “Aonde você percebe que esse problema não aparece?”

“Quando o problema não acontece, quais os padrões que você consegue identificar?”

Perguntas para expandir possibilidades:

“Qual é o seu sonho em relação a esse tema?”

 “Se eu perguntasse para o seu time, o que eles esperam que você faça diferente no futuro?”

 “O que eles vão fazer depois que o problema passar que é diferente do que fazem hoje?”

“Quem você conhece que passou por dificuldade similar e conseguiu superar ou achar uma boa solução? O que essa pessoa fez?”

“Quem na organização pode ensinar como fazer funcionar?”

 “Quão importante é para você fazer essa mudança?”

“Quais são suas maiores prioridades agora?”

Perguntas para visualizar a solução:

“Qual futuro você gostaria de construir?”

“Como você poderia expandir os interesses pessoais e compartilhados a partir de uma nova perspectiva?”

“Onde na sua vida você já fez algo parecido?”

 “Quais mudanças as novas possibilidades produziriam?”

“De que forma o time vai se beneficiar com as novas possibilidades? E quem mais se beneficiaria e como?”

“Onde o futuro/esta solução já está acontecendo?”

Perguntas para refletir sobre aprendizados:

“Posso fazer algumas perguntas para ajudá-lo a identificar os seus aprendizados nessa experiência?”

 “Há algo de novo que você observa agora sobre a experiência que você viveu?”

“O que está melhor?”

“Como você percebeu que ficou melhor?”

“Quem já percebeu a diferença? Como ele(s) sabe(m) que ficou melhor?”

 “De tudo que você aprendeu, o que você acredita que foi o mais importante?”

 “Com qual propósito que você se conectou para conseguir essa façanha?”

“O que você leva dessa experiência?”

 “Qual foi o recurso/ força/ talento que esteve presente com você?”

“Algo te chamou a atenção, te surpreendeu?”

 “Qual foi o preço?”

 “O que você descobriu que é essencial? E do que você pode abrir mão?”

“O que precisamos compartilhar desse aprendizado e com quem?”

Perguntas para continuar evoluindo

“Pensando numa escala de 1 a 10,  onde 10 é o sonho, onde você está agora?”

 “Quais são as novas perguntas, dúvidas e incertezas?”

“Que novas possibilidades surgiram?”

“Onde e como você quer atuar agora? Ainda precisa fazer algo? Precisa falar? Precisa ouvir?”

“O que você pensa ser um bom próximo passo?”

“Quais as novas habilidades que o próximo passo vai exigir de você?”

 “Quem pode ajudar a implementar as novas iniciativas? Quem mais precisa ser envolvido e/ou informado?”

 “O que você já aprendeu que pode ser útil para as novas iniciativas?”

 “Como você vai saber que está funcionando? Como vamos medir nossos avanços?”

Perguntas finais:

“A quem você precisa agradecer?”

“Precisa se desculpar com alguém?”

 “O que mais você pode fazer para ajudar essa transformação?”

“Como você pode celebrar?”

 

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