Leandro Narloch leva ideias do Manifesto Eco-modernista ao Lab de Comunicação Agro
O colunista da revista Crusoé e autor do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, Leandro Narloch, afirmou durante a sua participação no Lab de Comunicação para o Agronegócio Aberje/Abag, realizado no início de setembro, que está criando um instituto com o objetivo de difundir as ideias do Manifesto Eco-modernista no Brasil.
O Manifesto Eco-modernista, lançado em 2015 por acadêmicos e ambientalistas britânicos e americanos, tem como ideal intensificar as atividades humanas como a agricultura, geração de energia e manejo florestal, com o objetivo de usar menos terras e causar um impacto menor ao meio ambiente. Segundo ele, esta seria a chave para dissociar o desenvolvimento humano do impacto ambiental.
Narloch diz que atividades intensivas ocupam menos espaços de terra, fazendo com que sobrem locais para outras espécies, além de emitirem menos carbono, possibilitando a estabilização do clima. Muito diferente da agricultura de subsistência e de muitas formas de energia renovável, que apesar de agredirem menos o ambiente, exigem mais terra e mais recursos, não deixando espaço de terra para a natureza e levando mais rapidamente ao colapso ambiental.
Para equilibrar a produtividade e consumo com a preservação do meio ambiente, os ambientalistas do manifesto afirmam que a palavra chave para isto, é decoupling – em inglês, significa dissociação. “Na maior parte da história humana, se quiséssemos comer carne ou consumir, precisaríamos devastar. De repente, com o aumento da produtividade, começamos a dissociar isso, conseguimos consumir mais, tendo produtividade e o uso de recursos não aumentava tanto quanto o bem estar. E como se faz essa dissociação? Através da tecnologia, da inovação”, afirma Narloch.
Segundo o escritor, muito se fala nos debates sobre comunicação no agronegócio sobre a compatibilidade do agronegócio e da ciência com o desenvolvimento, mas uma coisa seria inquestionável: desenvolvimento é necessário para preservação, sem desenvolvimento não há preservação. “Um exemplo de como a tecnologia e a inovação ajudam nesse processo é o surgimento dos fertilizantes. Com eles, conseguimos fazer o decoupling, conseguimos produzir mais com cada vez menos recursos e com cada vez menos impacto”, explica.
“Desde 1980, a produção de arroz no Brasil aumentou 43 %, mas a área destinada ao plantio caiu 70%. Ainda mais impressionante, é a colheita do milho, que quase quintuplicou, enquanto a área de cultivo só aumentou 40%, evitando a ocupação de uma área mais ou menos do tamanho da Califórnia ou então de Rondônia e do Acre, juntos”, afirma.
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