05 de novembro de 2022

Web Summit promete Twitter mais livre e Apple engajada

Publicado originalmente no Metrópoles, em 01/11/2022 por Tomás Adam

Primeira noite do maior evento global de transformação digital contou ainda com primeira-dama ucraniana como convidada surpresa

Com discursos sobre liberdade de expressão, regulação, propósito de marcas e limites da tecnologia, a Web Summit iniciou sua edição de 2022 esperando bater um recorde de participação. O maior evento global sobre transformação digital espera receber cerca de 100 mil pessoas em Lisboa — reunindo empreendedores, investidores, jornalistas e autoridades.

O número e a velocidade na venda dos ingressos comprovou como o encontro teve sucesso em se recuperar das consequências da pandemia. Por outro lado, o primeiro dia foi marcado por alguns contratempos: além da fila quilométrica para entrar na Altice Arena, o incidente com uma caixa de som atrasou em quase uma hora as palestras no palco principal.

A mais marcante delas foi a do CEO da Binance, Chanpeng Zhao. Após ter investido meio bilhão de dólares na compra do Twitter, o executivo tratou de pontos polêmicos sobre a plataforma, como o papel de Elon Musk e os limites impostos aos usuários.

“O Twitter é uma ‘praça global’. É uma plataforma de liberdade de expressão, e essa é a principal razão por termos investido nela”, reforçou. Além de projetar uma rede social mais livre, Zhao confia no potencial de Musk em implantar inovações. “Um dos maiores problemas do Twitter é não ter adicionado muitos recursos nos últimos anos. Isso com certeza vai mudar a partir de agora. Seremos muito mais rápidos.”

Tecnologia como propósito

Como em edições anteriores, a Web Summit deve destacar a pauta das mudanças climáticas e das energias renováveis — tema que vem preocupando uma Europa mergulhada na crise do gás. Vice-presidente de Meio Ambiente, Políticas e Iniciativas Sociais da Apple, Lisa Jackson reafirmou o compromisso da empresa em garantir que toda sua cadeia de mantimentos seja 100% neutra em carbono até 2030. “Todo o trabalho que fazemos precisa ter o propósito como base. Ele é a razão de existirmos, é o que nos move”, disse.

A surpresa do dia ficou para o final: a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, encerrou a programação criticando o uso da tecnologia na guerra. “A Rússia coloca a tecnologia a serviço do terror”, mencionando o uso de drones como arma na guerra. “Acredito que a inovação deve ser usada para ajudar pessoas, e não para destruir. Creio que esse é o futuro — e se não for assim, simplesmente não haverá um futuro à nossa frente”, finalizou.

 

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