19 de setembro de 2023

Transição energética foi tema de primeiro Lab de Comunicação para a Energia da Aberje

Evento foi realizado na Aberje, em parceria com a ENGIE Brasil

A comunicação no setor de energia no Brasil desempenha um papel fundamental na operação, regulação e desenvolvimento desse setor crucial para a economia do país. Pensando nisso, a Aberje, em parceria com a ENGIE Brasil, promoveu o primeiro Lab de Comunicação para a Energia. O evento, realizado no dia 12 de setembro, na sede da associação, trouxe à discussão o tema “Desafios na Comunicação da Transição Energética”. 

Participaram do encontro, Karina Howlett, coordenadora de Comunicação Corporativa da ENGIE Brasil; Thaís Cordeiro, analista de Comunicação Corporativa e Social Media da ENGIE Brasil; Bruno Costa, sócio-fundador e diretor de Estratégia de Dados da Barões Digital Publishing e Vico Benevides, cofundador e CCO da Asia. A mediação ficou a cargo de Leandro Provedel, gerente de Branding e Comunicação Corporativa da ENGIE Brasil.

Ao abordar o tema transversal da ENGIE globalmente no Brasil, a transição energética, Leandro Provedel, ressaltou a diferença que o setor elétrico faz na vida de empresas de outros setores. “A nossa eficiência energética permite que outras empresas também atinjam seus objetivos, mas a descarbonização da economia não é algo que o setor elétrico deve fazer sozinho, mas a sociedade como um todo, até porque temos a felicidade de viver num país de matriz super-renovável, cerca 85% da energia brasileira é renovável, ou seja, o problema de emissões no Brasil não está no setor elétrico”, ponderou, acrescentando que o objetivo da ENGIE global é atingir o net zero em carbono até 2045. 

Da esq. p/a direita: Bruno Costa, Vico Benevides, Leandro Provedel, Karina Howlett e Thaís Cordeiro

“Nosso propósito é acelerar a transição para uma economia neutra em carbono por meio do consumo reduzido de energia e soluções mais sustentáveis. Isso é inspirador, mas é o suficiente para engajar colaboradores, clientes e toda uma cadeia de recursos suficientes que também tem que fazer seu trabalho de descarbonização? A questão é engajar. O desafio de todos nós em comunicação é engajar”, frisou o executivo.

Para isso, de acordo com Provedel, é preciso considerar a gestão de conteúdo, a definição de audiência, a escolha de canais e a distribuição. “Gestão de conteúdo porque o conteúdo é uma das partes centrais e das estratégias de comunicação da rede, definição de audiência porque não dá pra falar sobre isso com todo mundo do mesmo jeito, escolhas de canais para atingir públicos diferentes em momentos diferentes e distribuição para definir onde se quer chegar e quem se quer atingir”, explicou. “E, por fim, engajar. A gente acredita que só vamos engajar a sociedade  – nossos clientes, fornecedores e colaboradores – nesse propósito, se tivermos uma interação frequente e se formos coerentes e consistentes com o que fazemos”, completou.

Engajando e educando a audiência

Na ocasião, Karina Howlett abordou como a empresa trabalha a gestão de conteúdo. “Temos como premissa comunicar, informar, educar e engajar as nossas audiências sobre a transição energética e temas relacionados a ela, oferecendo informação relevante, qualificada e estratégica para um público muito diverso. Isso é feito através de um portfólio diverso de plataformas de comunicação”, contou.

Uma dessas plataformas é o hub de conteúdo proprietário “Além da Energia”, um processo estruturado para a geração e gestão de conteúdo interno e externo, que conta com a chancela da companhia. “Existe uma enormidade de temas na internet sobre energia, trânsito energético, sustentabilidade, mudanças climáticas… Mas, nós entendemos que faltava um espaço onde tudo isso tivesse a chancela da ENGIE. O ‘Além da Energia’ funciona também como uma grande curadoria do que está na internet, que também ajuda no combate a fake news, a que o setor elétrico também é vítima”, explicou, ressaltando que a plataforma já acumula 3,5 milhões de usuários únicos desde o seu lançamento em 2020, e que registra cerca de 130 mil usuários por mês.

Karina ressaltou que o hub de conteúdo e outros canais de comunicação da companhia como o website, o podcast, a newsletter corporativa e as redes sociais são todos integrados entre si por meio de links e chamadas. “Tudo se conversa e isso faz a diferença e acaba potencializando muito o resultado de cada uma dessas plataformas”, completou.

O papel das redes sociais

As redes sociais desempenham um papel significativo na democratização das informações sobre a transição energética e têm o potencial de influenciar na conscientização pública e nas ações relacionadas à energia sustentável. Ao falar sobre o assunto, Thaís Cordeiro, enfatizou o conceito de ‘transição justa’: garantir que a ação climática global e local proteja o planeta, as pessoas e o planeta. 

“E onde essas pessoas estão? Nas redes sociais. O Brasil é o terceiro país do mundo que mais utiliza as redes sociais. A ENGIE possui 570 mil seguidores em todas as suas redes. O papel que a gente se propõe a fazer nas redes sociais é gerar um diálogo e uma conversa sobre transição energética, temos uma taxa de engajamento bem expressiva e conseguimos trazer debates bem interessantes”, comentou.

Todas as matérias e informações publicadas nos canais de comunicação da empresa vão para as redes sociais, assim como divulgação de eventos. “Estamos sempre testando diversos formatos, já que os algoritmos mudam o tempo inteiro, para verificar quais funcionam melhor em termos de engajamento”, revelou Thaís.

Uma nova sociedade da informação

Em seguida, Bruno Costa, da Barões, compartilhou uma estratégia de comunicação que se encaixa para empresas de qualquer setor do mercado, nessa nova sociedade da informação, como ele mesmo disse. “Nós, da Barões, ajudamos empresas maduras, normalmente líderes em seus setores de atuação, a se posicionarem como publishers, como produtores de conteúdo”.

Ele comentou que, ao planejar a estratégia de comunicação de uma empresa, percebe-se a possibilidade de potencializar as ações que ela já possui. “O brand publishing, que atua na questão de mídia proprietária, é uma estratégia de comunicação que torna uma marca dona de seu próprio canal de mídia, deixando de depender ou reduzindo a sua dependência de veículos tradicionais para se comunicar diretamente com seu público, dentro de sua própria plataforma”, explicou.

Segundo Costa, entre os fatores que fazem com que as marcas se tornem publishers estão: (1) a transição midiática, com domínio do digital e do mobile, da sociedade da informação e da queda da sociedade do espetáculo, de grandes propagandas, “a sociedade precisa ser informada e não mais convencida”; (2) a reputação das empresas é record, com a queda de confiança da mídia, homens e governos, “as pessoas esperam, cada vez mais , o posicionamento das empresas”; (3) infodemia, conteúdos sintéticos e conteúdos artificiais “tudo isso leva ao retorno da proeminência dos publishers e (4) movimento inédito na história da comunicação de privacidade do LGBT+, GPDR “que faz com que as marcas precisem criar seus próprios portais para ter acesso aos dados das pessoas”, explicou.

Quanto ao retorno de estratégia de comunicação, prosseguiu o executivo, o brand publishing agrega valor à credibilidade da empresa tanto em termos de reputação quanto de geração de negócios.

Vico Benevides, da agência Asia, trouxe a importância da relevância na criação de uma marca, seja no brand publishing, seja na sua comunicação. Em sua visão, o consumidor só cria uma conexão com uma marca ou um tema quando tem relação direta com a sua vida. “Entendemos que, por causa da abertura do mercado livre, mesmo marcas que antes trabalhavam o B2B precisam, cada vez mais, se posicionar como um B2C”, acentuou.

Em sua visão, apesar de a energia estar presente no dia a dia de todos, de modo geral as pessoas não têm a percepção do que é energia renovável e do que não é. “É um segmento muito autocentrado com códigos, linguagem e conteúdos muito semelhantes e temas genéricos para a vida das pessoas. É preciso que as empresas saiam do racional e do técnico e sigam para o emocional e o humano para que seja criada uma relevância de marca”, frisou.

Muitas vezes, um tema parece distante da vida das pessoas. Benevides explicou que para criar relevância de marca é necessário estabelecer uma conexão verdadeira e humana. “As pessoas não vão lembrar o que você falou, as pessoas não vão lembrar o que você fez, mas nunca vão esquecer de como você as fez sentir”, finalizou o executivo.

Assista à live na íntegra: 

https://www.youtube.com/watch?v=wm_sWUa_N84&t=4s

 

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