09 de novembro de 2022

Lab de Comunicação para o Agronegócio aborda a importância do ESG no setor

“Como a Agenda ESG pode ajudar o Agronegócio Brasileiro” foi tema de encontro entre especialistas e comunicadores
Nicholas Vital

A 12ª edição do Lab de Comunicação para o Agronegócio da Aberje reuniu, no dia 7 de novembro, especialistas em Comunicação e ESG para discutir como a agenda ESG pode ajudar o agronegócio brasileiro. Participaram do encontro a diretora de Comunicação da Cargill na América do Sul, Eliane Uchoa; o Head de Carbono da UPL Brasil, Rogério Melo; e o CEO da consultoria Ideia Sustentável e da Plataforma Liderança com Valores, Ricardo Voltolini. A mediação foi feita pelo jornalista Nicholas Vital, diretor da ABMR&A.

De acordo com Ricardo Voltolini, 49% das emissões brutas de gases de efeito estufa no Brasil vem do uso da terra. “Como praticar menos intensiva no uso de recursos naturais e menos intensiva em emissões de carbono é o caminho. Um caminho que, até pouco tempo, não parecia ter cruzado com o caminho das empresas de agro. Numa perspectiva de risco, o agro afeta e é afetado”, disse. “O Brasil assumiu um compromisso importantíssimo na última COP 26 de reduzir em 50% as emissões de gás de efeito estufa até 2030 e, como todo resto do mundo, neutralizar Carbono até 2050”, exemplificou.

Ricardo Voltolini

Na oportunidade, Eliane Uchoa, da Cargill, contou como tem sido o desafio de comunicar o ESG tanto internamente quanto para o público externo. “Temos que trabalhar de forma integrada com todos os elos da cadeia e a Comunicação tem um papel fundamental nisso”, salientou..

A Cargill tem 150 anos de existência e no Brasil opera desde a década de 1960. É a maior empresa do agro brasileiro. “Temos a responsabilidade de contribuir para que isso aconteça de forma integrada. A Comunicação não pode ser deslocada da estratégia do negócio, já vínhamos fazendo um trabalho interno muito bom no sentido de evoluir nas questões de ESG, melhorar as métricas dos negócios e trabalhar para a descarbonização. 

“A voz da Comunicação tem que ser ouvida dentro das organizações. Na Cargill temos a oportunidade de debater a estratégia da empresa e a Comunicação tem abertura dentro da companhia para adicionar valor a essa estratégia. Muitas iniciativas que as companhias fazem, por vezes são mal interpretadas por falta de comunicação”, frisou Eliane.

Eliane Uchoa

O ESG é uma enorme oportunidade para a melhoria da Comunicação, na opinião de Rogério Melo, da UPL. “Um debate como este não ocorreria há 20 anos. Isso demonstra o quanto a sociedade tem amadurecido, o quanto hoje há espaço para trazer, através de fatos e dados, uma visão um pouco melhor posicionada do agronegócio brasileiro”, comentou. “A proposta da UPL de reimaginar a sustentabilidade do agronegócio passa muito por isso. A segurança alimentar em âmbito global foi construída em torno do esforço de agricultores e de uma visão inovadora de toda a indústria que o apoiou”. 

“Especificamente em relação aos defensivos agrícolas, houve um período em que a indústria se lastreou fortemente em defensivos químicos, sobre os quais há uma enorme quantidade de produção científica atestando a qualidade e segurança deles, à medida que são utilizados da maneira correta”, argumentou o executivo. ”A Comunicação da UPL está muito direcionada a sustentar a aceleração da biosolução na agricultura, que proporciona um nível de eficiência, com relação às emissões, muito grande”, complementou Melo.

Rogério Melo

Para Voltolini, se não há estratégia, não há ESG. “Ações pontuais não valem para esse jogo. Para chegar no estágio de ESG é preciso que esteja na estratégia. Para estar na estratégia, é preciso ter objetivos, metas e métricas muito claras, além de um monitoramento nos diferentes temas de E, de S e de G”, destacou. “Esse é um ponto que faz toda a diferença na Comunicação: ao invés de comunicar uma ação pontual, se comunica uma ação como parte de uma estratégia, de um compromisso público da empresa com os temas”, argumentou o especialista.

Assista à live na íntegra: 

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