17 de novembro de 2022

Última reunião do Comitê Aberje de Comunicação e Engajamento em ESG relembra temas debatidos ao longo do ano

Encontro reuniu comunicadores de diferentes setores do mercado

A última reunião do ano do Comitê Aberje de Comunicação e Engajamento em ESG reuniu comunicadores de diversos segmentos do mercado no dia 9 de novembro. A comunicadora Tatiana Maia Lins, sócia da Makemake Consultoria, conduziu o bate-papo que trouxe à tona os temas debatidos ao longo do ano.

Ao falar como se dá a comunicação e o engajamento em ESG nos variados segmentos do mercado, a coordenadora de Sustentabilidade da Ultracargo, Rachel Ávila, contou que a companhia fez um letramento com os colaboradores através de uma ferramenta digital para facilitar a comunicação. “Já tínhamos um movimento de construção de metas de sustentabilidade, começando a falar com as pessoas sobre o papel delas nos compromissos da companhia”, disse. “Todas as conquistas que tivemos — selos, premiações, menções – sempre associávamos ao tema ESG. Todos podem praticar a sustentabilidade no seu dia a dia, em tomadas de decisão, em projetos etc”, completou.

O sócio-diretor de estratégia da Supera Comunicação, José Luis Ovando, acrescentou um olhar diferente, de parceiro como agência de comunicação. “Nós temos a possibilidade de atender empresas de diferentes segmentos, desde startups com 150 pessoas até empresas com 80 mil colaboradores e, de fato, este é o tema mais relevante em comunicação interna”, frisou.

“Tem muita gente aprendendo. Eu diria até que há um letramento da área de comunicação. Muitos analistas têm uma ideia superficial de todas as potencialidades que se abrem como oportunidades para a gente prestar serviço e de entregarmos o nosso melhor, com algo que tem grande importância”, disse.

Em sua visão, há alguns desafios que sempre existem e que são recorrentes quando se faz um plano de comunicação. “Em princípio, é um tema muito complexo para o público de produção, por exemplo, que não tem o mesmo nível educacional que nós tivemos, então é difícil esse entendimento; esse ajuste da linguagem das campanhas é muito complexo. Cada vez mais, a gente tenta fazer uma comunicação segmentada para despertar o real interesse”, contou Ovando.

A coordenadora de ESG da State Grid Brazil Holding, Anne Luise de Amorim contou que a área de comunicação da empresa criou um selo específico para o ESG para trazer a ideia de que permeia toda a organização. “Toda vez que a gente traz um tema relacionado ao ESG, colocamos o selo e destacamos qual dos três pilares está relacionado ao tema”, explicou. “Assim o pessoal começa a perceber que o ESG está no dia a dia e em todas as áreas”.

A sócia-diretora de Atendimento da Stella Comunicação, Ciça Vallerio, reforçou a importância da tradução do tema ESG. “É um tema realmente complexo, acho que o grande desafio da comunicação é levar o entendimento desse tema para toda a empresa”.  

Estar engajado ao tema ESG é fundamental. “Todas as crises que as empresas passam são crises nesses pilares de E, S e G. Então o engajamento é importante por ser a maior prevenção para uma crise. Uma gestão de crise é sempre muito mais cara do que a prevenção. O engajamento é uma forma de gerenciar risco e de fortalecer a cultura”, lembrou Tatiana. “Eu acrescentaria que é uma forma de fazer com que a empresa se comprometa com essas metas publicamente. O engajamento é trazer todas as áreas para esse compromisso”, complementou Anne.

E quais as premissas essenciais para se trabalhar com a defesa do ESG em qualquer organização? Para Rachel, é que haja uma liderança engajada. Na opinião de Ovando, além da liderança engajada é preciso definir os porta-vozes de uma empresa. “Esses porta-vozes não precisam ser, necessariamente, líderes, mas pessoas que sejam representativas dentro e fora da organização”, disse.

O consultor master associado da Makemake, Eduardo Murad, destacou um ponto interessante sobre liderança. “Tenho a impressão de que a liderança informal tem um poder de influência efetivo. Percebo que as lideranças informais promovem uma troca mais orgânica e mais horizontal e esse engajamento acelera processos”, colocou. “Uma coisa que me chama atenção é que a gente associou, ao longo do caminho, a sustentabilidade como só a parte ambiental e não é. A questão do letramento é muito importante”.

O conceito de ESG já está presente na maioria das organizações e não é uma coisa do futuro, salientam os comunicadores. “As empresas estão sendo muito pressionadas a aprovarem as suas contribuições. Com o enfraquecimento da confiança nos governos ou a própria imprensa, em razão de fake news, é uma cobrança exagerada, mas cabe às organizações darem as suas respostas. Precisa ser para agora com um olhar para o futuro. Já estamos atrasados. É uma construção que precisa ser acelerada”, concluiu Ovando. 

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