
O que acontece no percurso entre a sede das organizações e as repartições públicas explica grande parte dos desafios institucionais das empresas e dos setores produtivos. Esse espaço nada mais é que a sociedade, na qual estão os eleitores que elegem os congressistas, os formadores de opinião que influenciam os integrantes do Judiciário e líderes da administração pública e as organizações não-governamentais que fazem advocacy sobre os assuntos de relevância.
Quem enfrenta desafios para comunicar aos seus públicos de interesse o que é sua contribuição social possui a grande probabilidade de ver esses desafios reproduzidos no diálogo com o Estado. Saber apresentar compromissos sobre integridade, diversidade, antirracismo, neutralização de pegada de carbono e redução das desigualdades, para ficarmos apenas nesses exemplos relevantes, pode ser um fator crítico para a proteção aos negócios.
Percepções cristalizadas na opinião pública podem se converter em projetos de lei que não se aplicam à dinâmica da atividade econômica, em decisões judiciais que se contrapõem à segurança da atividade econômica ou em políticas públicas que impedem o pleno desenvolvimento dos setores econômicos de um país. Na expectativa de abordar um problema, o agente público pode causar impactos não-previstos para empresas dos mais diferentes portes.
Cabe às organizações a capacidade de dialogar com a diversidade de públicos e opiniões, sabendo criar conversas que não se limitem às bolhas mais predispostas a compreender sua realidade e contribuição. Diálogo esse que também pressupõe a capacidade de escuta sobre as expectativas dos interlocutores, podendo assim identificar oportunidades de uma contribuição efetiva e genuína, capazes de gerar valor.
Muitos desses desafios se explicam pelas informações limitadas com que a sociedade conta sobre a iniciativa privada. A opinião pública muitas vezes se forma a partir da cobertura de determinadas empresas com presença nos espaços jornalísticos e publicitários. Em alguns casos, as percepções sobre um determinado setor influenciam a percepção sobre outros, criando ruídos que exigem estratégia para serem solucionados.
Diante deste cenário, as organizações não podem apenas lamentar a desinformação. Apenas a partir da comunicação proativa e desintermediada a sociedade terá a oportunidade de formar uma percepção mais próxima à realidade sobre os mais diversos atores econômicos.
O diálogo do setor privado com a sociedade é fator determinante para ampliar a competitividade dos setores produtivos, criando condições para o desenvolvimento econômico, a geração de empregos e a redução das desigualdades.
Destaques
- COP30 exige nova cultura comunicacional, defendem executivos da Aberje em artigo no Anuário da Comunicação Corporativa
- Turmas de Jornalismo da UEL recebem diretor de capítulo Aberje Brasília para Roda de Conversa
- Em artigo no Valor Investe, Sonia Consiglio analisa papel da comunicação na COP30 e destaca pesquisa da Aberje
- Oficina Consultoria apresenta relatório com tendências para a comunicação empresarial, com apoio da Aberje
- Aberje lança carta com diretrizes para comunicadores por ocasião da COP30
ARTIGOS E COLUNAS
Paulo Nassar COP30: Comunicação como herança, consciência e potência políticaCarlos Parente A comunicação que transcendePablo Assolini Nem conteúdo demais, nem de menos: qual o ponto de equilíbrio entre visibilidade e relevância?Rizzo Miranda ESG, COP30 e D&I: os antídotos para sua reputação em tempos de incertezasLeila Gasparindo Construir uma Marca Empregadora é missão conjunta de Comunicação, Marketing e RH