13 de maio de 2020

Vale avança na agenda do clima e anuncia US$ 2 bi para reduzir emissões de carbono nos próximos 10 anos

A Vale, empresa associada da Aberje, irá investir ao menos US$ 2 bilhões para reduzir em 33% suas emissões absolutas diretas e indiretas (escopos 1 e 2) até 2030. As emissões diretas são provenientes de operações próprias e as indiretas, de origem externa usadas no processo produtivo, como o consumo de energia elétrica. A meta está alinhada com o Acordo de Paris, que estabeleceu um limite máximo de aumento da temperatura média global de 2ºC até 2100.

O valor do investimento, já previsto no guidance de Capex da Vale nos próximos anos, é o maior já comprometido pela indústria da mineração para o combate às mudanças climáticas. Com a iniciativa, a Vale pretende se transformar em uma empresa com emissão líquida zero nos escopos 1 e 2 em 2050, liderando o setor para uma mineração carbono neutra. O anúncio do investimento foi feito ontem (12/05) pelo diretor-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, durante encontro anual com analistas do Bank of America Merrill Lynch, que por conta da pandemia do novo coronavírus foi realizado virtualmente.

A iniciativa é um avanço na agenda do clima da empresa, que em dezembro, no Vale Day, encontro com analistas de mercado realizado em Nova York e Londres, já havia anunciado a intenção de reduzir suas emissões e estabeleceu uma precificação interna de carbono de US$ 50 por tonelada de CO2 equivalente para projetos de capital e concorrentes. “Esta agenda é fruto de um processo de escuta, alinhado com uma demanda real da sociedade relacionada à mudança climática por uma redução robusta nos escopos 1 e 2”, afirma Bartolomeo.  “Estamos dando mais um passo na construção de um novo pacto com a sociedade, com transparência e responsabilidade.”

A Vale estabeleceu o Fórum de Baixo Carbono, um grupo liderado pelo CEO e composto por seis diretores-executivos e empregados de diversas áreas da empresa, cujo objetivo é guiar a implementação e a entrega dos compromissos assumidos. A iniciativa reflete o engajamento da alta liderança da Vale no tema, assim como impulsiona avanços constantes na agenda do clima. Segundo o diretor-executivo de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade, Luiz Eduardo Osorio, estão sob análise 35 inciativas por meio da “Curva de Custo Marginal de Abatimento”, ferramenta que permite a ordenação de projetos em termos de custos e potenciais de redução de emissão. “Há projetos de uso de biodiesel na área de metais básicos, eficiência energética, eletrificação de mina e ferrovia, uso de biocombustíveis na pelotização em substituição ao carvão e de energia renovável, já que uma das metas da Vale é ter 100% da sua autoprodução de energia elétrica vinda de fontes limpas, como eólica e solar, em suas plantas no mundo”, explica Osorio.

Até o fim do segundo semestre deste ano, já entram em operação alguns projetos pilotos. A Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM) irá receber a primeira locomotiva de manobra 100% elétrica; veículos elétricos serão testados em operação subterrânea das minas de Creighton e Colleman, no Canadá; e a pelotizadora da Vale em São Luís (MA) substituirá o carvão por biocombustível.

O ano-base usado no cálculo da meta carbono foi o de 2017, quando a Vale emitiu 14,1 milhões de toneladas de CO2 equivalente (MtCO2e). O objetivo é reduzir para 9,5 MtCO2e em 2030. Paralelamente aos projetos para desassociar sua produção da emissão de carbono, a Vale irá restaurar e proteger mais 500 mil hectares de floresta nativa restaurados e protegidos até 2030. Hoje, a empresa já ajuda a proteger mais de 1 milhão de hectares no mundo.

ESCOPO – Além da ambição de neutralizar suas emissões de carbono de escopos 1 e 2 até 2050, a Vale pretende estabelecer uma ambição para o escopo 3, para induzir clientes e fornecedores na mesma direção.  Por meio de engajamento ativo com clientes da siderurgia e metalurgia, a Vale atuará para redução das emissões de sua cadeia de valor. A empresa vai orientar sua atuação com base em relações de ganha-ganha, produtos menos intensivos e novas tecnologias.

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