23 de abril de 2019

Tecnologia social vencedora do Prêmio Fundação BB promove melhoria de vida e da renda de idosos no interior paulista

Envelhecer não quer dizer ficar parado no tempo, sem ter o que fazer. Na cidade de Santos (SP), pessoas acima de 60 anos são valorizadas e se quiserem,  podem até prestar serviços em diversas áreas. No Brasil, o número de pessoas nesta faixa etária ultrapassa 23 milhões e em Santos elas são mais de 90 mil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando o assunto é qualidade de vida para os idosos, a maior cidade do litoral paulista está sempre bem posicionada nos rankings.

Com o objetivo de promover a inclusão social do idoso e permitir que eles tenham uma renda extra, a prefeitura local desenvolveu, em 2006, o projeto Vovô Sabe, uma tecnologia social, que foi vencedora do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social de 2009.  A iniciativa valoriza o idoso e o reconhece como possuidor de conhecimentos e valores que são acumulados durante toda a sua vida. A FBB é associada da Aberje.

No projeto, os idosos desenvolvem suas habilidades na capacitação de jovens e na prestação de serviços à população. Cada idoso ou idosa recebe um salário mínimo por 20 horas de trabalho semanal. Hoje são 15 vovôs e vovós desenvolvendo atividades diversas – na Seduc (Secretaria de Educação), como contadores de histórias; na Setur (Secretaria de Turismo), como monitores em Igrejas; na Semam (Secretaria do Meio Ambiente) como monitores no Aquário, Orquidário e Jardim Botânico Chico Mendes. Em breve, mais dez vovôs irão desenvolver atividades na Seds (Secretaria de Desenvolvimento Social), ensinando habilidades manuais e contando histórias.

Dona Ilza Maria Rodrigues, de 66 anos, prestou serviço no projeto por um ano e meio. Três vezes por semana ela passava seus conhecimentos em bordados e trabalhos com reciclagem para os mais jovens. Ela conta que gostou tanto que mesmo com o fim do contrato continua atuando, de forma voluntária, ensinando bordados em fitas no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (Seconv). “O que fazemos faz bem tanto para quem recebe como para nós. Não ficamos ociosos e ainda adquirimos conhecimentos e ajudamos ao próximo”, disse.Adelaide Ferreira, operadora social do projeto conta que vencer o prêmio da Fundação BB em 2009 foi maravilhoso. “Com o recurso que recebemos, compramos equipamentos e computadores. Além disso, nosso projeto ganhou visibilidade e aumentou o grau de satisfação do grupo”.

A tecnologia social Vovô Sabe Tudo está presente no Banco de Tecnologias Sociais junto com outras 985 iniciativas. Outras metodologias que possam resgatar valores, mobilizar e promover a melhoria de vida das comunidades podem se inscrever no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, que está com inscrições abertas até 21 de abril.

 

PRÊMIO – Entidades sem fins lucrativos, como instituições de ensino e de pesquisa, fundações, cooperativas, organizações da sociedade civil e órgãos governamentais de direito público ou privado, legalmente constituídas no Brasil ou nos demais países da América Latina ou do Caribe podem participar.

São quatro categorias nacionais: “Cidades Sustentáveis e/ou Inovação Digital”; “Educação”; “Geração de Renda” e “Meio Ambiente”.  O primeiro, segundo e terceiro lugar de cada uma das categorias será premiado com R$ 50 mil, 30 mil e 20 mil respectivamente. Todas as instituições finalistas irão receber um troféu e um vídeo retratando sua iniciativa. Além disso, as tecnologias sociais que promovem a igualdade de gênero e o protagonismo e empoderamento da juventude receberão um bônus de 5% na pontuação total obtida na classificação.

Nesta edição, também está aberta a categoria “Internacional”, destinada a iniciativas da América Latina e do Caribe, onde serão identificadas tecnologias sociais que possam ser reaplicadas no Brasil e que constituam efetivas soluções para questões relativas a “Cidades Sustentáveis e/ou Inovação Digital”; “Educação”, “Geração de Renda” e “Meio Ambiente.”

As novidades são as três categorias especiais: “Mulheres na Agroecologia”, que visa identificar tecnologias sociais que promovam o protagonismo feminino na gestão da produção agroecológica; “Gestão Comunitária e Algodão Agroecológico”, destinada para identificar tecnologias sociais de modelos de gestão/governança de organizações e comunidades na produção do algodão agroecológico e “Primeira Infância”, que busca identificar tecnologias sociais que promovam ações que abordem as dimensões do desenvolvimento infantil (linguagem, cognitivo, motricidade e socioafetividade), o fortalecimento de vínculos familiares e o exercício da parentalidade.  Nestas categorias também serão classificadas três finalistas, com as mesmas regras das categorias nacionais. As vencedoras serão conhecidas no evento de premiação, previsto para outubro. Todas as categorias são relacionadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O Prêmio tem a parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto C&A, Ativos S/A e BB Tecnologia e Serviços, além da cooperação da Unesco no Brasil e apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ministério da Cidadania e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

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