Tecnologia e Empoderamento são temas do segundo encontro do Comitê de Gênero Aberje-Avon

Gabriela Malta
A segunda edição do Comitê de Gênero Aberje-Avon, aconteceu na última sexta-feira, 4 de novembro, e debateu o tema Tecnologia e Empoderamento. O encontro contou com a presença de Ana Paula Freitas, redatora de Contemporaneidades no Nexo Jornal; Cínthia Klumpp, gerente de marketing da Ambev; Paula Viel, uma das criadoras do grupo Share Your PPK no Facebook; Tulio Custódio, sociólogo e curador de conhecimento na Inesplorato e Viviane Duarte; criadora do site Plano Feminino e consultora de relações públicas e marketing da Burson-Marsteller. A mediadora do evento foi Miriam Scavone, coordenadora de Comunicação Corporativa da Avon.

O debate ficou em torno da questão das iniciativas e tendências digitais que estão mudando o cenário das relações pessoais, sociais, econômicas e de poder na nossa sociedade. “Vivemos em uma sociedade diversa e desigual e é dever moral de qualquer cidadão e qualquer instituição – que pode ser uma associação, um governo, uma empresa – corrigir essas desigualdades”, disse Tulio Custódio. O estabelecimento das redes sociais no cotidiano dos consumidores, no entanto, faz com que a coerência entre discurso e prática sobre inclusão social de minorias, entre elas a mulher, seja fundamental no dia a dia das empresas.


Cínthia Klumpp resumiu bem o cenário em que estamos inseridos: “A memória fica registrada na internet”, disse. As pessoas podem ter acesso aos posicionamentos atuais e passados das empresas e exigir mudanças. “Antes das redes sociais, se alguma consumidora ficasse insatisfeita com a posição de alguma marca, ela recorria ao SAC para fazer a reclamação. Ela recebia, no máximo, um pedido de desculpas e uma cesta de produtos e assunto acabava ali. Agora, com as redes sociais, ela tem muito mais poder de expor sua insatisfação, tornando o assunto público na página da marca, por exemplo”, disse Viviane Duarte.


Grupos de Facebook acabam sendo um espaço seguro para mobilização dessas consumidoras, que se organizam em hashtags e demonstrações públicas de repúdio a determinadas propagandas consideradas machistas, por exemplo. A mobilização de consumidores insatisfeitos com marcas já foi capaz de derrubar campanhas inteiras de publicidade.


É especialmente importante, além da coerência entre discurso e ação, conseguir se comunicar com o consumidor. “Na internet, e nas discussões que acontecem nesse meio, é fundamental se comunicar de forma não violenta. O sarcasmo e a ironia vão destruir qualquer possibilidade de consenso”, disse Ana Freitas.

Destaques
- Primeira reunião do Comitê Aberje de Comunicação e Reputação Organizacional discute o desafio da reputação em tempos de hiperconectividade
- Novo livro de Vânia Bueno explora relação entre comunicação e governança corporativa
- Aberje, FGV Comunicação e Fundação Itaú promovem master class sobre comunicação e impacto social para Mestrado Profissional
- Chefe de Educação do Unicef Brasil debate comunicação em Masterclass no dia 21
- Primeiro encontro do Comitê Aberje de Cultura de Dados e Mensuração de Resultados na Comunicação debate desafios e caminhos para a mensuração
ARTIGOS E COLUNAS
Vinícius Ghise Como a IA pode transformar nossa visão de sucessoJanaína Leme O que é mensuração e o que é o básico para começar a mensurar?Carina Almeida SXSW: Um viva às pessoas no debate sobre inovação!Pablo Assolini Será o fim da agenda de diversidade nas empresas?Luis Alcubierre Notícias ruins e nãos também precisam ser dados