Sustentabilidade industrial – Veracel atinge seu menor índice de uso de água para a fabricação de celulose
A Veracel, indústria de celulose da região sul da Bahia, alcançou, em 2022, o menor índice médio anual de uso de água de sua história em suas atividades: 20,5 m³/tsa, ou seja, 20,5 metros cúbicos de água por tonelada de celulose produzida. Nos anos anteriores, o melhor resultado havia sido 22,2 m3/tsa. Nos últimos cinco anos, a empresa reduziu em 18% o uso médio específico de água da fábrica.
“Chegar a esse índice, com uma ampliação ainda maior dos bons resultados que já vínhamos obtendo, é o resultado de um trabalho de muitos anos que desenvolvemos, sempre em busca de oportunidades de diminuir ao máximo a utilização dos recursos hídricos e reduzir os desperdícios de água. A meta para os próximos 5 anos é reduzir o uso de água para valores abaixo de 18 m³/tsa”, destaca Tarciso Matos, coordenador de Meio Ambiente da Veracel.
Dentro de sua estratégia ESG, desde 2015 a empresa vem aplicando uma diversa gama de medidas em seu processo produtivo, com foco na preservação ambiental. “Existe todo um ciclo que se aproveita dessas ações. Ao utilizarmos menos água, temos vários ganhos adicionais. Por exemplo: menos recursos químicos serão necessários para tratar essa água, e menor é o gasto energético para levar a água até a empresa”, explica o coordenador.
Uma das medidas adotadas para reduzir o uso de água foi a automação de tanques. Isso evita o transbordo e, em consequência, o desperdício. Também foram instalados novos alarmes nos painéis de controle para os operadores aprimorarem o monitoramento do uso de água e evitarem qualquer desperdício, além de ferramentas de gestão online de controle do uso.
Reaproveitamento de resíduos e redução do uso de gás
A empresa se destacou ainda em outros resultados ambientais, como reaproveitamento de resíduos e na redução do uso de gás natural nos processos fabris. Em 2022, a Veracel obteve 100% de reaproveitamento de resíduos durante quatro meses: junho, setembro, outubro e novembro. No consolidado dos últimos dez anos – considerando o período 2012 para 2022, -já alcançou resultados anuais de reciclagem entorno de 99%, aumentando o seu índice de reciclagem de resíduos em aproximadamente 29%.
“No ano passado, foi encontrada mais uma opção de reciclagem de resíduos. Dessa vez foi viabilizada a utilização do resíduo de areia da caldeira de biomassa para a fabricação de argamassa, assegurando a sustentabilidade dos níveis de reciclagem alcançados”, destaca Matos.
Outra conquista relevante para a Veracel no ano passado foi a conclusão de um projeto para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, por meio da diminuição do uso do gás natural, um combustível de origem fóssil. Equipes internas se desafiaram para aumentar o consumo de hidrogênio e metanol como combustíveis auxiliares, reduzindo assim o uso de gás natural. “O gás hidrogênio já é gerado dentro da fábrica, no processo de produção de dióxido de cloro”, explica Ronisson Lima, Coordenador de Forno Caustificação. “Já o metanol, derivado da madeira e, portanto, de origem orgânica, é destilado e purificado na área da evaporação, a partir da água dos licores gerados no processo de produção da celulose”, complementa Lima.
Em 2022, a redução de gás natural acumulada nos processos fabris chegou a 13% desde o início das operações, um total equivalente a 6 milhões de metros cúbicos que deixaram de ser queimados. Com isso, deixaram de ser emitidas para a atmosfera 12.400 tCO2eq (toneladas de CO2 equivalente). A meta para esse ano é atingir uma redução adicional de 1% do consumo anual de gás.
Atualmente, a matriz energética da fábrica da Veracel é composta por apenas 4,99% de combustível fóssil – os 95,01% restantes são combustíveis não fósseis provenientes de fontes alternativas de biomassa. Deste total de combustíveis fósseis, 4,36% contemplam o uso de gás natural no forno de Cal e 0,63% contemplam o uso de óleo BPF que é queimado apenas nos momentos de parada e partida da fábrica. A companhia também segue estudando fontes alternativas de biomassa, como o uso de óleo ecológico, fibra do coco e cascas de cupuaçu, tanto para produção energética, como para ampliação da reciclagem, minimizando o impacto de possíveis passivos ambientais, além de gerar novos negócios para os produtores locais, promovendo a economia circular da região.
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