28 de abril de 2020

Startups aceleradas pelo BNDES Garagem inovam no combate ao coronavírus

Inovação, agilidade e resiliência. Esses atributos, parte do DNA de startups de successo, têm feito ainda mais diferença diante da pandemia do novo coronavírus. Nesse cenário, healthtechs (termo em inglês que designa empresas que combinam saúde e tecnologia) aceleradas em 2019 pelo programa BNDES Garagem de desenvolvimento de startups têm criado ou adaptado soluções para prevenir, diagnosticar e mapear a Covid-19 no Brasil. O BNDES é associado da Aberje.

Em parceria com o consórcio Liga Ventures-Wayra, o programa aconteceu em 2019 e selecionou 79 startups, entre as cerca de 5 mil inscritas, para participarem dos módulos de criação e aceleração. Oficinas presenciais, acompanhamento cotidiano e acesso a uma rede de mentores e parceiros compuseram a iniciativa, realizada em um espaço de coworking no Centro do Rio.

O BNDES Garagem promoveu mais de cem mentorias e estabeleceu mais de 50 conexões entre startups e fundos de investimento, além de ter concluído três captações, que totalizam mais de R$ 4,5 milhões. Ao fim do programa, em setembro de 2019, 54% das participantes se tornaram empresas formais. Entre abril e setembro do ano passado, as receitas das startups foram ampliadas de R$ 13 mil para R$ 408 mil, ou seja, um crescimento de 3.100%.

ACELERADAS –PikCells, startup de automação em pesquisa laboratorial, decidiu mudar radicalmente o rumo do negócio ou “pivotar”, como se fala no jargão das startups. “Direcionamos todos os nossos esforços para construir soluções que apoiem os médicos na triagem de pacientes infectados com o coronavírus”, explica o cofundador e CEO da empresa, Paulo Melo. A healthtech de Recife (PE) tem trabalhado em parceria com universidades no uso de inteligência artificial e no desenvolvimento de testes rápidos para diagnosticar a Covid-19.

A produção de testes diagnósticos no Brasil também está na mira da iBench, plataforma online de compra e venda de produtos laboratoriais. Cofundadoras da startup, as cientistas Andrea Oliveira e Débora Moretti lançaram a campanha de doação “Taq no Covid”, que arrecada insumos de pesquisadores para que laboratórios públicos possam ampliar a produção de testes de diagnóstico da Covid-19 e distribuí-los gratuitamente.

Algumas startups têm atuado em rede no combate ao coronavírus. É o caso da Cloudia, assistente virtual de automação de serviços de clínicas e hospitais, como a marcação de consultas. A healthtech faz parte da iniciativa Brasil Sem Corona, lançada em março pelas startups Colab e Epitrack, que, no passado, também contaram com investimentos do BNDES via fundos de venture capital. A plataforma gera “mapas de calor” para mostrar os riscos de infecção por Covid-19 no país.

Chatbot também é a tecnologia da startup Caren.app, que desenvolveu um sistema de auto-avaliação de saúde para identificar casos da doença no Brasil. O aplicativo funciona como uma triagem online. Nele, o usuário informa os sintomas observados e fica sabendo se eles se enquadram nas definições do Ministério da Saúde para a Covid-19.

Remedin, aplicativo que conecta consumidores a farmácias de bairro, suspendeu todas as taxas do app durante a pandemia, tanto aquelas pagas pelas farmácias quanto as cobradas por pedido dos usuários. “Dessa forma, colaboramos para o cumprimento do isolamento social e também ajudamos no acesso a medicamentos, aumentando a nossa base de farmácias. Com busca por produtos, comparativo de preços em tempo real e geolocalização, permitimos que o consumidor compre pelo aplicativo e receba em casa”, conta Claudia Amaral, cofundadora e CEO do Remedin.

Para Bianca Proença, gerente do Departamento de Gestão de Investimentos em Fundos do BNDES, o apoio ao ecossistema de startups contribui para a oferta de respostas rápidas diante de cenários disruptivos, como a pandemia do novo coronavírus. “A agilidade e a inventividade das startups podem ser cruciais para o desenvolvimento de soluções inovadoras capazes de facilitar a vida das pessoas e reduzir impactos econômicos decorrentes da crise”, diz Bianca.

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