14 de dezembro de 2017

Revista da Reputação promoveu seminário para debater a reputação do Brasil

Tatiana Maia Lins

Na quarta-feira, 25 de Outubro, o seminário “Reputação do Brasil >> Caminhos para o Amanhã” reuniu, no Museu do Amanhã, 24 palestrantes e uma plateia de cerca de 150 pessoas.

Entre os debatedores, Tato Carbonaro, Gestor de Relações Institucionais e Internacionais da Aberje; Marco Túlio Zanini, pioneiro nos estudos sobre confiança no Brasil; Carlos Arruda, responsável pelos estudos de competitividade brasileira que são enviados para o Fórum Econômico Mundial; o empresário Ingo Plöger; as jornalistas Marta Porto (consultora do Banco Interamericano de Desenvolvimento e diretora da agência Juntos) e Isabel Clavelin (assessora de comunicação da ONU Mulheres); além de Fred Gelli, criador das logomarcas Rio 2016, de Ricardo Voltolini, criador da Plataforma Liderança Sustentável, entre outros e outras de igual importância para o país.

A ideia do seminário era responder perguntas como “O que faz um país sediar eventos grandiosos como Copa do Mundo e Olimpíada e ainda assim perder nove posições no ranking do Reputation Institute, organização que realiza anualmente a classificação da reputação de empresas e países?” e “O que fazer para que o Brasil consiga ter uma boa reputação a longo prazo?”. Este ano, o Brasil alcançou 59,6 pontos no ranking citado, dois a mais do que no ano anterior, mas foi ultrapassado por países como Chile e Argentina. O Peru é o país da América Latina com melhor reputação, estando em 25º lugar no ranking.

Reputação é percepção de longo prazo e é também uma ferramenta de soft power (poder de persuasão). O evento foi criado pela necessidade de esforços conjuntos concretos e sustentáveis de todos os atores econômicos e sociais para a construção de um país com boa reputação para as futuras gerações, sem que os rumos dos trabalhos mudem a cada eleição. Um dos principais desafios é que a reputação ainda está muito tímida na definição de metas e na articulação dos agentes econômicos e sociais.

Fortalecimento da reputação passa por resgate da autoestima

A conclusão do seminário foi de que precisamos melhorar a nossa autoestima. E trabalhar pela legitimidade de novas narrativas para o país. A retomada da confiança passa por um pacto social pautado em ética e no engajamento social e de lideranças de todos os setores em prol da mudança de mindset de “farinha pouca, meu pirão primeiro”. O mundo nos vê de forma melhor do que nos percebemos. Precisamos explorar melhor as nossas vantagens competitivas em narrativas de país para além do samba, do carnaval e da corrupção. Estamos punindo os corruptos e tendo a chance de mudar padrões até então vigentes no país. É hora de pensarmos o que queremos para o Brasil do futuro. E agir. Porque o Brasil do Amanhã já começou. O hoje é o tempo de ação.

Temos como possibilidades de narrativas a nossa criatividade, o nosso “borogodó”, a habilidade de fazer mais por menos, a diversidade. A saturação de padrões de apadrinhamentos, privilégios e corrupção da velha política e da velha elite empresarial também constitui uma narrativa para reconstrução do país. O Brasil se modernizou e não suporta mais a naturalização da corrupção. A renovação dos quadros políticos é uma narrativa necessária e urgente para virarmos a página.

Outra possível narrativa deriva do posicionamento comparado a países com as mesmas características do Brasil: grande território, grande população, economia pautada em commodities etc, em vez de comparações com países sem distinção para evitar comparações injustas. Somos o país de melhor reputação dos BRICs. E embora tenhamos perdido espaço para Peru, Chile e Argentina nos rankings de reputação, ainda somos vistos como o grande protagonista da América Latina.

Podemos também ter como narrativas inovação e sustentabilidade, se passarmos a tratar a sustentabilidade realmente como prioritária para a Nação e se as intenções de inovação vistas no último relatório de competitividade se concretizarem. Temos uma indústria de audiovisual com força no mundo e aberta a múltiplas narrativas de país, não a desperdicemos. Temos empresas conscientes de que não há licença social ou econômica para que existam sem governança e compliance. E temos toda uma nova geração de empreendedores que pautam os seus negócios em propósito, colaboração, engajamento e geração de valor compartilhado. O que nos falta é abandonar o complexo de vira-lata e manter a perspectiva de que construímos diariamente e em conjunto a reputação do país.

Mais informações sobre o Movimento Reputação Brasil em www.reputacaobrasil.com.br

Veja o vídeo sobre o evento “Reputação do Brasil >> Caminhos para o Amanhã”:

Tatiana Maia Lins é organizadora do movimento Reputação Brasil, editora da Revista da Reputação e diretora da Makemake, consultoria especializada em Reputação Corporativa. A Makemake, consultoria que publica a Revista da Reputação, é associada da Aberje desde a sua fundação, em 2011.

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