13 de abril de 2022

Relação entre Estado e mercado após a Covid-19 foi tema do primeiro encontro do Blended Webinars

Aberje e King's College London promovem primeiro encontro do Blended Webinars com tema Brasil e Reino Unido: Diálogos e Narrativas - Estado e Mercado após a Covid-19
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Aberje e King’s College London promovem webinar com tema “Brasil e Reino Unido: Diálogos e Narrativas – Estado e Mercado após a Covid-19″

A relação entre Estado e mercado após a Covid-19 foi assunto do Blended Webinar – Estado e Mercado Após a Covid-19, evento internacional realizado no dia 12 de abril, promovido pela Aberje em parceria com o King’s Brazil Institute do King’s College London. Na ocasião, especialistas acadêmicos e do setor privado discutiram sobre as vias comunicacionais que podem favorecer um diálogo produtivo entre um Estado regulador mais poderoso e o setor corporativo.

Participaram do webinar a analista Política Sênior da XP Investimentos, Júnia Gama; o professor de Economia e Políticas Públicas do King’s College London, Jonathan Portes; e a editora-executiva da Americas Quarterly, Cecilia Tornaghi. O evento teve a curadoria de Daniel Alves, doutorando no Departamento de Economia Política do King’s College London e pesquisador afiliado no King’s Brazil Institute, e de Sebastián Ronderos, pesquisador da Universidade de Essex e colaborador da Aberje.

Ao comentar sobre a relação entre o mercado e o governo brasileiro durante a pandemia da Covid-19, Júnia Gama frisou que o governo teve que abandonar seu viés liberal proposto pelo próprio presidente Bolsonaro e Paulo Guedes. “O populismo ganhou força nesse episódio, e esse fato irritou o mercado nacional e internacional. A relação entre o mercado e o governo foi instável, pois o mercado financeiro não pode basear-se no plano governamental, que também foi instável”, disse. 

Cecilia Tomaghi adicionou que uma parte do grupo social que já era excluída economicamente foi, de certa forma, mais ainda durante a pandemia. “A crise sanitária escancarou a desigualdade social”, salientou. “E quais são as obrigações dos governos em relação ao mundo econômico e a sustentabilidade?”, questionou Jonathan Portes, ao discorrer sobre macro e micro economia,

“Como podemos, juntos, formular um novo modelo econômico sustentável e mais justo para favorecer não apenas esses grupos sociais citados anteriormente que são declinados, mas todos?”, indagou. Segundo ele, essa realidade ainda está longe. Em contrapartida, gosta de ser otimista, já que observa em sua volta políticas que contribuem para essa realidade. 

Na ocasião, Sebastián Ronderos perguntou aos convidados se essas novas medidas adotadas no Brasil durante a pandemia irão permanecer na sociedade. Junia responde, citando alguns exemplos, especialmente relacionados a preços da Petrobras, e diz que algumas dessas medidas vieram para ficar. “Eu acredito que essas novas políticas, até em relação a privatização de empresas estatais para gerar um fundo de garantia, colaborarão com uma sociedade mais justa”, acentuou. 

“Atualmente a situação não é sustentável, não apenas em um âmbito ambiental, mas social. Acho inaceitável que empresas como o Google e a Apple monopolizem tanto poder, em um modelo capitalista”, rebate Portes. Ao ser questionada sobre a pandemia e a tecnologia, Junia acrescenta que se trata de uma mão de duas vias; já que essa situação promoveu prós e contras. 

O futuro do Mercosul foi outro ponto destacado no webinar. “Eu não acho que alianças entre países, quaisquer que sejam, irão mudar de verdade. Pessoalmente, eu quero que tudo isso melhore, mas infelizmente não enxergo futuro”, lamentou Cecília. 

Nos últimos momentos da live, Junia, ao ser questionada por Paulo Nassar, salientou que a maneira como Bolsonaro tratou a pandemia, como uma gripezinha, agravou a depressão e o distanciamento do Brasil em relação ao protagonismo de outros países. “Isso não é decorrente da pandemia, mas sim desde quando o Bolsonaro alinhou suas ideias publicamente ao Trump, em 2019”, pontuou.

 

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