Reciclagem de peso na Vale recicla pneus de caminhões gigantes
Já imaginou o que acontece com aqueles caminhões gigantes – o equivalente a um prédio de três andares – usados na mineração quando chegam ao fim da vida útil? Na Vale, eles se transformam. Da carcaça metálica aos pneus, tudo é reaproveitado. A sucata metálica vira materiais como vergalhões, usados na construção civil. Os pneus, que chegam a três metros de altura, voltam como placas de revestimento ou são transformados em chips de borracha, usados em fornos para a produção de cimento. Os chips servem como combustível alternativo nesta indústria que, em geral, utiliza carvão, óleo e gás.
Por ano, em todo o Brasil, a Vale destina cerca de 9 mil toneladas de pneus de caminhão fora de estrada, usados no transporte do minério de ferro da mina à usina de processamento. Trata-se de um modelo pioneiro de logística reversa junto aos fabricantes. Os pneus são enviados para empresas especializadas em reciclagem, devidamente homologadas, que estão estrategicamente instaladas próximas às operações da Vale, um estímulo ao desenvolvimento local. “É um movimento que gira em torno de toda uma cadeia de responsabilidade compartilhada com o ciclo de vida dos produtos, que envolve fabricantes, recicladores e consumidores. Hoje, por exemplo, a Vale não tem custo com a destinação dos pneus, isso em decorrência 65% de melhorias no processo operacional, de aquisição, destinação e inovação tecnológica e o restante (35%) fruto de acordos comerciais com nossos parceiros”, explica Márcio Valente, gerente de Suprimentos da Vale.
Em Parauapebas, sudeste do Pará, uma empresa local é responsável pelo reaproveitamento de 100% dos pneus. Após serem cortados em placas com aproximadamente 40 centímetros, os pneus viram revestimento que são aplicados em equipamentos de mineração, siderurgia, portos e cimenteiras. Essas placas, também são adquiridas e reutilizadas pela Vale.
Para se ter uma ideia, o processo de transformação dos pneus em pequenas placas passa por 26 etapas. Entre elas, uma guilhotina com dentes de mais de 30 centímetros, chamada de “mordida de tubarão”, que fatia todo o pneu em 40 minutos. Esse equipamento foi patenteado pela Vale junto à empresa de reciclagem. Após a fabricação das placas, o restante é cortado, triturado e fica em pedacinhos utilizados na indústria do cimento como combustível alternativo para altos fornos, o que evita a utilização de madeira nova. Das laterais dos pneus são extraídos os talões de aço, que são aplicados na produção de aço pela indústria siderúrgica.
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