02 de novembro de 2019

Print Summit 2019 apresentou novo papel da comunicação impressa no século 21

O auditório da ESPM Tech, em São Paulo, foi palco de um importante debate sobre a relevância e aplicações da comunicação impressa em um mundo digital, suas transformações e seus valores ligados a questões como sustentabilidade, credibilidade, entre outros. Esses foram os temas que estiveram em pauta durante o Print Summit 2019, evento que reuniu aproximadamente 200 profissionais de diferentes áreas da Indústria da Comunicação (gráficas, agências, entidades e fornecedores de equipamentos de impressão) no último dia 29 de outubro e foi apoiado pela Aberje.

Na abertura do seminário, Armando Ferrentini, diretor-presidente da Propmark, afirmou ser um apaixonado pela mídia impressa e rechaçou a ideia de que a tecnologia digital veio para acabar com a impressão. Ferrentini destacou que na história da comunicação muitos novos meios surgiram como “ameaças” a seus antecessores, mas que, contudo, acabaram coexistindo e até mesmo se integrando. Além disso, segundo ele, cabe à Comunicação e à Publicidade extrair o melhor desses dois universos (online e offline), ambos com grande potencial a ser explorado.

Na sequência, Sergio Junqueira Arantes, CEO da Eventos Expo Editora, ministrou a palestra Morte do Impresso é Fake News. O palestrante utilizou como mote a proliferação de conteúdo falso comum nas redes sociais e sites, Junqueira e destacou a confiança que a mídia impressa detém tanto junto a leitores, como também anunciantes e marcas. Segundo ele, apesar do forte impacto inicial das mídias digitais, atualmente as marcas já voltam a olhar para a comunicação impressa como uma via eficaz de atingir seus públicos. Para ilustrar, atentou ao fato de que mesmo empresas tipicamente digitais, como a Netflix, investe hoje em mídia impressa.

Ao enfatizar o novo universo em que marcas ligadas à comunicação estão inseridas, Luciana Schwartz, diretora de mídia Omnichannel da Agência VML, apresentou dados interessantes sobre a visibilidade das mídias online e offline no Brasil. Por meio do tema Tempo do ‘RE’- Tempo de recriar, reinventar, reformular, reproduzir, recompor, Luciana mostrou, como comparativo, dados do mercado francês e do Grupo Le Figaro. Assim, frisou o fato de que o mercado de comunicação e mídias devem se adaptar aos novos tempos, e que, apesar de veículos de comunicação estarem lançando conteúdo online, trata-se de um ciclo em que ambas as plataformas (digital e impressa) se complementam. Isto é, cabe às empresas de mídia lançarem mão de todos os canais disponíveis de forma integrada para atingir seus públicos – sobretudo, os da nova geração. O inverso também é real: plataformas de serviços online estão usando a mídia impressa para campanhas.

Em seguida, Pedro Barbastefano, sócio e diretor comercial da 29 Horas Mídia Aeroportuária, falou sobre o tema A oportunidade do impresso no ambiente OOH – Out Of Home. Também oriundo do universo da mídia impressa, Pedro destacou que a comunicação “Out of Home” é um processo irreversível, mas que, todavia, tem na integração com a comunicação impressa uma plataforma riquíssima de atingir um público-alvo variado. O palestrante citou o exemplo da Revista 29 Horas, cuja versão impressa é distribuída nos aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio de Janeiro), e destacou que o conteúdo impresso da publicação é complementado, com criatividade, por conteúdos exclusivos do mundo digital. Ou seja, a revista, com dez anos de mercado, tornou-se uma publicação multiplataforma.

Luiz Felix, da Agência África, encerrou a programação do evento com a apresentação de dois cases em que os mundos online e offline foram usados com inteligência e integração para criação de campanhas premiadas: a Campanha Tagwords para a cerveja Budweiser, e uma campanha de combate ao fake news para a Penguin Books.

O Print Summit 2019 terminou com um ciclo de debates do qual fizeram parte todos os palestrantes, respondendo a perguntas feitas pelo mediador Tiago Ferrentini (diretor operacional da Propmark) e pelo público. Entre os temas levantados estiveram o compromisso da comunicação impressa com o meio ambiente (uma vez que o papel usado é fruto de árvores cultivadas para essa finalidade e não tem ligação com o desmatamento), credibilidade da mídia impressa e a importância de que tanto as marcas, quanto os profissionais de criação, percebam o potencial que a integração das aplicações offline e online pode oferecer ao mercado e ao público-alvo.

PAPEL LEGAL –  O evento também foi palco do lançamento oficial do Selo Papel Legal. Criado pela Abro (Associação Brasileira de Empresas com Rotativa Offset) e pela Abigraf Nacional (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), o selo tem como objetivo certificar o uso do papel gráfico como forma de transmitir maior segurança ao mercado sobre a legalidade de sua destinação, seja ele imune ou não.

A iniciativa envolve, ainda, a participação de um comitê de desenvolvimento, do qual fazem parte representantes de gráficas de vários portes, e membros de entidades ligadas ao setor papeleiro, como Andipa (Associação Nacional de Distribuidores de Papel) e Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), instituição associada da Aberje. “Por questões de tributação, o papel imune utilizado na impressão editorial, tem um valor consideravelmente menor do que o usado em outros processos gráficos. Contudo, nem sempre enxergamos uma postura ética no mercado, de modo que o papel imune passa a ser usado também para a impressão de itens que fogem ao seu escopo”, salientou Carlos Jacomine, presidente da Abro e diretor da Gráfica Plural. “Dessa forma, o Selo Papel Legal tem como objetivo estimular boas práticas por parte das gráficas, e informar ao mercado que o papel usado para o impresso que está em suas mãos seguiu todas as regras éticas e tributárias, o que transmite mais segurança e confiabilidade. Agora, vamos trabalhar para que a ideia se expanda, inclusive buscando apoio no Governo Federal.”

Para receber a certificação, a gráfica deve passar por auditorias periódicas, que avaliarão as ações em concordância com diretrizes e conformidades estipuladas. Também devem seguir procedimentos adequados que podem variar de acordo com o porte da empresa. O certificado foi entregue a quatro gráficas durante o evento: Plural, Posigraf, Edigráfica e Log Print.

O PrintSummit 2019 foi uma realização da Abro, Sindigraf – SP (Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo) e Two Sides, com oferecimento da Afeigraf (Associação de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica). Teve patrocínio das seguintes empresas: B.O.Paper, Compulaser Gráfica, Escala Brasil/WPS, Fespa/Digital Printing, Future Print, Futura Im., Gráfica Revelação e Plural Indústria Gráfica; e apoio da ABA, ABAP, Aberje, ABTG, Aner, ANJ, Antilhas Embalagens, APP, ESPM, Fenapro, Portal do Papel, Printbag e Propmark.

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