O poder das histórias no mundo corporativo
Maria Elisa Pinheiro e Claire Carvalho Castelano (Jornalismo Júnior – ECA-USP)
Esclarecer o que é o storytelling e as inúmeras oportunidades de aplicá-lo no universo corporativo foi o mote do 2º Seminário Aberje de Storytelling, ocorrido na última sexta, dia 20 de maio. Palestrantes de diferentes campos de atuação trouxeram cases, inspirações e diferentes questões à tona. Todos, porém, concordaram com uma coisa: não existe nada mais eficiente para captar a atenção de um espectador do que uma boa história.
O evento teve início com a fala do mediador dos dois primeiros painéis, Rodrigo Cogo, responsável pela área de Inteligência de Mercado na Aberje, que falou sobre a importância de apresentar investimentos simbólicos baseados na vulnerabilidade humana, e não meramente racionais, para aproximar o ouvinte pela identificação e comoção. Logo depois, o mediador apresentou o primeiro palestrante do dia, Fernando Palácios, fundador da Storytellers. Sua palestra de abertura baseou-se na essência das boas histórias: “Um bom narrador sabe contar a mesma história em diferentes formatos”. Palácios explica que storytelling é uma técnica da qual é possível aproveitar as oportunidades que surgem de uma boa história. O palestrante ainda mostrou cases em que o storytelling foi utilizado para o B2B: a apresentação de uma peça de teatro para ilustrar aos funcionários os motivos e consequências do reposicionamento de marcas da empresa; um novo projeto tecnológico químico que usou uma história imaginada no futuro para convencer investidores a apoiá-lo; e um evento de TI que teve como base uma história sobre o tempo com o intuito de gerar mais reuniões de negócios.
O segundo painel do evento começou com a fala de Karen Worcman, diretora e fundadora do Museu da Pessoa, que apresentou o case do uso de storytelling e a experiência do público na estratégia de marketing da Coca-Cola. “Uma história pode mudar sua visão de mundo, pois elas nos fazem ouvidos, nos transformam e nos inspiram” defendeu Worcman. Já Pamela Seligmann apresentou sua visão a respeito da importância do storytelling em sua área de atuação: o coaching. Seligmann mostrou o poder das histórias pessoais nesse processo, já que o coacher, por ouvir a meta-história (ligada a crenças limitantes) e auxiliar na percepção da para-história (a inconsciente), suporta esse alguém a definir e chegar ao lugar que deseja. “O processo de coaching é aprender sobre si mesmo”.
O período da tarde foi mais focado na prática. No terceiro painel, mediado pela professora, pesquisadora e escritora Suzana Ribeiro, teve a presença de Ricardo Laganaro, diretor da O2 Filmes, para falar sobre conteúdo imersivo. Laganaro exibiu dados sobre a trajetória da realidade virtual ao longo do tempo: as inovações que perpassaram, o que estão sendo feitas no momento, quais são as perspectivas para o futuro dessa tecnologia e os desafios para se construir conteúdo relevante nessas novas plataformas. O diretor citou ainda que o conceito principal das realidades virtuais é a mesma do storytelling: a empatia. “O lance da realidade virtual é de se colocar em locais que você quer estar e não está ou não pode estar.”
O quarto e último painel do evento foi dedicado à apresentação de cases de sucesso na área. André Gouw, gerente de Comunicação e Marketing da Yasuda Marítima, contou sobre o desafio de comunicar o setor de seguros e sobre a campanha “Bom Te Ver Bem”, que fez grande sucesso nas redes sociais. Outro case foi o da Pedigree, apresentada por Nelson Enohata, diretor de Criação e sócio da Oficina Produções, produtora responsável pelo emocionante vídeo “Uma família para Lola”. Por fim, a gerente de RP da Samsung América Latina, Carolina Silvestre, apresentou o “Respostas para o amanhã”, projeto de responsabilidade social que engloba um concurso para estudantes com objetivo de encontrar histórias autêntica e potencialização de talentos.
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