O agro sempre foi pop

Luciane Reis*
Responsável por mais de 20% do PIB brasileiro e 44,8% das exportações do país, segundo a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio sempre teve um papel indiscutível na economia do país. Hoje se posiciona no segundo lugar entre os setores com mais startups no Brasil, de acordo com levantamento feito pela StartSe. No entanto, o reconhecimento popular tem sido debatido com mais força nos últimos anos, principalmente após uma intensa campanha na maior emissora de televisão do país que explica, até para os mais leigos, como o agronegócio está presente na vida de toda a população. Com isso, temos a falsa impressão de que a comunicação do setor se estruturou somente agora e, consequentemente, as empresas se abriram para a imprensa de forma tardia. Mas isso não é verdade. Há anos o setor se articula para posicionar o mercado sobre pautas de grande relevância e para manter todos os stakeholders na mesma página.
Empresas de grande porte, como a Cargill, têm grande responsabilidade no seu posicionamento e influência nos diversos segmentos em que atua, fazendo isso com grande responsabilidade e de forma a conectar sua atuação em comunicação ao propósito da organização, independentemente do negócio ou produto. Nós da comunicação corporativa devemos trabalhar para que todas as pautas sejam analisadas pelos executivos dos negócios envolvidos com o objetivo de chegar a um denominador comum e, a partir disso, desenvolver a posição da Companhia.
Para que essas mensagens cheguem ao público de interesse, nossos porta-vozes são preparados e orientados a participarem sempre de eventos, premiações e estarem em destaque nos principais veículos da imprensa brasileira e internacional. Também atuamos junto às associações e formamos um time de especialistas responsáveis por cada um dos negócios que interagem com a comunicação corporativa com o objetivo de encontrar as melhores soluções para as comunicações internas e externas. Por fim, mas talvez o mais importante, fazemos questão de que nossos dez mil funcionários sejam sempre os primeiros a terem conhecimento das novidades e os mantemos informados sobre o setor. Consideramos este público os principias porta-vozes.
Chegar nessa estratégia não seria possível da noite para o dia. Foram anos de trabalho, provando internamente a força e a eficiência da comunicação corporativa. Uma vez vencida a barreira interna, ir a público e se posicionar junto à imprensa é apenas a reta final de um longo caminho percorrido. E estamos falando de um setor que pode se tornar o mais importante dos próximos anos, tendo em vista o desafio de alimentar 9,8 bilhões de pessoas até 2050, preservando os biomas e recursos naturais. A população brasileira pode não ter a dimensão do quão pop é o agro, mas, dentro das grandes corporações, a comunicação corporativa já tem essa dimensão há muitos anos.
* Luciane Reis é diretora de Comunicação da Cargill no Brasil
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