16 de abril de 2018

Inspira BB: banco investe em inspiração e cultura organizacional

Paulo Noviello

Serão seis edições em 2018. Até meados de abril, já foram duas etapas – em Belo Horizonte (03 de março) e em Belém (14 de abril). Criado em 2016, o Inspira BB mescla palestras de pensadores renomados com apresentações de funcionários do banco que compartilham histórias de vida inspiradoras, sempre no formato “talks”, com falas curtas, francas e cuidadosamente elaboradas, apresentadas com o objetivo de transformar a visão de mundo de quem assiste. Entre uma apresentação e outra, intervenções artísticas dão mais interatividade ao evento. O Inspira BB se insere na estratégia do banco para reforçar sua cultura organizacional, sempre algo desafiador para uma entidade tão grande, com quase 110 mil funcionários e mais de 5 mil agências em praticamente todos os municípios brasileiros e representação em 23 países.

Nas duas edições de 2018, o Banco do Brasil apresentou algumas novidades: palestras internacionais, evento aberto ao público geral com entrada gratuita, e transmissão ao vivo pela internet e em salas de cinema da rede Cinemark. Entre os convidados, nomes como o filósofo colombiano Bernardo Toro, um dos grandes pensadores sobre educação na América Latina (na etapa Belo Horizonte) e Abdel Sellou, francês que inspirou o personagem Driss do filme Os Intocáveis (na etapa Belém). Além deles, passaram pelos palcos a jornalista Marília Gabriela, a escritora Vânia Ferrari, o judoca Flávio Canto, além de músicos como Flávio Venturini, Renato Braz, Leila Pinheiro, Danilo Caymmi, entre outros.

A preocupação com a cultura organizacional está presente desde a idealização do projeto. Carlos Netto, diretor de Estratégia e Organização do Banco do Brasil, explica que o modelo foi idealizado pela própria rede de funcionários. “O Inspira BB só acontece porque conta essencialmente com a participação dos funcionários. É uma plataforma que auxilia o posicionamento do BB, além de se consolidar como um movimento inovador que compartilha histórias e experiências de funcionários do Banco e de personalidades convidadas”, explica.

Inspira BB em Belém (PA), no Theatro da Paz
Inspira BB em Belém (PA), no Theatro da Paz

“Todo mundo tem uma boa história pra contar”

Netto afirma que a recepção do público é de “encantamento” e o sucesso do Inspira BB fez com que, de apenas uma edição em 2016 em São Paulo, foram cinco etapas em 2017 e, para 2018, a perspectiva é de realização de seis eventos. “Já passamos por Belo Horizonte e Belém. Na sequência, teremos Porto Alegre, Florianópolis, Recife e fecharemos o ano em São Paulo mais uma vez, onde tudo começou”.

O segredo, para ele, é a capacidade de conexão entre os palestrantes e o público, pela proximidade das histórias. “As manifestações que recebemos na transmissão ao vivo no YouTube, nas cidades retransmissoras, nas redes sociais e sobretudo no evento, presencialmente, são sempre de encantamento. As palestras mostram histórias de pessoas comuns, que se conectam com o tema do evento e com a plateia, afinal, todo mundo tem uma boa história para contar”.

Carlos Netto explica que a seleção dos palestrantes é feita por uma comissão de funcionários que estão envolvidos voluntariamente desde a primeira edição. “Definimos os temas de cada evento no início do ano e vamos fazendo uma curadoria conjunta para definição dos nomes que melhor representam cada tema”. Sobre os funcionários selecionados para se apresentarem, ele explica que são convidados a encaminharem vídeos de até dois minutos com parte da história que querem contar.

O processo é o seguinte: “Uma banca avaliadora formada por diversos colaboradores do Banco, de diversas áreas, vota nos melhores vídeos. Os dez mais bem pontuados passam por um workshop de seleção, presencialmente, aprendendo técnicas para transformar suas apresentações em palestras de alto impacto. A banca, então, seleciona os quatro que melhor desempenharem durante os dois dias desse workshop. Depois disso, na semana do evento, levamos esses funcionários selecionados para palestrar na cidade em que acontecerá o evento. Lá, promovemos um novo treinamento, chamado workshop de lapidação. A ideia é que as histórias mantenham sua originalidade, mas com a preocupação de que os colegas consigam contar suas narrativas em um palco para uma plateia de mais de 1.000 pessoas e uma audiência cada vez maior nas nossas redes sociais”, explica.

Carlos Araújo Netto, diretor de Estratégia e Organização do Banco do Brasil
Carlos Araújo Netto, diretor de Estratégia e Organização do Banco do Brasil (Foto: Divulgação/BB)

Uma “tsunami de catarses”

A assistente do BB em Belo Horizonte Carolina Rennó, conhecida como Carô Rennó, fez uma das palestras mais festejadas no evento de 3 de março e uma das mais assistidas no YouTube. Ela falou sobre auto liderança feminina, aceitação e quebra de paradigmas. Ela explica que o primeiro desafio foi produzir o vídeo de 2 minutos, principalmente por saber que ele ficaria “público” no YouTube e poderia ser visto por qualquer um. “Para continuar, precisa fazer um exercício para abrir o seu coração e compartilhar sua história para quem quer que seja. Achei interessante, pois os organizadores do movimento enviam os links para funcionários de diversas áreas do Banco e de cargos diferentes, para que eles sejam avaliados sob diversos olhares, mas com os parâmetros de avaliação claramente definidos pelo edital”.

Carô define o processo do Inspira como uma “tsunami de catarses, a qual jamais imaginava poder viver dentro de uma instituição financeira”. Ela afirma que o tema daquela edição – “Liderança para um Novo Tempo” – foi o principal motivo para se candidatar. “Achei que ele era pertinente ao momento que estou vivendo e aos arranjos que faço para trabalhar, estudar e ser mãe solo e, ainda assim, manter o meu rendimento profissional dentro do Banco como o dos colegas solteiros e sem filho, por exemplo. Acreditei que essa mensagem de auto liderança pudesse inspirar mais mulheres que são mães (solo ou não) a correrem atrás de seus sonhos. Bem como mostrar para homens e mulheres que uma mulher pode muito”.

Carô se preparou intensamente para a apresentação. Antes de participar do workshop que deu feedbacks importantes para ela lapidar o texto, pediu para duas pessoas lerem e retornarem com dúvidas e sugestões. Depois de concatenar as ideias num formato adequado para o modelo Talks, passou a semana antes do evento ensaiando em casa. “A minha filha, que tem dois anos e meio, quando percebia que eu tinha começado a ensaiar, corria pra perto de mim, para me ouvir falar a frase: ‘sou dona de casa, mãããeee da Maria Flor…’. Quando eu dizia ‘mãe da Maria Flor’, ela abria um sorriso e na sequência corria de volta pra brincadeira em que ela estava”, lembra.

Ela afirma ter sentido que o público recebeu bem a palestra e se identificou várias vezes com a fala. “Percebi isso lá no palco quando aplaudiam, ou riam. E percebi depois, quando as pessoas me procuraram para dizer como eles se sentiram representadas. O que me faz acreditar que a fala não é mais minha, mas de todos eles. Fui o veículo pra isso e fico feliz que as palavras tenham encontrado ressonância nas pessoas”.

Carolina Renno,
Carolina Renno (Foto: Divulgação)

Reforçar a cultura organizacional com impacto além da instituição

A funcionária do Banco do Brasil conta que a repercussão já foi além dos canais oficiais do banco. “Uma amiga que não é do Banco do Brasil, disse que recebeu o vídeo em dois grupos de mães distintos do WhatsApp e que as mulheres desses grupos se sentiram motivadas a ir atrás de seus sonhos. O que demonstra que o Inspira não é apenas um movimento de dentro do Banco, mas é uma ponte com a sociedade. Um Banco de espírito público que é braço econômico do país, mas também inspiração na sociedade. Alguém já imaginou que isso seria possível?”, pergunta. Ela conta ainda que uma colega do banco, que é casada e sempre teve um pouco de resistência a engravidar, disse que saiu inspirada a ter um filho. “Ela se sentiu mais segura quanto a maternidade e a carreira. Uma outra colega disse que mostrou o vídeo para todos da família dela que sempre a criticaram por, além de trabalhar, inventar de estudar”.

Tanto Carô quanto Carlos Netto afirmam que mais que o evento, o Inspira BB é um movimento. “Assim como a respiração. Inspira e expira. E não para. É o que move e o que anima… ‘Ânima’, de alma, que dá vida. Inspiramos tudo o que está ao nosso redor, processamos e, por meio da expiração, lançamos tudo de volta para o universo.
Acredito que o Inspira seja a ideia concretizada sobre o que é o inconsciente coletivo. No caso, o inconsciente coletivo do Banco encontra no movimento Inspira a sua forma de se expressar e encontrar ressonância no corpo funcional. Corpo esse que dá vida à Instituição”, explica a assistente do BB em Belo Horizonte.

Netto cita o autor Michael Mankins, que no livro “Tempo, Talento e Energia” diz que a energia vital de uma empresa são as pessoas inspiradas. “Pesquisas demonstram que um trabalhador inspirado é 90% mais produtivo do que o engajado e que sua produtividade é mais que o dobro da produtividade de um funcionário meramente satisfeito. Além disso, temos uma preocupação social genuína, afinal somos o Banco do Brasil. As palestras emocionam, conectam e engajam na busca de uma transformação coletiva. Na medida em que o evento conta essencialmente com a participação de nossos funcionários, com suas histórias profissionais e pessoais, fortalecemos valores como “inovação” e “protagonismo”, princípios norteadores da empresa. O Inspira é plataforma que auxilia o posicionamento do BB sintetizando como nos diferenciamos de outros Bancos: “Uma empresa brasileira inovadora, que conecta as pessoas às suas realizações”, conforme definido na nossa Estratégia Corporativa. Essa, sem dúvida, é a maior contribuição para nossa cultura organizacional”.

 

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