História e Comunicação Empresarial: juntas impulsionando os negócios

A História sempre esteve associada às salas de aula e ao meio acadêmico, ou mesmo como matéria-prima para o universo da literatura e do cinema. Mas é possível inserir a área no mundo corporativo? Ruediger Borstel, diretor global da História Corporativa e Documentação da Bayer, prova que sim.
Ele desembarca no Brasil no dia 17, para palestrar no Aberje Trends – Tendências da Comunicação 2ªedição. Em entrevista exclusiva, o historiador alemão conta um pouco sobre a interface entre História e Negócios.

Aberje: Por que uma companhia deve ter um departamento de história em sua estrutura organizacional?
RB: Um departamento especial para História e Arquivos Corporativos ajuda uma grande empresa a garantir segurança legal (em direitos de patentes, processos etc) de seus documentos e seu conhecimento. Ele auxilia os departamentos de marketing e branding a usar a história como ferramenta de venda; de comunicação (com material de referência); de pesquisa (com resultados científicos) e ajuda a criar datas comemorativas (exemplos: 150 anos da Bayer, 100 anos da Bayer na China). Nossos clientes são funcionários das áreas jurídica, de patentes, de comunicação e de branding, além de jornalistas, cientistas, pessoas físicas e outras empresas.
Pragmaticamente, como o departamento ajuda os negócios?
RB: A Bayer tem vários exemplos de benefícios financeiros obtidos gerados por esse departamento, muitos deles ligados a informações e segurança legal em processos e litígios, incluindo aqueles relacionados a marca e produtos, e temas como compensação ambiental e proteção de patrimônio histórico.
Como anda a História na Alemanha nos dias de hoje? Historiador é uma boa profissão para se seguir?
RB: Grandes empresas de países de língua alemã somam cerca de 500 historiadores e arquivistas corporativos em atividade. A história é muito popular e um fator de identificação na Europa, podendo ser usada como bom argumento de venda também. Nosso lema é: Tradição sim, nostalgia não.
No entanto, na Alemanha precisamos lidar também com o “tempos não tão bons” pelos quais passamos. Recebemos pedidos de pesquisadores e jornalistas de todo o mundo sobre o papel da Bayer e da I.G. Farben durante o nazismo e, como especialistas, sabemos como auxiliar a área de comunicação em suas respostas e reações. Sem usar a transparência para abordar esses temas problemáticos, grandes empresas envolvidas no nazismo ou na Primeira Guerra Mundial seriam boicotadas ou teriam uma péssima imagem. Ao contar os fatos como eles aconteceram, a história cria uma imagem melhor para a empresa. É assim que entendemos a transparência e mostramos responsabilidade social.
As inscrições para o Aberje Trends 2ª edição estão abertas. Acontece dia 17 de março, das 9h às 18h em São Paulo. Mais informações no link.
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