16 de março de 2022

Grupo de Estudos de Novas Narrativas da USP debate história e urbanismo da cidade de São Paulo 

O primeiro encontro de 2022 do GENN contou com a participação do historiador Fernando Atique

O primeiro encontro de 2022 do GENN contou com a participação do historiador Fernando Atique

Participantes do GENN

No dia 10 de março, os integrantes do GENN – Grupo de Estudos de Novas Narrativas da Escola de Comunicação e Artes da USP (ECA-USP) -, coordenado pelo diretor-presidente da Aberje e professor titular da ECA-USP, Paulo Nassar, estiveram reunidos de forma online para o primeiro encontro do ano de 2022. As reuniões ocorrem desde 2007 e, a partir deste ano, o grupo vai promover e produzir pesquisas na área das interfaces da comunicação. Na ocasião, o professor Luiz Alberto de Farias (ECA-USP), vice-coordenador do grupo, apresentou um projeto coletivo de amadurecimento do GENN, uma publicação especial, a revista Interfaces da Comunicação.

“No momento em que passamos por uma pressão fortíssima contra a ciência, contra a educação, contra o ensino superior, quando temos uma redução significativa de investimentos, publicar uma revista é abrir um espaço para que as pessoas possam dialogar e apresentar as suas pesquisas com benefícios para toda a sociedade”, disse Farias.

“É uma revista múltipla, interdisciplinar, que se presta exatamente a buscar contribuições que talvez não se encontrem necessariamente em uma publicação ou outra, mas que possam ter uma amplitude dialogal com áreas como Antropologia, Sociologia, Ciência Políticas, Economia, Psicologia, Administração, Museologia, Arquitetura & Design, Turismo, Direitos Humanos, Comunicação, entre outras”, complementou.

Convidado pelo GENN, o professor da Unifesp Fernando Atique, que vem trabalhando nas interfaces entre Arquitetura, Urbanismo e História, apresentou algumas considerações que dizem respeito à maneira como se conta a história sobre São Paulo. “A narrativa da história da constituição desta metrópole tem me intrigado desde quando era mestrando em São Carlos, a partir das grandes movimentações que vinham de um estruturalismo, mas que não me ligavam efetivamente algumas compreensões do que seria esta cidade que se fez metrópole ainda no final dos anos 1930, mas que deixava várias pontas soltas no que diz respeito a quem foram as pessoas que sumiram dessa cidade que virou metrópole e quais as edificações que desapareceram. O que vou mostrar pra vocês é fruto de uma reflexão iniciada num grupo de pesquisa em 2015 sobre a cidade que se foi”, disse.

Para explicar de forma minuciosa, Atique preparou alguns slides – As demolições como problemas de história urbana – que esquematizam essa transformação entre 1908 e 1945, ou seja, quando da chegada de São Paulo à república e como ela se transforma nessa cidade. “Estudar esse período de formação da metrópole paulistana é trabalhar com elementos de engenharias de poder e de arquiteturas políticas. Isto é fundamental”, acentuou. 

Em seguida, os participantes puderam expor suas considerações ao trabalho do historiador. “A narrativa organiza a experiência no tempo e no espaço. A tua exposição mostra que estamos no caminho certo de trabalharmos realmente comunicação jamais desvinculada de interfaces poderosas”, concluiu Paulo Nassar.

“Cada vez eu fico mais fascinada pelo poder da narrativa; de como a narrativa muda o passado. É incrível essa possibilidade de mudar o passado revisitando as narrativas e o poder que isso tem no meu presente, na medida em que eu posso me relacionar com o espaço que eu habito, com o que eu sei de mim e da cultura que me influencia e quanto isso é necessário para mudar o futuro”, complementou a consultora em Comunicação Empresarial e professora da Escola Aberje de Comunicação, Vânia Bueno.

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