08 de julho de 2021

Em sua quarta startup, CEO conquista espaço entre HR Techs e fatura mais de R$ 3M por ano

Com veia empreendedora desde os sete anos, o executivo André Franco, de 43 anos, tem conquistado espaço no mundo dos negócios ao desenvolver uma plataforma digital de comunicação interna e RH para melhorar o engajamento dentro de empresas; hoje a sua startup é avaliada em cerca de R$ 30 milhões

Empreender é uma vontade de muitos brasileiros hoje em dia. Para se ter uma ideia, 25% da população adotou o empreendedorismo como carreira nos últimos 20 anos, que segundo dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, GEM, a taxa de empreendedorismo no país bateu recorde.

André Franco é um dos brasileiros que se encaixa nesse perfil e sua vontade de empreender começou bem cedo. Aos sete anos, para comprar os brinquedos e itens que desejava, passou a comprar balas de um caminhão de doces e depois revender em uma construção ao lado de onde morava. “Essa foi a minha primeira experiência com o empreendedorismo, onde já tinha ideias para gerar renda, mesmo que ainda muito criança”, conta o empresário.

Depois disso, André conta que nunca mais parou. “Comecei a programar cedo, fiz um site de uma rádio de Campinas de graça, em troca da divulgação do meu curso de programação em uma linguagem que era nova na época. E deu certo, comecei a ter alunos,  alugava salas em escola de computação para dar aulas”, relembra.

Tudo isso até rendeu alguns prêmios para André, o que gerou uma boa visibilidade profissional. “Assim, fui chamado para trabalhar no UOL. Logo depois, recebi uma oportunidade para trabalhar em uma empresa em Miami, nos Estados Unidos”, comenta Franco. Contudo, a empresa acabou fechando em dois meses, mas uma outra proposta chegou e André voltou para o Brasil para trabalhar no UOL novamente, mas dessa vez atuando diretamente no BOL – a primeira startup em que ele participou, ainda como funcionário. “Foi uma boa escola para minha carreira”, considera ele.

Segundo André, de fato, era uma startup. Começou com seis pessoas, sendo ele o sétimo  funcionário, mas em alguns meses o portal já estava lançado e contava com milhões de usuários. André, que na época liderava uma equipe de tecnologia da empresa, criou um produto para acelerar sites — era época da internet discada, mas a ideia não foi adiante na companhia. “Resolvi sair do UOL para montar a minha própria startup e terminar de desenvolver essa solução”, comenta. Em poucos meses André licenciou essa tecnologia não apenas para o UOL, mas também para outros dois dos principais portais: o iG e o iBest.

Depois, André teve a ideia de criar um outro produto que foi sua segunda startup: um serviço de micro pagamentos para sites de conteúdo, para que assim as pessoas não precisassem usar o cartão de crédito para pagarem na hora de acessar um material exclusivo. Dessa forma, poderiam apenas usar esse sistema para pagar apenas pelos minutos de acesso, usando a própria conta de telefone.

“Aprendi que esses dois produtos não eram muito escaláveis, cheguei a ter alguns clientes, mas eles não foram muito para frente e, depois de um tempo, voltei a trabalhar no mercado”, conta o empreendedor.

“Fui chamado para dirigir uma agência em Nova York, como diretor de tecnologia e criação, fiquei dois anos e meio na agência, depois mais dois anos em São Francisco, onde fui sócio de uma outra agência digital. Lá, no fim dos anos 2000, eu conheci a Netflix e fiquei maravilhado! Quando voltei para o Brasil, pensei em montar algo do gênero aqui, mas o problema era como conseguir público sem ter uma grade de conteúdo. Assim, acabei montando um guia inteligente de canais de TV para atrair o público, mapeando interesses por perfil dos usuários e recomendando programas relevantes a eles, algo equivalente à inteligência artificial. E isso me gerou uma base de mais de 100.000 consumidores em potencial, com perfis e interesses já traçados, para viabilizar o projeto do canal de streaming”, explica André.

Ele realizou uma negociação para conseguir que outros canais licenciassem vídeos para que ele pudesse transmitir online e dessa forma conseguir cobrar das pessoas. “Mas justo nesse momento a Netflix chegou no Brasil, e ficou praticamente impossível competir, sem ainda ter uma base de assinantes pagantes”, acrescentou ele. E assim, sua terceira startup foi finalizada.

 

Quando a chave virou

Mas Franco conta que as tentativas não pararam por aí. “Voltei para o mercado para trabalhar, dei consultorias para algumas agências e depois assumi um cargo executivo no Grupo InPress, de comunicação corporativa, e no 2o mês surgiu uma demanda da PepsiCo para criar uma solução que resolvesse um desafio de comunicação interna e engajamento de colaboradores. Foi quando surgiu a ideia do Dialog. Criamos o produto a seis mãos com a InPress e a PepsiCo, que foi um sucesso, e logo começamos a licenciar a solução para empresas como a Unilever, BRF, Klabin e outras corporações. No início de 2020 fizemos  alguns anos fizemos a spinoff e o Dialog virou uma empresa, uma startup de fato. Então, essa é a minha quarta startup e até o momento a mais bem-sucedida”, complementa.

Hoje, o Dialog – um Superapp de comunicação interna e RH usado por grandes empresas como PepsiCo, Via Varejo, Avon e Carrefour, já atende maia de 40 clientes, um negócio de rápido crescimento e com base tecnológica. O Dialog, que atingiu o breakeven em 2019, acaba de levantar R$ 4 milhões numa rodada seed que o avaliou em cerca de R$ 30 milhões. No ano passado, faturou R$ 2,9 milhões, 75% a mais que em 2019, e espera dobrar a receita este ano.

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