Dow: Inclusão racial nas empresas exige intenção, consistência e participação de todos
Mudanças nas regras dos programas de entrada também contribuem para promover a equidade nas organizações
Falar abertamente sobre as questões de raça e identidade, fazer um diagnóstico da diversidade na empresa e comprometer a liderança são os principais caminhos para uma organização promover a equidade racial de forma consistente, indo além de ações pontuais acerca do mês da Consciência Negra, celebrado em novembro. A necessidade de reparação histórica à comunidade negra, assim como as vantagens de se ter um time diverso têm sido cada vez mais compreendidas.
Episódios como o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos, e do adolescente João Pedro, no Rio de Janeiro, em 2020, evidenciaram a discriminação e desigualdade racial e impulsionaram protestos em todo o mundo. Atentas à este cenário, muitas corporações, como a Dow, se tornaram mais vocais na luta antirracista, colocando esforços adicionais em suas agendas de inclusão.
“Um dos nossos pilares é ser a empresa de ciência de materiais mais inclusiva do mundo. Incidentes como esses reforçam porque devemos tomar ações deliberadas todos os dias para garantir que todos tenham um sentimento de pertencimento”, disse Jim Fitterling, CEO e Chairman na Dow, na ocasião do assassinato de Floyd, assumindo seu compromisso público de lutar contra o preconceito e promover a equidade. “Não cabe apenas à comunidade negra combater o racismo. Cabe a todos nós, especialmente aqueles que provavelmente nunca experimentariam pessoalmente uma situação como esta”, complementou.
A empresa, que há mais de 30 anos trabalha para criar ambientes de trabalho e uma sociedade mais inclusiva, parou para ouvir os funcionários pretos e aliados da equidade racial, em um encontro virtual com mais de mil pessoas, incluindo toda a liderança executiva da companhia. A partir dessas conversas, traçou ações que impulsionassem mudanças reais e significativas na luta antirracista em todo o mundo.
Nascia então, o Dow ACTs — acrônimo em inglês para Advocacy, Comunidade e Talento, um robusto plano para fortalecer as ações de combate ao racismo estrutural e equilibrar a diversidade racial dentro e fora da empresa. Entendendo que a realidade da inclusão racial ao redor do mundo é diferente, cada localidade da Dow desdobrou a iniciativa global em planos regionais para endereçar seus desafios locais, como é o caso do Brasil, onde o ACTs foi formalmente lançado em outubro do último ano.
Na ocasião, o presidente da Dow para o Brasil e para a América Latina, Javier Constante, reforçou sobre a necessidade e urgência de se assumir uma postura ainda mais ativa na luta antirracista: “Nos posicionarmos ativamente nessa agenda, sem dúvida, traz muitos questionamentos, afinal, estamos questionando abertamente privilégios que têm sido sustentados e reforçados há séculos, mas é um risco necessário e que queremos tomar. O ACTs chega para reafirmar e fortalecer nosso compromisso com a inclusão, mas, mais que isso, chega para evidenciar que precisamos ser vocais e atuar firmemente para mudar a realidade”.
No Brasil, o ACTs é liderado pelo grupo interno de afinidade que trata o tema de inclusão racial, o GAAN — Global African Affinity Network, de forma colaborativa e multidisciplinar, envolvendo diferentes áreas da companhia, como Recursos Humanos, Compras, Comunicações e Relações Institucionais, entre outras.
Por meio do ACTs, a Dow está fortalecendo parceiras já estabelecidas e fomentando novas, dentre as quais com a Defensoria Pública dos estados de São Paulo e da Bahia, para ampliar as discussões acerca da inclusão racial no mercado de trabalho, acelerando, assim, a criação de políticas públicas e iniciativas para inclusão de talentos negros no mercado de trabalho. Internamente, promove workshops para ampliar o entendimento em relação à injustiça racial no Brasil, alcançando 90% da liderança. As ações em prol da comunidade vão desde programas de desenvolvimento científico e profissional voltados a alunos universitários pretos e pardos de universidades como USP e Unicamp, ao apoio projetos sociais que atendam especialmente a população preta e parda.
No que diz respeito à valorização profissional de talentos pretos, a Dow estruturou programas de desenvolvimento para talentos internos que, hoje já estão disponíveis para todos os níveis de carreira, suportando e criando condições de aprimoramento dos funcionários em todas as etapas profissionais.
Um dos maiores avanços para ampliar a diversidade no quadro de funcionários foi a ampliação de critérios mais inclusivos nos programas de estágio e de trainee, como a não exigência do inglês, que dificulta o acesso daqueles que não tiveram possibilidade de cursar o idioma. Nesse novo modelo, os selecionados com conhecimento básico ou inferior da língua inglesa, uma vez aprovados, fazem um curso totalmente custeado pela Dow. Outro ponto importante foi a instituição de entrevistas realizadas em horários alternativos, de acordo com a disponibilidade dos candidatos.
Para os trainees, foi criado o programa Potências Negras, totalmente voltado para talentos pretos e pardos.
Como resultado de processos de seleção cada vez mais intencionais, a última edição do programa de estágio Jump to the Future, teve 79% de selecionados autodeclarados pretos e partos, um crescimento de 13 p.p. em comparação com o ano anterior.
Esses projetos e os demais resultados do primeiro ano de execução do Dow ACTs já levaram a Dow a conquistar terceira posição entre as Melhores Empresas para Trabalhar na primeira edição do Ranking GPTW Étnico-Racial 2021, definido em parceria com o Grupo Mulheres do Brasil. Um reconhecimento que indica não apenas que a companhia avança e contribui para promover a inclusão racial no mercado de trabalho, mas, também, inspira toda a cadeia de valor a repensar práticas de inclusão e diversidade em prol de uma sociedade mais equitativa.
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