O ChatGPT chegou para ajudar
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Nos últimos dias, abro páginas de jornais e sites de notícias e me deparo com a febre do ChatGPT. Meu filho, recém-chegado à faculdade de Publicidade e Propaganda, traz a notícia dada pelo professor de que um robô é capaz de escrever textos inteiros tendo algumas informações iniciais. E professores se preocupam com a possibilidade de alunos passarem a usar o ChatGPT para a produção de trabalhos. Alguns se antecipam e adotam o ChatGPT como apoio de posterior interpretação do texto, o que o robô ainda não é capaz de entregar. A inteligência artificial é real e não adianta lutar contra ela. Ela veio para ficar.
Sempre que aparece uma inovação tecnológica, há uma tendência de que dúvida e insegurança se sobreponham aos benefícios que a inovação pode nos trazer. É natural que o novo nos tire da zona de conforto e cause um certo incômodo.
De fato, o ChatGPT lançado em novembro passado pode produzir textos e responder a perguntas em diversos idiomas, adotando expressões personalizadas, aprendizado adquirido com o uso do chat. Melhor que um Chatbot, o ChatGPT é inteligente. Ele apresenta respostas elaboradas, com frases longas, quase “humanas”, com repertório vasto até 2021, não mais que isso, por enquanto.
Na nossa área de comunicação, bem que o ChatGPT pode nos ser muito útil. Imagina fornecer informações ao robô para que ele redija um texto de 200 caracteres para a produção de um release. E você só fará o posterior ajuste fino de revisão do texto. Quanta economia de tempo teremos. O ChatGPT vai substituir o jornalista ou o publicitário e tomar o lugar do profissional? Definitivamente, não! A inteligência artificial pode auxiliar em tarefas mais executoras e nos deixar tempo livre para fazer o que mais deve ser valorizado no profissional de comunicação: o pensamento estratégico, analítico e criativo.
O ChatGPT pertence à startup americana OneAI e tem a Microsoft como parceira, que acabou de anunciar várias funcionalidades ligadas às videochamadas do Teams por meio do robô. Geração automática de legendas dos participantes de vídeo e produção de atas pós-reuniões são duas delas. Um sonho poder obter as necessárias atas sem tomar tempo de um profissional para essa função trabalhosa e puramente operacional.
A chegada de novas tecnologias força a mudança estrutural do trabalho. Por isso que inicialmente é incômoda, por causar movimentações internas. O surgimento dos meios digitais há duas décadas foi um dos fatores responsáveis pelo enxugamento das redações. Mas isso não significou menos emprego para os jornalistas. Ao contrário, o mundo digital e globalizado possibilitou a abertura de uma gama enorme de possibilidades de trabalho para os profissionais de comunicação em áreas antes inexistentes. Foi um avanço para a comunicação, certamente. O ChatGPT pode, como vem ocorrendo em agências de comunicação nos Estados Unidos, provocar demissões de profissionais. Fecham-se umas vagas, abrem-se outras para novas funções. É uma acomodação natural.
A luta contra o novo é inglória. Seja para o professor, para o jornalista ou para o publicitário. No lugar da resistência, nos resta entender como o avanço tecnológico pode melhorar a qualidade do nosso trabalho. Somos consultivos, criativos, trabalhamos com o intelecto. Deixar de executar funções meramente operacionais deve ser encarado como positivo. Ganhamos em tempo para exercitarmos mais a nossa capacidade intelectual. E, eventualmente, podemos ganhar em horas livres para o desenvolvimento de outros projetos, inclusive os pessoais.
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