Já ouviu falar de User-Generated Content (UGC)?
Logo no início do ano o presidente Lula visitou a Argentina e o Uruguai para discutir, entre outros temas, a integração da América Latina e revitalizar as relações com o bloco regional, o Mercosul. A jornalista Natuza Nery convidou, para participar de seu podcast “O Assunto“, a economista Monica de Bolle, professora e pesquisadora de estudos latino-americanos e mercados emergentes da Universidade Johns Hopkins. No episódio a economista analisa o papel de liderança que o Brasil quer assumir na construção de um grande bloco comercial na América Latina: “Para nos inserirmos nos debates e negociações internacionais, precisamos ter coesão regional”.
Os blocos regionais como a União Europeia (UE) ou o Mercosul, por exemplo, são importantes para promover a integração econômica, política e social entre seus países membros, resultando em vantagens como a livre circulação de pessoas, bens e serviços, aumento da competitividade econômica e a criação de um mercado comum. Além disso, ajudam a fortalecer a cooperação internacional, incluindo na negociação de acordos comerciais e na resolução de questões políticas e econômicas.
Tá, mas qual a relação disso com comunicação?
Para promover a integração social, parte importante no sucesso de um bloco, nossa região conta com o obstáculo do idioma. A livre circulação dos “hermanos” nas praias do sul é caso de sucesso bem como o “Brasiloche”. E se colocarmos uma lupa, imagino que o idioma falado é o portunhol.
O Brasil é o único país não hispanohablante e cujos cidadãos não se sentem pertencentes à América Latina. Sempre nos referimos à região como “na América Latina”, ou “os latino-americanos”, sempre em terceira pessoa.
Aqui entra a parte divertida que a comunicação nos brinda. Este artigo da Knewin traz como tendência para 2023 cada vez mais o uso de uma linguagem leve, descontraída e humanizada. E isso vale tanto para o B2C, quanto para o B2B. “Segundo levantamento da McKinsey, 71% dos consumidores esperam uma comunicação personalizada das empresas e 76% ficam frustrados quando as marcas não as entregam. Isso nos leva à tendência que deve ganhar força a partir de 2023: o User-Generated Content (UGC)”.
O conteúdo gerado pelo usuário é simples e passa credibilidade, pois é espontâneo e verdadeiro. Uma mudança de comportamento interessante e que veio para ficar. Assim como o portunhol! Uma divertida linguagem que pode ser ponte para integrar funcionários, clientes de empresas que atuam na região.
Sabemos que o Portunhol é um termo usado para se referir a uma mistura de línguas portuguesa e espanhola, de pessoas que tentam se comunicar usando elementos de ambas. De maneira leve e divertida. Inclui palavras, frases de ambas as línguas, e pode ser uma forma de comunicação eficaz em situações informais, especialmente entre pessoas que compartilham uma herança linguística latina. Claro que não é uma língua oficial e nem substitui a importância de se ter uma comunicação clara. Para isso as pessoas podem aprender o idioma de forma mais profunda.
Por outro lado, sabemos que a formação de uma língua de um país é um processo complexo e influenciado pela história política e cultural, pela imigração de pessoas de diferentes partes do mundo que trazem influências linguísticas, pela interação com outros países, pela literatura e mídia, especialmente quando se trata de popularizar novos termos e pelas instituições oficiais, como escolas e meios de comunicação. É um processo dinâmico e contínuo.
Atuando há anos com empresas da América Latina, este tema está no meu dia a dia, na minha fala diária e no engajamento com nossos stakeholders. E nesses lindos encontros da vida conhecemos a Bruna Castro da #Latimlove que também acredita na força do portunhol como língua do futuro. Imagina… cada dia mais pessoas se sentindo à vontade para interagir, postar, produzir seu próprio conteúdo de maneira leve e espontânea sem medo de errar e só integrar com “los vecinos”. E assim damos a largada à campanha #portunholoficial. Buera?
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