Declaração de Amor ao Rio de Janeiro: Campanha de Cada Um de Nós e de Todos
Escrevo inspirada por um texto de Cora Ronai compartilhado pelo elegante Thomas Naves. A colunista declara seu amor ao Rio ao redescobrir sua rua, após tirarem os tapumes das obras do metrô. O título “Eu amo o Rio: # prontofalei, seguido da frase “Fui tomada por uma onda súbita de amor pela cidade”, nos motiva a ler e a reler esta brilhante e lúcida coluna. E a acreditar que esta é a hora de cada um de nós declarar este amor à cidade revelada que agora temos, pronta para a convivência com a família, amigos, atletas e turistas.
Creio que muitos lembram da música “Gení e o Zepelim”, composta e cantada por Chico Buarque que fez parte do musical Ópera do Malandro, lançado ao final dos anos 70. O refrão “joga a pedra na Gení” se transformou numa espécie de bordão, indicando Gení como pessoas ou até mesmo conceitos que, em determinadas circunstâncias sociais e políticas, se tornam alvo de imprecação pública. Pois é assim que está a imagem do Rio de Janeiro hoje. Governantes, políticos e cariocas jogam pedra na cidade, declarando seu descaso, desamor e muitas vezes até repulsa. E Cora aponta isto na sua coluna. Mas reage. Não aceita a imagem que querem “colar” ao Rio de Janeiro.
Penso que nós, moradores do Rio, nascidos ou não aqui, precisamos reagir a esta pedreira que está se formando, alimentada pelas mídias convencionais e virtuais brasileiras e internacionais, da manhã à noite, como se fosse uma lavagem cerebral, entorpecendo nossos sentimentos mais favoráveis à cidade e até encobrindo ou ofuscando as delícias e os prazeres que ela oferece. Precisamos reagir, mas não só por meio de campanhas publicitárias. Elas ajudam, mas o cidadão tem também sua responsabilidade e pode fazer muito. Tomar uma atitude e se posicionar. Principalmente para defender seu chão, seu bairro, sua cidade. Com um simples click, sem passeatas e bandeiras e a custo zero. Só um pouco do tempo década um. Um registro apenas.
Se cada um externar seu amor pelo Rio, certamente teremos um cenário mais agradável, favorável e menos agressivo. Mais sorrisos. Já fomos uma das cidades mais felizes do mundo. Podemos voltar a ser. Que tipo de campanha podemos fazer? Repetir o texto de Cora Ronai, como exemplo, ad nauseam, até reverter esse processo de descrédito e desvalorização. Vamos redigir colunas, parágrafos, frases e até palavras, com depoimentos afirmativos e otimistas. E circular este material entre nossos amigos e conhecidos. Vamos postar fotos da família aproveitando a cidade, os parques, os centros culturais no seu lazer. Surfando, andando de bicicleta, patins, carrinho de lomba, skate, empinando pipa. Vamos buscar e conquistar para essa campanha nossos amigos que vem ao Rio. Aqueles que não vem, vamos motivar para virem. Estes testemunhais de amor ao Rio, quando divulgados, formam uma corrente positiva cuja extensão não tem fim. E tem a força de uma britadeira para destruir a pedreira.
Serão várias declarações de amor, cada uma de uma maneira, de um formato, de uma fonte e para um grupo ou vários. Pelos jornais, revistas e rádios. E pelo Facebook, Snapchat, Instagram, Messenger, WhatsApp e tudo o mais. Ou seja, tecer esta rede via boca-a-boca virtual que vai detonar as pedreiras que tentam abater o Rio de Janeiro. Vamos declarar amor ao Rio.
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