Capítulo Aberje Rio Grande do Sul promove encontro para debater os desafios da comunicação em ESG
Encontro reuniu profissionais da ESPM, Empresas Randon e Natura &Co
O Capítulo Aberje Rio Grande do Sul realizou no dia 21 de junho o 18° Encontro Aberje na região, para debater o tema “ESG – desafios e oportunidades para a Comunicação Corporativa”. Na ocasião, as diretoras do Capítulo Aberje Rio Grande do Sul Daniela Cidade e Rosângela Florczak receberam o professor de Graduação e MBA da ESPM, Marcus Nakagawa, mentor, palestrante de sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida; Veridiana Sonego, diretora de Planejamento Estratégico e Comunicação Corporativa das Empresas Randon; e Michel Blanco, head de Reputação e Comunicação Corporativa da Natura &Co América Latina.
Ao saudar os participantes, Daniela Cidade destacou que “mais do que nunca neste momento, a gente entende que é prioritário nos envolvermos, podermos contribuir para que as organizações consigam ajudar o país e ajudar a sociedade a superar as questões sociais, ambientais e as que envolvem a governança das empresas para que possamos chegar a algum lugar melhor ou diferente de onde nos encontramos”.
“Esse não é um tema novo e todos conversamos e tratamos o assunto sustentabilidade nas organizações há tempos, com outros nomes e denominações e que agora está tão reaquecido por esse novo alinhamento conceitual, esse consenso em torno dos indicadores-chaves dessa área que nos dão a sensação de um pouco mais de unidade”, complementou Rosângela Florczak.
ESG aos stakeholders
Ao iniciar sua fala, o professor Marcus Nakagawa, lembrou que o termo ESG é novo para designar uma prática já utilizada pelas empresas há mais de 25 anos. “Temos problemas e desafios ambientais e sociais no mundo. Em 2015, uma galera se reuniu para falar de um tal de ODS e dos cinco Ps, ou seja, o ESG. O que eles queriam era alinhar esse sonho mundial para todos, os desafios globais. E aí as empresas também precisariam estar dentro desses tópicos e a pandemia acelerou tudo isso”, acentuou.
Grandes investidores salientaram a importância das diretrizes ESG para além das questões financeiras, repensando os modelos de negócio. “Cuidar do ambiental, do social e da governança é mais rentável pois há um controle maior da organização, uma segurança maior através dos indicadores, números e processos. O movimento que precisamos fazer agora é implementar, levar o ESG para todo mundo dentro das empresas. O ESG é uma forma nova de se mensurar o mercado, de olhar para as empresas assim como se olha na área financeira”, ressaltou o professor Naka. “Se você quer ter uma economia de stakeholders, preservar e agregar valor aos públicos de relacionamento, é preciso mensurar e comunicar. Tudo está interligado e a área de Comunicação é fundamental para divulgar ações nessas áreas”, completou.
A prática do ESG nas organizações
Cada vez mais popular, o ESG é uma nova denominação para um conjunto de práticas ambientais, sociais e de governança que já existia e que vêm ganhando força e sendo adotado para criar e manter um ambiente de negócios sustentável. Na ocasião, Veridiana Sonego compartilhou um pouco da história das Empresas Randon em relação à sustentabilidade e contou sobre a ambição ESG, divulgada recentemente e explicou como a comunicação está sendo protagonista na construção dessa ambição.
Referência em soluções para o transporte, as Empresas Randon tem sua matriz instalada em Caxias do Sul (RS), e está presente em vários países do globo. Atualmente, são mais de 13 mil funcionários em 27 fábricas e unidades de tecnologia industrial para as várias marcas do grupo.
Conectar pessoas e riquezas gerando prosperidade é o propósito da companhia e, como explica Veridiana, esse trabalho foi conduzido com protagonismo pela área de Comunicação. “A revelação desse propósito foi feita em 2019, quando foram reforçados os princípios e competências do grupo. Trabalhamos a cultura da Diversidade & Inclusão e este ano lançamos o Rota Verde, a nossa ambição ESG e também a adesão ao Pacto Global. A Sustentabilidade é um tema que sempre permeou as nossas ações”, frisou ela revelando que em 2020, foram aplicados R$ 8,6 milhões em iniciativas de gestão ambiental e R$ 7,7 milhões em ações sociais.
Veridiana explica que a área de Comunicação se envolveu desde o início na construção do plano ESG da empresa. “Para elaborar esse plano de comunicação realizamos workshops para envolver todas as áreas que tinham relação direta com a comunicação”, contou. “O papel da Comunicação é zelar pela consistência da atuação da empresa, questionando e provocando as áreas sobre as ações e iniciativas e evitar a banalização do assunto”, complementou.
Em sua fala, Michel Blanco compartilhou um pouco de suas experiências vivenciadas na Natura &Co. Em sua visão, o ESG precisa ser vivido e praticado, mas sobre a lógica do modelo de negócios. “O papel da comunicação corporativa é como uma janela da organização, reflete a imagem da empresa e ao mesmo tempo captura a visão do cenário externo. Quando a gente pensa em ESG remete aos fundamentos do bom PR: primeiro é a verdade e ter predisposição para o diálogo; segundo, precisa ter consistência e pertinência, ou simplesmente relevância; e terceiro, é a consequência, pois cria expectativa e gera compromisso. Tudo isso pode ser resumido como responsabilidade: mais do que promoção é preciso fazer uma prestação de contas com a sociedade. Acredito que este seja o caminho mais acertado para se fazer comunicação com temas de ESG”,
Blanco lembrou que essa pandemia evidenciou três grandes problemas atuais sobre os quais as empresas podem e devem fazer algo: a crise climática, a desigualdade cada vez mais abissal e uma crescente intolerância. Nesse contexto, o executivo compartilhou um pouco do que tem sido sua experiência na Natura &Co e as mudanças que a pandemia trouxe na maneira de fazer Comunicação.
“Rapidamente adotamos uma estratégia focada em três pilares: barrar o contágio, cuidar das pessoas e manter a economia circulando. A comunicação tinha o papel fundamental na condução desses assuntos e para levantarmos as contribuições que poderíamos dar. Aproximar os públicos era crucial, ter uma perspectiva de que pudéssemos trazer PR e comunicação interna num ritmo, ao menos parecido, ou refletindo a mesma coisa, sempre sob uma lógica de prestação de contas”, comentou.
Na ocasião, Blanco afirmou que um dos primeiros aprendizados que marcaram esse período é que a comunicação interna, tal como se conhecia, já não existe mais. “Ela é do colaborador e da plataforma, por isso é importante que esteja bem informado, que ele saiba o que pode ou não compartilhar. Passar a ver o colaborador como um emissor, um agente, um influenciador da marca foi a primeira grande ficha para pensarmos nas mudanças que precisaríamos fazer na comunicação interna”, revelou.
“Ao longo desse período, fomos adotando uma comunicação de muita transparência, pensando nos principais públicos. Uma empresa é parte da sociedade, é feita de pessoas e precisa fazer algo a respeito; é trazer para a organização o curso daquilo que precisava ser colocado em marcha: um plano em cima desses três pilares que acabou levando a doação de cerca de R$ 90 milhões. O ESG não é marketing, precisa estar enraizado na organização, refletir seus propósitos e valores”, completou o executivo.
Destaques
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- Pesquisa apresenta novos insights sobre ESG nas organizações
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