14 de julho de 2021

Capítulo Aberje Minas Gerais aborda o tema “Comunicação e a pandemia: desafios atuais e futuros”

Encontro reúne comunicadores da AngloGold Ashanti Brasil, Grupo Santa Casa BH, CNH Industrial, ArcelorMittal, RepTrak Company, Fundação Dom Cabral e Ibram

Encontro reúne comunicadores da AngloGold Ashanti Brasil, Grupo Santa Casa BH, CNH Industrial, ArcelorMittal, RepTrak Company, Fundação Dom Cabral e IbramO Capítulo Aberje Minas Gerais recebeu convidados especiais para o seu 6° Encontro, realizado no dia 8 de julho, de forma online. Nesta oportunidade, o tema “Comunicação e a pandemia: desafios atuais e futuros” foi debatido por Othon de Villefort Maia, gerente sênior de Comunicação e Relações Institucionais da AngloGold Ashanti Brasil e diretor do Capítulo Aberje Minas Gerais; Raquel Ratton, gerente de Comunicação Institucional do Grupo Santa Casa BH; Gabriela Lobo, gerente de Comunicação Interna da CNH Industrial para América do Sul; Cristiano Diniz, gerente Geral de Comunicação, Marca e Relacionamento na ArcelorMittal Aços Longos Latam. Para falar sobre Os desafios e transformações da Covid e do pós-Covid foram convidados Marcus Dias, VP na The RepTrak Company; o professor Paul Ferreira, diretor do Centro de Liderança e professor de Liderança e Estratégia da Fundação Dom Cabral e como debatedor, Paulo Henrique Soares, diretor de Comunicação do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).

Ao abrir os trabalhos, Othon Maia destacou que a Comunicação se nutre do espírito do tempo, pois é embebida pelo momento em que ocorre. “A escolha da pandemia enquanto marco transformador da sociedade é um grande ponto de reflexão e nossos participantes apresentarão diferentes olhares sobre como a pandemia vem transformando esta disciplina [Comunicação], seja por meio de marcos tecnológicos, seja pela aceleração de mudança de comportamentos e de padrões”.

Othon Maia

O primeiro painel contou com a participação de Raquel Ratton e de Gabriela Lobo, com a mediação de Cristiano Diniz. Em sua apresentação, Raquel do Grupo Santa Casa BH, compartilhou o que ela e sua equipe vem fazendo nos últimos meses e o vídeo do case vencedor na categoria nacional Multi Públicos. “Além da campanha e de tudo o que conseguimos realizar enquanto Comunicação, o que fica pra gente é o quanto precisamos ouvir o nosso público interno, o quanto precisamos estar cada vez mais próximos dos colaboradores. E a Comunicação pode ajudar muito nisso, desde que a gente saiba ouvir, desde que estejamos perto deles, mesmo que seja de forma online, entendendo qual a real necessidade do nosso público interno”, ressaltou. 

A executiva conta que, para além dos eventos, ações institucionais, campanhas e datas comemorativas, o foco da Comunicação para 2021 seria Saúde Mental, tema amplamente discutido em todo o mundo. “Percebemos, juntamente com o RH, que com a chegada da pandemia, a saúde mental tornou-se um tema ainda mais essencial e a partir daí, criamos uma campanha  e uma série de ações com foco para o nosso público interno que propõe a utilização do corpo como meio de comunicação. 

Raquel Ratton

A campanha chamada Faz Sentido estimula as pessoas a olhar para dentro de si, se conhecer e cuidar, antes de cuidar do outro, que segue até o final do ano. “Estamos retomando aos poucos os eventos híbridos. São pequenas ações que aquecem o coração e deixam os nossos funcionários mais felizes e mais fortes para enfrentar o dia a dia, principalmente neste momento”, contou Raquel.

Por sua vez, Gabriela, da CNH Industrial, trouxe o case vencedor da Aberje “Como a Comunicação Interna suportou a transição de um novo momento” de uma forma desconstruída para mostrar os desafios vividos após um ano de pandemia. Na ocasião, a executiva quis contar a história dos bastidores e o que foi aprendido nesse período. 

Como tratar o indivíduo como indivíduo, como não fazer uma comunicação massificada, como colocar as pessoas em primeiro lugar, e ao mesmo tempo de forma coerente, já que a empresa precisava ter um posicionamento coerente? Gabriela destaca que um dos pontos que contribuiu para isso foi a experiência vinda dos colegas da Europa e da China, por exemplo, que já estavam enfrentando a pandemia antes do Brasil. “Estabelecer prioridades era a chave, o momento era incerto para todo mundo, mas a gente tinha muito claro: garantir a segurança psicológica e física das pessoas, dar continuidade ao nosso negócio e atuar de maneira responsável e solidária na sociedade”.

Gabriela Lobo

Para discutir a realidade e possibilitar a escuta ativa, foram abertos vários canais de comunicação de mão-dupla e de uma forma muito rápida, orgânica que foi se moldando e se estruturando ao longo do tempo. “A gente precisava ter uma clareza muito grande de como integrar as pessoas e tocar de forma humana. Temos sete fábricas e para o público de manufatura a comunicação digital era um desafio maior ainda. O aprendizado que ficou é que acelerar processo digital, se não for trabalhado juntamente com a liderança, não é efetivo”, argumentou Gabriela. “E o que vem pela frente? Não temos como prever. Para nós é uma lição muito grande de que temos que construir sem moldes e para essa construção precisamos da escuta ativa, e a questão da liderança engajada, que não precisa ter todas as respostas, mas precisa estar junto para comunicar com transparência e se colocar junto ao time”, complementou.

O segundo painel trouxe a participação do comunicador Marcus Dias, do professor Paul Ferreira e como debatedor, Paulo Henrique Soares. Para abrir o painel, Marcus Dias falou um pouco sobre os desafios e transformações da Covid na perspectiva de mensuração e Gestão da Reputação. “De forma geral o que vemos é que as empresas continuam buscando proteger valor, aumentar o retorno sob seus investimentos e maximizar o impacto positivo que podem ter na sociedade”, iniciou Dias.

Com relação à proteção de valor, no que se refere à reputação corporativa, só no Brasil houve um crescimento significativo de 2,5 pontos percentuais entre janeiro e abril de 2020. “Podemos interpretar isso de várias formas, como o entendimento de que a sociedade estava dando um voto de confiança às empresas dando a elas a oportunidade de ressignificar suas trajetórias e trazendo para elas um alto grau de responsabilização para que participassem ativamente na resolução desse grande desafio. Também houve um pico global de reputação em junho, com 72,1 pontos. Em março deste ano, a média global recuou para 70,9 mas algumas empresas aproveitaram a oportunidade para se diferenciarem ainda mais”.

Marcus Dias

Na ocasião, o executivo também falou sobre o que mudou na dinâmica de retornos sobre investimentos, que é um dos grandes objetivos que as empresas têm quando buscam uma estratégia envolvendo reputação corporativa. “Ao acompanharmos a queda reputacional global notamos que os comportamentos de apoio caíram ainda mais fortemente, ou seja, as pessoas passaram a admirar as empresas um pouco menos ao longo dos últimos 12 meses e apoiá-las ainda menos. Isso é um ponto interessante do ponto de vista de que tipo de retorno uma empresa espera junto ao seu ecossistema de stakeholders. Por outro lado, a comunicação teve um impacto mais positivo na reputação das empresas em 2021 se comparado a 2020”, revela Dias, ressaltando que este é um ponto importante a ser considerado pois aumenta a relevância do trabalho dos comunicadores no relacionamento com os stakeholders na gestão da reputação das empresas.

Ao compartilhar algumas de suas reflexões sobre como caracterizar o momento atual, o professor de Liderança e Estratégia Paul Ferreira evidenciou os principais impactos sobre o mundo dos negócios das organizações e direcionou alguns questionamentos para o universo da comunicação. 

Segundo Ferreira, o mundo está vivendo na era das acelerações, do que ele chama de três M Acelerações: o Mercado, movimento de globalização em todos os aspectos; a Mãe Natureza, onde entra mudança climática, biodiversidade, mudanças demográficas; e a Moore (lei de Gordon Moore), que é, na verdade, um princípio que diz que a velocidade e a potência de microchips dobraria a cada 24 meses e o custo permaneceria o mesmo. 

Paul Ferreira

Mas quais os impactos dessas acelerações para os indivíduos, organizações e sociedade? “Ao analisarmos essas tendências, temos que perguntar ainda qual o impacto da Covid-19? Essas acelerações não estão trazendo apenas mudanças, elas estão remodelando a forma como o sistema funciona. A Covid acelera o ritmo das mudanças mas não está modificando a natureza do que está acontecendo com a nossa sociedade, que é uma diferença na capacidade de adaptação e a capacidade de evolução tecnológica”, comentou.

Em termos de negócios, Ferreira identificou três principais quebras de paradigmas: “gerenciando a adaptação: a disrupção é contínua, a questão neste momento é saber se você será o ator ou o alvo dessa disrupção; gerenciando a diversidade, que permite a tomada de decisão eficaz, a inovação e o crescimento econômico – a chave é maximizar os ganhos da diversidade -; e gerenciando interdependências: num mundo interdependente, impor a mudança requer intencionalidade e colaboração”, destacou o executivo.

 

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