BNDES e MCTI assinam acordo para apoiar desenvolvimento de vacina contra Covid-19
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, e o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marcos Pontes, assinaram em Brasília (DF), nesta quinta-feira (14) acordo de cooperação técnica (ACT) para apoio ao desenvolvimento de vacinas brasileiras contra a Covid-19. Com a parceria com o MCTI, o BNDES deverá apoiar a realização de ensaios clínicos de até duas iniciativas, com crédito não reembolsável.
Atualmente, quatro projetos já foram pré-selecionados em chamada pública lançada em julho deste ano pelo MCTI. São eles: os projetos desenvolvidos por UFMG, Senai/Cimatec (Bahia), UFRJ e USP Ribeirão Preto, que já contam com protocolo submetido à Anvisa para realização de ensaios clínicos em humanos.
A primeira etapa da parceria, feita pelo MCTI, será apoiar os estudos de segurança e eficácia preliminares em grupos restritos de voluntários. Nessas fases, por conta do alto risco tecnológico, a participação do setor público é fundamental para a continuidade das pesquisas. Em um segundo momento, o BNDES poderá se envolver na estruturação de formas de apoio aos ensaios clínicos das vacinas que obtiverem sucesso nas etapas anteriores – a fase 3 do projeto. Nesse estágio, o risco tecnológico é menor, mas a exigência de recursos é significativamente maior, o que pode demandar diferentes tipos de estruturação financeira e o incentivo à participação privada.
“Após colocarmos de pé ações emergenciais, focadas nos impactos de curto prazo da pandemia, buscamos agora ações estruturantes de longo prazo baseadas nos aprendizados desse período. Desenvolver a vacina no Brasil fortalecerá nossa capacidade de enfrentar a atual e futuras emergências em saúde pública”, explicou o presidente do BNDES, Gustavo Montezano.
O desenvolvimento de vacinas nacionais é especialmente importante por conta do surgimento de variantes do vírus SARS-COV19, o que indica a necessidade de imunização periódica da população, com a adaptação dos imunizantes existentes. Vacinas nacionais também protegem o orçamento público de oscilações cambiais nas compras de produtos estrangeiros.
“Desenvolver a vacina no Brasil fortalece nossas capacidades tecnológica e industrial de enfrentar a atual e as futuras emergências em saúde pública. A autonomia vacinal é uma conquista importante para o Brasil no combate à COVID-19, reforçando um dos mais importantes programas imunológicos do mundo. E que pode significar, no futuro, uma plataforma de exportação aos demais países”, completou Bruno Aranha, Diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental.
A assinatura do acordo de cooperação técnica com o MCTI é mais uma das frentes do BNDES no campo da saúde. O Banco apoia, entre outros projetos na área, o desenvolvimento da vacina da dengue pelo Instituto Butantan e o Centro Henrique Penna, local de produção do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) da vacina contra a Covid-19 da Fiocruz/Astrazeneca.
“Nossa parceria com o BNDES, de longa data, contribui não apenas com recursos para o desenvolvimento da vacina, mas possibilita também a mobilização de recursos privados caso as vacinas tenham sucesso nas fases 1 e 2”, celebrou o secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcelo Morales.
O BNDES e a pandemia – O BNDES realizou um amplo conjunto de ações emergenciais desde o início da Covid-19, em abril de 2020. No campo da saúde, a atuação envolveu o apoio à montagem e operação de leitos para tratar a Covid-19; ao desenvolvimento e à produção de equipamentos e materiais médicos críticos; e a doação de equipamentos de proteção (EPIs) e de outros insumos para hospitais que atendem ao SUS. Apenas de forma direta, foi mobilizado mais de R$ 1 bilhão em ações de saúde.
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