12 de março de 2020

BNDES abre nova seleção para matchfunding de projetos de patrimônio cultural

Estão abertas as inscrições para seleção de projetos a serem apoiados pela segunda edição do programa “Matchfunding BNDES+ Patrimônio Cultural”. Essa iniciativa inovadora financia ações que têm como objetivo deixar legado de patrimônios culturais materiais e imateriais brasileiros. O BNDES é associado da Aberje.

A proposta do apoio via matchfunding se baseia diretamente no engajamento da sociedade: a cada R$ 1 captado por projeto junto ao público geral, o BNDES aplicará outros R$ 2, até o limite de R$ 200 mil por projeto. O valor total de cada iniciativa apoiada deverá ser entre R$ 30 mil e R$ 300 mil.

Podem participar da chamada instituições sem fins lucrativos e com projetos cujos objetos sejam reconhecidos oficialmente como patrimônios culturais, nos termos do edital. As propostas deverão se enquadrar em pelo menos uma das quatro categorias da seleção — Promoção & Inclusão, Inovação & Tecnologia, Educação & Inspiração e Preservação & Memória — e serão avaliadas conforme critérios como impacto, inovação, tradição, perenidade e custo-benefício.

As inscrições deverão ser efetuadas até 10 de julho no site www.benfeitoria.com/bndesmais, no qual estão disponíveis os detalhes da chamada. Haverá duas ondas de seleção, uma com propostas inscritas até 10 de maio e outra com as inscrições até 10 de julho. Os selecionados divulgarão suas campanhas na plataforma do programa entre julho e dezembro.

Estão previstas caravanas de capacitação sobre financiamento coletivo (crowdfunding), abertas ao público em geral, nas cidades de Salvador, Manaus, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo. A iniciativa é resultado de uma parceria com a SITAWI Finanças do Bem e a plataforma Benfeitoria, coidealizadores e correalizadores da ação.

NÚMEROS – O programa “Matchfunding BNDES+ Patrimônio Cultural” é o primeiro do gênero envolvendo uma instituição pública no Brasil. Em sua primeira edição, teve alto índice de sucesso, com 80% dos colaboradores declarando que o aporte do BNDES influenciou positivamente sua decisão de apoio. Foram 190 projetos enviados, de todas as regiões do país, e 20 selecionados. Desses, 18 foram financiados com sucesso. Além dos selecionados, mais de 5 mil pessoas foram capacitadas por meio de eventos presenciais e videoaulas online. Pesquisa realizada pela plataforma Benfeitoria indicou também que, antes do “Machfunding BNDES+”, 60% dos colaboradores (a maior parte de pessoas físicas) nunca tinham doado para projetos de patrimônio cultural e 44% nunca tinham apoiado um projeto via crowdfunding.

Na primeira edição, foram contemplados projetos de vários portes e estados brasileiros, que podem ser conhecidos no site www.benfeitoria.com/bndesmais. Vem sendo beneficiados, por exemplo, projetos de preservação e digitalização de acervos como o do Museu Imperial, em Petrópolis (RJ), e de adaptação ou ampliação de estruturas físicas, como a reforma do recinto das aves do Museu Goeldi, em Belém (PA) e construção de um palco para atividades culturais no Parque do Queimado, em Salvador (BA).

Unindo história, desenvolvimento econômico e tecnologia, o projeto “TecTur Campina” prevê a criação de um aplicativo para smartphones com recursos multimídia e de realidade aumentada, com o qual será possível interagir com a história de diversas atrações da cidade de Campina Grande (PB), promovendo o turismo e a economia local.

Voltado para a preservação do patrimônio imaterial, o projeto “Turismo Afrocultural na Fazenda Roseira”, em Campinas (SP), desenvolverá roteiros vivenciais em Jongo, além de criar um portal na internet e ampliar a acessibilidade do espaço para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

Serão também realizados dois projetos de valorização da cultura indígena, como o documentário “Cantos da Terra”, sobre as línguas indígenas do Brasil, e o projeto “Memórias Indígenas”, que visa qualificar o acervo da Coleção Audiovisual Jesco Puttkamer da PUC Goiás, por meio da identificação das imagens arquivadas, por representantes das etnias Yudjá e Waurá.

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