O paradoxo do ecossistema de saúde frente as mudanças climáticas
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As mudanças climáticas estão diretamente relacionadas com os sistemas de saúde em todo o mundo, já que as transformações nos padrões de temperatura e clima vêm provocando doenças nas populações e a consequente necessidade de atuação dos serviços de assistência à saúde.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a expectativa é de que ocorram 250 mil mortes por ano até 2050 por fatores como estresse térmico, diarreia, malária e desnutrição. Projeções apontam que os custos anuais dos impactos das mudanças climáticas sobre a saúde sejam da ordem de 2 a 4 bilhões de dólares entre 2020 e 2030.
Não obstante, os serviços de saúde também afetam o clima na execução de suas atividades, já que consomem em excesso energia elétrica e gases anestésicos, bem como gera uma enorme quantidade de resíduos. Estima-se que a saúde responda a 4,5% das emissões globais de CO2. Se fosse um país, o setor seria o 5º mais poluente do mundo – o que significa que tem um importante papel a desempenhar no combate às mudanças climáticas.
Entre as iniciativas prementes estão descarbonizar a prestação de serviços de saúde e a cadeia de suprimentos de assistência à saúde. Um dos primeiros passos é mensurar as emissões a partir da elaboração do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (IEGEE).
Signatária do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2022, a Unimed do Brasil, confederação que representa o maior sistema cooperativista de saúde do mundo, disponibiliza às suas 340 cooperativas e mais de 150 hospitais o Programa Carbono Neutro, com o objetivo de avançar em direção à emissão zero, tendo em vista o impacto gerado pelo atendimento a 19,3 milhões de pessoas em 9 de cada 10 municípios brasileiros.
O projeto foi desenvolvido a partir de um diagnóstico, que levantou a maturidade de gestão ESG das cooperativas e estabeleceu a Jornada ESG do Sistema Unimed, com metas para curto, médio e longo prazos para impulsionar essa agenda. O objetivo foi construir um direcionamento sistêmico sobre as questões ambientais, sociais e de governança, estrategicamente estabelecidas e desdobradas em iniciativas que visem à transformação e à perenidade do Sistema Unimed, composto por 140 mil colaboradores e 118 mil médicos cooperados.
Outra iniciativa da Unimed do Brasil que visa a diminuir o impacto ambiental é o incentivo ao uso do cartão digital por parte dos beneficiários. A estimativa é de que a medida reduza o uso anual de plástico em cerca de 90 toneladas, diante da variável do número de beneficiários do Sistema Unimed, além de promover mais agilidade e segurança para os processos que envolvem todos os agentes da cadeia.
Também está em andamento um piloto do Selo ESG, que certificará e reconhecerá a participação das cooperativas Unimed em relação às boas práticas em governança e gestão para a sustentabilidade, traçando caminhos para uma evolução contínua e sistematizada de indicadores e no atendimento de exigências dos órgãos de regulação.
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