12 de abril de 2024

Aberje recebe lançamento do livro “Diálogos com o futuro” da Rede Educare, com patrocínio da Bayer

Autores e personagens da obra falaram sobre suas trajetórias e sobre a relevância da Comunicação para a sustentabilidade

Na última quinta-feira (11), a Aberje recebeu em sua sede em São Paulo uma roda de conversa para o lançamento do livro “Diálogos com o futuro”, realizado pela Rede Educare e Selo Futuro, com patrocínio da Bayer, via Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. Escrito por Angélica Santa Cruz e Nathan Fernandes, a obra reúne 30 histórias inspiradoras que abordam temas como persistência, superação, coragem, criatividade, talento, esperança, fé, compaixão e generosidade.

Além de Nathan Fernandes, participaram da roda de conversa Katia Rocha, CEO da Rede Educare; Daniela Bortman, head de saúde da Bayer; Jamira Muniz, coordenadora do Espaço Cultural de Alagados; e André Palhano, fundador e organizador da Virada Sustentável. Daniela, Jamira e André são personagens de histórias do livro e falaram sobre suas experiências com os participantes do evento.

Na abertura, Kátia Rocha falou sobre a atuação da Rede Educare e seus esforços junto a projetos sociais e culturais com o propósito de transformar o mundo pela educação para a sustentabilidade e da diversidade. “Os livros são parte do trabalho – formamos professores, desenvolvemos bibliotecas e fazemos livros”, explicou.

O diretor-executivo da Aberje, Hamilton dos Santos, enfatizou a importância da comunicação estratégica em tempos desafiadores. Segundo ele, empresas e instituições enfrentam dificuldades para dialogar com seus diversos públicos no cenário atual. “Hoje não temos tempo de dialogar com o futuro”, ressaltou Santos, destacando a necessidade de concentrar esforços em ações urgentes que permitam preparar o caminho para o futuro. “A comunicação estratégica é aquela que está em função das emergências que estão nos desafiando”, afirmou.

Ele ainda citou o tema escolhido pela Aberje para o ano, “Comunicação para a Transição”, que reflete a urgência de uma comunicação estratégica alinhada com as emergências atuais, incluindo a crise climática e as demandas por transições energéticas e outras mudanças fundamentais.

Construindo juntos o futuro 

“Precisamos valorizar mais projetos como esse para construir uma agenda de temas importantes”, refletiu Daniela Bortman. Ela compartilhou sua própria jornada, revelando sua determinação em superar obstáculos após um acidente que a deixou tetraplégica. Foi com o apoio de seu pai que voltou a estudar, mesmo com a recusa da faculdade de Medicina em aceitá-la como aluna. “A gente não faz nada sozinho e é justamente por isso que é importante sermos impulsionadores dos outros”, conta.

Bortman destacou a importância de valorizar projetos que abordem questões cruciais e construir uma agenda em torno desses temas. “A gente tem responsabilidade no mundo que estamos construindo”, explicou, lembrando sua busca por representatividade na medicina e seu desejo de impulsionar e influenciar outros. “​​Representatividade é escolher como você vai poder influenciar os outros”, declarou.

Ela contou como chegou à Medicina do Trabalho, enxergando na área uma oportunidade única de cuidar da saúde das pessoas no ambiente onde passam a maior parte do tempo. E nesse processo, a Comunicação é uma aliada poderosa. “​​A saúde e a Comunicação caminham lado a lado para garantir a educação em uma organização”, explicou. “Quando promovemos comunicação empresarial e consideramos a saúde, estamos cuidando da base sustentável da empresa que são as pessoas”, afirmou.

Sonhos coletivos

Durante sua fala, Jamira Muniz, comentou a importância da inspiração e do exemplo. “As pessoas inspiradoras nascem para dar a mão para outras”, declarou. Ao compartilhar sua própria jornada de aprendizado, ela lembrou como aprendeu a ler com o dono de uma banca de jornais, enquanto trabalhava como catadora de latinhas. “Educador é educador em qualquer lugar – onde tem gente para ouvir”.

Sua paixão por quadrinhos despertou o desejo por mais conhecimento e, anos depois, levou-a a criar uma gibiteca no Espaço Cultural Alagados – ou Gibicanto de Leitura, como sugerido por uma das crianças que frequentava o espaço. A primeira contribuição para o acervo veio de um colecionador, que entregou a ela uma coleção de 1.200 revistas em quadrinhos em uma mala. “Não podemos ser acumuladores de sonhos, temos que despertar os sonhos para que o outro perceba na gente a ajuda que eles sabem dar”, afirmou.

Ela ressaltou a importância de garantir o futuro e enfatizou a responsabilidade individual de cada um para buscar seu próprio caminho, ao mesmo tempo em que ajuda os outros. “Existe um corpo coletivo”, concluiu.

“Como tratar temas difíceis de uma maneira mobilizadora?”

A sustentabilidade vai muito além das questões ambientais, ou, nas palavras de André Palhano, “Sustentabilidade é um tema muito mais amplo do que questões ambientais, é uma agenda para a humanidade”. Ele comentou a percepção restrita do tema, muitas vezes ligada apenas à preservação ambiental, em uma suposta contraposição ao desenvolvimento econômico e social.

A forma como determinados temas são apresentados pode fazer muita diferença, e Palhano destacou a importância da comunicação para apoiar uma melhor compreensão da sustentabilidade. “Como podemos encantar as pessoas pela sustentabilidade?”, questionou.

Ele compartilhou a trajetória da Virada Sustentável, que teve início com um evento cultural e artístico, buscando gerar reflexão sobre temas de sustentabilidade e promover ações educativas. A articulação com diversos movimentos sociais e com equipamentos e órgãos públicos beneficiou o evento, que já na primeira edição contou com mais de 400 atrações em mais de 170 locais de São Paulo.

“​​Não podemos esperar conquistar corações e mentes com relatórios e papers herméticos – por mais que sejam importantes, eles podem ser inacessíveis para o público amplo”, explicou Palhano, ressaltando o papel crucial da arte e cultura na conscientização para a sustentabilidade. Ele também comentou a percepção equivocada de que as empresas aderem à agenda de sustentabilidade unicamente por obrigação, enfatizando que atualmente o setor privado é o mais capacitado a ter uma visão de futuro e impulsionar o debate sobre o tema.

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