Aberje organiza Lab de Agronegócio com o tema “A comunicação do Agronegócio nas pautas de ESG”
Último Lab do ano reúne profissionais de comunicação para falar sobre ESG
A Aberje realizou, no dia 8 de dezembro, mais um Lab de Comunicação para o Agronegócio, desta vez com o tema “A comunicação do Agronegócio nas pautas de ESG”. Participaram do encontro a diretora de Sustentabilidade, Comunicação e Compliance na AMAGGI, Juliana de Lavor Lopes; o editor de ESG da Exame, Rodrigo Caetano; e o jornalista especializado em economia e agronegócio e escritor, Nicholas Vital, como mediador. A General Motors do Brasil é patrocinadora deste evento.
Responsabilidade social, sustentabilidade, ESG. A nomenclatura se modifica dentro das organizações conforme a sua maturidade no assunto. Juliana de Lavor Lopes frisa que se trata de um processo gradativo e contínuo de melhoria, que ocorre conforme a empresa vai evoluindo. “Quando se fala em ESG a empresa vai para uma atuação mais robusta relacionada à sociedade e aos diversos stakeholders ao seu redor. O setor financeiro vem com essa pegada do ESG cada vez maior. Isso exige da empresa um entendimento um pouco diferente de como relatar e comunicar as questões vinculadas às questões sociais, ambientais e de governança corporativa”.
“Eu enxergo isso como um processo quase que natural de maturidade das empresas e do próprio sistema capitalista. Não são apenas mudanças de nomenclaturas, mas evoluções de entendimento do papel das empresas, do entendimento dos riscos e do impacto que qualquer atividade econômica causa não só no meio ambiente mas também na sociedade”, complementa Rodrigo Caetano, acrescentando que o ESG surge como uma forma de dar materialidade à questões que antes eram tratadas apenas na parte da ética. “Ele surge no mercado financeiro e traz essa materialidade para que investidores pudessem, de fato, medir questões que impactam os negócios e os investimentos de uma forma sistematizada. Foi assim que surgiu o ESG, em 2004”.
Para Juliana, um dos grandes desafios do agro é endereçar uma comunicação que chegue clara para cada público. “Tivemos que aprender a contar mais claramente para cada público no formato que o público entende. Por muito tempo a gente falou pra gente mesmo, poucas vezes pra fora. Aí quando fomos falar tivemos dificuldade de achar o formato da comunicação e quando a gente vai para esse mercado investidor, há desafios de trazer as informações do agro brasileiro”, comenta.
“O ESG é muito sobre assumir a sua responsabilidade. Todos causam impacto, então o principal ponto do ESG é você entender qual impacto você causa para que você possa atuar da melhor maneira e gerar valor para a sociedade. Dentro dessa ideia eu vejo que o próprio jornalismo passa por uma transformação, por uma crise. Em relação ao agronegócio, existe uma cobertura especializada muito boa e completa, eu não vejo que falta informação para o produtor rural, por exemplo, mas vejo que o agronegócio não tem uma ‘voz’ muito aceita pela grande imprensa. Acho que isso tem vários motivos: o agronegócio entender que há, sim, problemas e por um tempo o setor minimizou esses problemas e isso tem causado prejuízos ao agro brasileiro”, disse o editor da revista Exame.
Juliana enfatiza que tentar evitar falar sobre agronegócio não faz sentido nenhum e que é cada vez mais importante que as empresas se debrucem nos desafios, sem julgamentos. “Isso é muito ruim para um processo de transformação porque a tendência das empresas é fazer muito, mas para evitar uma exposição negativa, acham que é melhor não falar. Mas não adianta, ela tem que se expor, vai ter que falar. É o quanto se dá de transparência para as dificuldades que se tem”, frisa. “Trata-se da importância de se tornar vulnerável, quando você está vulnerável, você está mais forte do que nunca, você tem força suficiente para enfrentar as suas dificuldades”, completa.
Destaques
- Retrospectiva Aberje 2024: mundo em crise e transição
- Tema do Ano “Comunicação para a Transição” é renovado para 2025
- Valor Setorial Comunicação Corporativa 2024 analisa importância das conexões e da transparência na Comunicação
- Aberje participa de jantar comemorativo dos 25 anos da Fundação Gol de Letra
- Web Summit Lisboa 2024: Inovação e ética em um futuro moldado pela IA
ARTIGOS E COLUNAS
Patricia Marins Meta e o fim da checagem de fatos: por que a Dieta da Comunicação é essencial para a gestão da reputação em 2025Thais Andreoli Gestão de crises: transparência ou discrição?