A eficácia da Governança Corporativa pode ser medida pela distância entre o discurso e a prática

Não basta apenas tomar decisões e comunicá-las publicamente, é fundamental que elas sejam efetivamente implementadas em ações concretas. Quando uma empresa não consegue traduzir suas palavras e compromissos em atitudes de seus colaboradores ou parceiros comerciais, sua credibilidade fica comprometida, sua reputação corre risco e há uma desconexão cultural muito perigosa.
O objetivo da governança é garantir que as decisões tomadas protejam o propósito e levem o ideal da organização adiante, promovendo sua longevidade. Para isso, é crucial que todos os envolvidos ajam em harmonia. Não é suficiente que os conselheiros tenham visão do futuro, estratégias claras e tomem decisões; a liderança deve compreender e se engajar no processo, estar capacitada para comunicar a decisão de forma clara para as equipes e demais stakeholders.
A decisão anunciada deve representar e ser continuamente incorporada à cultura organizacional, de modo que todos os colaboradores possam compreender, engajar-se e agir com base nessa referência. Portanto, medir a governança de uma empresa está relacionado à avaliação de suas ações concretas. Infelizmente, existem muitos exemplos de empresas que demonstram formalmente um compromisso com a governança e são até reconhecidas por suas práticas, mas cujas ações contradizem seus discursos e premiações quando verificamos seus resultados e impactos.
Algumas empresas falam sobre sustentabilidade, por exemplo, mas postergam a redução dos impactos negativos que produzem no meio ambiente. Outras defendem a diversidade e inclusão em seus quadros, mas não se esforçam para criar um ambiente e preparar os colaboradores para receberem todos, sem preconceitos ou julgamentos.
Casos emblemáticos na última década revelaram que possuir selos, auditorias e reconhecimento de qualidade de governança não é suficiente para que a Governança seja efetiva. Esses episódios estimulam o aprimoramento dos mecanismos de observação, controle e punição. É consenso que sistemas de regulação são necessários, mas nem sempre suficientes. O recente caso da Americanas fez emergir novos e mais profundos questionamentos e dúvidas sobre o que as organizações aprenderam até aqui sobre transparência, accountability, equidade e responsabilidade.
A última revisão do Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa, publicado recentemente pelo IBGC, incluiu “Integridade” como quinto pilar da governança, o que comprova a relevância do comportamento coerente e ético. A comunicação tem um papel essencial na disseminação desses princípios no mundo corporativo.
ARTIGOS E COLUNAS
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