O embate entre interesse privado e público nas relações com a imprensa

Ao sugerir uma pauta, ofereça ao repórter conteúdo que gere notícia
Inserir o interesse privado ou corporativo na sugestão pautas para jornalistas faz parte do jogo. As redações sabem disso. Afinal, assessoria de imprensa é para divulgar a marca, o produto ou a mensagem de uma organização na mídia. Mas é fundamental que nesse jogo prevaleça, acima de tudo, o interesse público ou de mercado.
O pai das relações públicas, Ivy Lee, que assessorou o magnata John D. Rockefeller, já avisava os jornalistas que eles podiam jogar no lixo qualquer sugestão de pauta que coubesse em um anúncio. Quando o comunicador sugere uma pauta, ele deve evitar qualquer traço publicitário ou corporativo na narrativa. O repórter não está ali para fazer propaganda da fonte de informação. Ele está atrás de notícias que agitem o mercado, que produzam comentários e reflexões, que causem furor, surpresa e engajamento. Por isso, dê a ele conteúdo que vire notícia.
Mas o que é que gera notícia? Além do interesse público ou de mercado, notícia deve ter magnitude, ser relevante a várias pessoas e não apenas a um pequeno grupo e ser verdadeira.
Assim, a sugestão de pauta deve conter outras três características comuns à notícia: gerar repercussões sociais, políticas ou econômicas, ser atraente e estar contextualizada. Dessa forma, você fisga a atenção do repórter e mostra a ele que seu conteúdo é relevante ao público e ao veículo dele.
Essa é uma lista com regras básicas de como construir uma boa sugestão de pauta. Ao reproduzir essa receita, você elimina automaticamente informações inúteis e se livra da pressão de vender informação antiga como fresca. Não há nenhum mal em embutir o ponto de vista do cliente na mensagem, desde que a informação tenha potencial de notícia, seja verificável, nova e atual.
Não é bom negócio tratar os repórteres sem transparência, porque se o comunicador tem alguma reputação, ela se dissolverá rápido. Se ainda a estiver construindo, talvez nunca consiga ter uma e suas informações passarão a ser descartadas tão logo cheguem ao destinatário. O repórter deve ser visto como um aliado do comunicador e tratado com respeito, em vários aspectos, principalmente na dimensão intelectual. Cuide bem dessa relação e os resultados serão promissores.
ARTIGOS E COLUNAS
Thaís Naldoni De “Brainrot” a Business Intelligence, o que o YouTube pode ensinar à Comunicação InternaLeila Gasparindo Geração Z e diversidade: uma contribuição inédita para a evolução da comunicação organizacionalLuis Alcubierre Reputação na era da desconfiança: o que está mudando na Comunicação
Destaques
- Aberje publica Termômetro Especial com análise da comunicação na COP30
- Em entrevista para portal Carta da Indústria, Paulo Nassar destaca importância da memória corporativa
- Prêmio Aberje 2025 destaca iniciativas de comunicação corporativa e anuncia vencedores nacionais
Notícias do Mercado
- TIM tem nova estrutura na vice-presidência de Marca e Comunicação
- Sing Comunicação é a nova agência de RP para a ServiceNow no Brasil e México
- Novo posicionamento de marca da B3 traduz expansão do negócio e aproxima marca de diferentes públicos

































