A Comoditização do Mundo

Os seres humanos, por muitas vezes, acreditam que o mundo deva se adaptar às suas ideias e vontades, não o contrário. Assim, nos tornamos pessoas limitadas, numa sociedade em constante transformação que não se adaptará às nossas idiossincrasias.
Como nós, as organizações, sejam privadas, públicas, entidades de classe, devem romper com a mecânica autômata de que a realidade deva se adaptar às suas ideias e, sim, percorrer o sentido inverso: “fazer a análise da realidade concreta para mudar o curso da história.” Como afirma Francisco Viana[1] em seu livro Comunicação Empresarial de A a Z .
Quais são os valores que os públicos de interesse esperam das organizações?
Vivemos um processo de descentralização, da comoditização das informações, dos produtos e serviços, que condiciona e não determina o comportamento e maneira de agir da sociedade. É uma nova estrutura que a era do conhecimento nos leva a aceitar, ou ficaremos à deriva.
As condições são inevitáveis para organizações que queiram sobreviver à comunicação transversal proporcionada pelas mídias digitais. Portanto, como descreve Pierre Lévy[2], em seu livro Cibercultura, a técnica ou tecnologia (no caso, a digital) condiciona a sociedade, mas não a submete ou a determina em suas ações.
O que é determinante no que se refere às organizações que fazem parte da sociedade, ou seja, inseridas no meio social, são as estratégias. Se elas não estiverem alinhadas e em constante mudança frente às técnicas condicionantes da cultura social serão expurgadas, caso mantenham-se burocratizadas.
Vivemos hoje numa sociedade que vem reformulando seus valores, a cultura e a sua maneira de interagir com o mundo. As organizações não devem agir de forma diferente. Devem ter uma administração contingencial, adequada aos valores e a cultura da sociedade. Sendo assim, o que leva as empresas e as marcas ao fracasso é o determinismo e não o condicionamento.
Os referenciais advindos da revolução industrial não se encaixam mais num mundo que exige mudanças imediatas e emergentes. No seu plano fechado, as organizações devem buscar mudanças internas como as reformulações éticas, de valores e as culturais, que interajam com seus públicos de interesse.
[1] Jornalista, doutorado em Filosofia Política (PUC-SP) e consultor de empresas.
[2] LÉVY, Pierre. Cibercultura. 3ºedição. São Paulo: Editora 34. 2010
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