Até o sabático ficou complicado
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Glen publicou, há menos de um mês, um pedido de ajuda no LinkedIn. Ele deixou por vontade própria a empresa onde trabalhava e decidiu passar um ano em Barcelona. Sua dúvida era como inserir essa informação no seu perfil. “Gap year? Sabático? De alguma forma, isso não me parece suficiente”, escreveu.
A questão levantada pelo profissional, cujos cabelos brancos revelam certa senioridade, não é tão descabida assim. Quantas conclusões precipitadas são, afinal, tiradas a partir de uma atualização de perfil? Quantas oportunidades são perdidas por palavras mal escolhidas?
O LinkedIn é a ferramenta favorita de 85% dos headhunters. Muitos delineiam o perfil profissional do candidato a partir da sua Headline, aquela linha final logo abaixo do nome. Ao deixar esse espaço em branco ou simplesmente preenchê-lo com a posição ocupada, talentos e executivos correm o risco de se afastar do emprego dos sonhos. O próprio LinkedIn recomenda destacar ali a sua proposta de valor, o que o faz tão único entre 7 bilhões de habitantes do Planeta Terra. Deve-se colocar no Headline e em apenas 120 caracteres a resposta para a questão mais difícil de todas: quem é você.
Difícil? É claro que sim. E esse é um dos motivos do Storytelling estar tão em voga. Assim como acontece com as empresas, é cada vez maior o número de profissionais que recorrem à ajuda especializada para contar sua própria história seja em um discurso, em um livro, em uma entrevista de emprego ou em uma rede social. “Na vida, a grande força do Storytelling vem do seu efeito inspirador, que permite às pessoas desconstruir, analisar e reinterpretar as próprias estórias a partir das suas próprias experiências e criar e recriar significados”, explica James McSill.
O post de Glen recebeu, em 15 dias, mais de 7,5 mil curtidas e 3 mil comentários. Como você pode imaginar, extrapolou o seu círculo de conexões. Entre felicitações pela nova empreitada, foi sugerido que ele se posicionasse como Estudante Full Time, Tempos Inovadores, CEO of Life, Expatriado, Ano de Desenvolvimento Pessoal, Aprendiz Freelancer, Explorando Novas Competências e Experiências. O que ele escolheu? Active Learner, um aprendiz ativo, em tradução livre. Glen, aliás, era líder de comunicação em uma companhia americana. Com esse post, ele divulgou quem era, destacou seus planos, engajou sua rede e cessou possíveis rumores sobre o seu desligamento. Com uma simples pergunta, ele criou uma história e promoveu o seu futuro.
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