A reforma trabalhista e as novas gerações
Enquanto no dia 28 de Abril, nas principais capitais brasileiras, vivemos um dia de paralisação e protesto contra mudanças nas leis trabalhistas e nas regras da previdência, o resto do mundo parece caminhar em outra direção.
Trago aqui alguns dados interessantes de algumas pesquisas que andei lendo*.
● Já não é mais novidade que os jovens estão mudando o cenário de contratações nos setores e economias que ainda crescem e contratam: os talentos preferem cada vez mais o trabalho independente e dizem ‘não’ às carreiras dedicadas às corporações;
● Quando decidem entrar para o mundo corporativo, comprar um bem ou serviço, esses jovens dão preferência às empresas que pensam e se comportam como eles.Diversidade não é mais “papinho” de RH, é estratégia de negócios – quanto mais diverso o time de liderança, maior a probabilidade de engajar os talentos e tomar boas decisões que impactam na performance dos negócios.
● Alguns estudos preveem que até 2050, metade das posições que conhecemos nos Estados Unidos podem ter sido automatizadas. Não estou falando das clássicas posições na linha de produção. Fala-se em aplicar inteligência artificial para eliminar tarefas repetitivas de enfermeiros, advogados e administradores. Gente de carne e osso vai continuar se dedicando a tarefas que exigem flexibilidade, criatividade e julgamento;
● Os jovens conhecidos como millenials (nascidos entre 1980 e metade da década de 90) e os gen-Zers (nascidos depois de 95), se optarem por entrar no mercado de trabalho formal, vão querer se dedicar a novas ideias, experimentar e mudar de carreira, trabalhar meio período como voluntários ou freelancers. A propósito, estima-se que em 2020 os freelancers já serão metade do efetivo em vínculos tradicionais de emprego. Acho que nem precisa esperar – olhe à sua volta e veja quantos amigos e conhecidos já estão nesse modelo, por opção ou falta dela, com todas as dores e delícias que ele traz consigo.
● Uma pesquisa recente da MGI (McKinsey Group Institute) mostra que 42% dos gen-Zers têm expectativa de se tornarem empreendedores depois de viverem alguma experiência como funcionários full ou part time.
● Os millenials e gen-Zers valorizam o bem-estar e o impacto social – 62% dizem que estão interessados em carreiras com impacto na sociedade, e 53% estão dispostos a trabalhar ainda mais duro para aumentar esse impacto.
● Na pesquisa global realizada pela BCG, 20% dos entrevistados, de todas as gerações, disseram estar dispostos a abrir mão de até 5% de seu salário em troca de trabalhar de casa um ou dois dias da semana.
Foi bem frustrante perceber que, nos pensamentos que nortearam os críticos da reforma trabalhista e da previdência, houve pouca consideração às demandas do futuro. Gostaria de ter ouvido mais diálogo sobre esses pontos, que já fazem parte da agenda em outros países.
*Referências:
Twelve Forces that will Radically Change How Organizations Work (BCG)
Kevin Surace’s TEDx – AI, robotics, automation and the future of jobs
The Top 5 Workplace Trends we’ll see in 2017 (Fast Company)
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