11 de outubro de 2023

Fórum de Comunicação Corporativa analisa a influência da liderança na construção da cultura interna

Promovido pela Aberje e Valor Econômico, o webinar é o primeiro de uma série de três encontros; próximas sessões acontecem dias 16 e 18 de outubro

A Aberje e o jornal Valor Econômico, parceiros há 16 anos na publicação do caderno especial Valor Setorial Comunicação Corporativa, promoveram, no dia 10 de outubro, a primeira sessão do IV Fórum de Comunicação Corporativa Aberje e Valor Econômico, que reúne comunicadores de diversas empresas, em três encontros digitais – os próximos acontecem nos dias 16 e 18 de outubro. As conversas podem ser acompanhadas ao vivo nos canais do Youtube da Aberje e do Valor, a partir das 12 horas.

Para debater o tema “Quem e o que influenciam a cultura interna das empresas hoje?”, o encontro reuniu a diretora de Comunicação da Intel para a América Latina, Carolina Prado; a vice-presidente de Comunicação da Bayer, Malu Weber; a gerente de Comunicação Corporativa na Alubar Global Management, Mônica Alvarez; a superintendente de Comunicação Corporativa do Itaú Unibanco, Pâmela Vaiano, e o editor-assistente de projetos especiais do Valor Econômico, Fernando Taquari, que mediou o debate.

“Quem e o que influenciam a cultura interna das empresas hoje?”

Na visão de Pâmela Vaiano, os reflexos da sociedade atual estão muito perenes e calcados dentro das empresas. “A cultura de uma organização não se reflete apenas de dentro para fora, no que é comungado entre os profissionais, mas também no que se comunga entre família, no que se vive fora da empresa. Hoje, a cultura é uma combinação de forças sociais, familiares, internas e externas do mercado”, comenta.

Nos últimos anos, toda essa questão foi acelerada, principalmente no pós-pandemia, conforme lembrou Carolina Prado. “Mesmo com um recente retorno aos escritórios vimos que o interno realmente não existe, as pessoas estão na internet e as coisas acontecem muito rapidamente”, pondera, acrescentando que essa troca de informações acaba alcançando as futuras gerações que ainda vão entrar no mercado de trabalho”.  

Para Malu Weber não há dúvidas: o que influencia a cultura interna das empresas é a atitude do líder, que deve estar longe do antigo ‘comando-controle’. “A vulnerabilidade hoje é importante, os soft skills, a coerência no falar e no agir, a liderança compartilhada, tudo que até pouco tempo atrás, não era foco. Temos que ser afetivos, além de efetivos”, afirma. “As políticas das organizações e o RH precisam mudar porque agora não é mais uma fórmula para todo mundo. Estamos numa evolução, num momento de disrupção de conceitos e de valores”, arremata.

“Eu acho que a influência da cultura interna está, sim, na liderança – nós como gestores temos uma responsabilidade grande na construção dessa cultura –, mas também está nos funcionários. O ponto de inflexão é que vai ser o diferencial da empresa, na busca por resultados no negócio e no dia a dia”, complementa Mônica Alvarez, enfatizando que a área de Comunicação tem uma função educativa nessa construção.

Conhecer o público interno e abrir espaço aos talentos

Os empregados são os que mais possuem influência nas empresas, de acordo com estudo realizado com 1.200 funcionários pela Integral em 2022. Diante dessa realidade, como as organizações podem capitalizar essa influência interna para promover uma cultura empresarial mais forte e engajada?

Para Mônica, as empresas precisam conhecer o seu público interno, entendendo suas necessidades e motivações. “Conviver com pessoas de gerações diferentes exige um esforço dos executivos de comunicação para entender quem são esses públicos e adequar as mensagens para cada um deles, convergindo com as necessidades da empresa”, comenta. 

“O quão à vontade as empresas deixam seus funcionários para que possam opinar nas redes sociais? É um exercício de como podemos atuar, enquanto área de comunicação. Mas e enquanto empresa? Qual nosso papel, como líderes, para orientar esses colaboradores a atuarem nas redes sociais?”, provoca Mônica, salientando que isso pode até acontecer de forma natural, dependendo da cultura da organização.

“Talentos querem ser ouvidos, não querem apenas cumprir ordens”, complementa Malu, defendendo a criação de um ambiente de escuta mais ativa onde todos se sintam à vontade para se expressar, discordar ou trazer opiniões novas. “O ambiente de acolhimento é o único que permite a inovação que tanto as empresas querem. Mas a inovação permite tentativas e erros”, completa Carolina. “O líder empático, que apoia a equipe e permite que ela crie e tenha voz, possibilita a inovação; cabe à organização treinar os seus líderes por meio de mentorias”, argumenta.

Mudanças sempre provocam resistências, que podem vir de todos os lados, na opinião de Pâmela, não só dos líderes em relação aos funcionários, mas também dos funcionários em relação às novas estratégias e diretrizes e até ao mercado. “É no micromundo de cada um que a gente vai fomentando uma empresa com mais autonomia e estimulando essa inovação, mas há um caráter adicional: a organização precisa entender para onde o seu mercado está indo e como transicionar as pessoas e as novas gerações para esse lugar que vai exigir novos skill, novos valores e novos comportamentos”.

Ela analisa que poucas empresas trabalham com uma dimensão de horizonte muito longeva. “Cultura é longeva, é um passo de cada vez e sofrendo interferências externas, políticas, de mercado, de competidores. Acho que o segredo é que a cultura precisa andar muito perto da estratégia e de como se valoriza as pessoas. A resistência está mais pautada na falta de uma boa estrutura organizacional para entender essa transformação, todo esse organismo vivo”, ressalta.

Outro ponto destacado durante o fórum foi a importância do equilíbrio do uso da Inteligência Artificial (IA) generativa com a manutenção de uma cultura corporativa autêntica e humana. “Temos que usar a tecnologia a nosso favor, deixar essa tecnologia fazer aquilo que ela faz de melhor e focar no que fazemos de melhor, que é o cuidar e construir relações genuínas e, a partir daí, criar caminhos numa construção em conjunto. A tecnologia é bem-vinda e necessária para evoluirmos. Temos que nos reinventar à luz das movimentações da sociedade”, acentua Malu Weber. 

“Eu vejo o advento da IA generativa não como mais um sistema integrado para a área de tecnologia desenvolver produtos e soluções para os clientes ,mas como uma oportunidade para todos os profissionais elevarem o nível de interlocução, de discussão estratégica etc, que não só vai elevar a produtividade mas uma produtividade de mercado, pois as pessoas estão muito perdidas dentro de processos internos”, conclui Pâmela.

Sobre o Fórum

Esta é a quarta edição do Fórum de Comunicação Corporativa Aberje e Valor Econômico, resultado da longa parceria entre a Aberje e o Jornal Valor Econômico. Neste ano, o tema central “Redefinindo a influência – Como comunicar para promover mudanças” permeia todo o evento digital, que acontece nos dias 10, 16 e 18 de outubro. São três sessões transmitidas ao vivo pelos canais do Youtube da Aberje e do Valor e cada uma delas conta com a participação de diferentes especialistas, CEOs, diretores e vice-presidentes de Comunicação de renomadas empresas do Brasil. 

A primeira edição do Fórum foi feita na pandemia, em 2020, durante a produção do Valor Setorial Comunicação Corporativa, publicação anual do Jornal Valor Econômico, dedicada ao setor. Em três edições, os encontros digitais já reuniram renomados executivos de diferentes segmentos do mercado para debater temas relevantes e atuais. 

Próximos encontros:

Dia 16/10 – Como a área de comunicação influencia o negócio e seus pares
Ana Fontes – Fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME), e do Instituto RME
Jorge Görgen – Head de Com. Corporativa do Iveco Group para a América Latina
Pedro Torres – Diretor de Com. e Relações Institucionais na Gerdau
Ranny Alonso – Diretora de Com. Corporativa no UnitedHealth Group Brasil
João Luiz Rosa – Repórter especial do Valor Econômico (mediador)

Dia 18/10 – CEOs comunicadores: a vulnerabilidade como força
Andrea Sambati – Presidente da Boehringer Ingelheim no Brasil
Jamile Cruz – Country Manager da Rio Tinto
Jerome Cadier – CEO da LATAM Airlines Brasil
Stela Campos – Colunista e editora da área de Carreira do jornal Valor Econômico (mediadora)

Fórum Aberje Valor Econômico de Comunicação Corporativa
Datas: 10, 16 e 18 de outubro
Horário: das 12 às 13h30
Local: YouTube da Aberje e do Valor Econômico e também pelo LinkedIn do Valor.
Inscrições: aqui

Assista a primeira sessão na íntegra:

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