19 de abril de 2016

Comunicação é a chave para conquistar mercados

Mariana Guerin (Folha de Londrina)

Comunicar o consumidor sobre a importância do agronegócio para a economia mundial é o grande desafio das instituições de pesquisa e empresas de insumos ligadas ao setor, de acordo com debate realizado anteontem no Recinto Horácio Sabino Coimbra, no Parque de Exposições Governador Ney Braga, durante a 56ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (ExpoLondrina).

A mesa de diálogo “Comunicação e Sustentabilidade no Agronegócio” reuniu representantes do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Universidade Estadual de Londrina (UEL), Ibá Indústria Brasileira de Árvores, DOW Agrosciences, Monsanto e Syngenta. Além disso, contou com uma palestra do presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, que discutiu “Intensificação Sustentável, Comunicação e o Protagonismo do Agronegócio Brasileiro”. O tema já havia sido mencionado na quinta edição do EncontrosFolha, que tratou dos “Desafios do agronegócio no Paraná: Produzir, transformar e exportar”, em outubro de 2015.

Segundo Maurício Lopes, a sociedade vive um momento de “mudanças alucinantes”, especialmente com o avanço das descobertas tecnológicas e a transformação do comportamento do ser humano. “Temos uma sociedade mais engajada, que quer participar das decisões, por isso precisamos de um novo paradigma de desenvolvimento, no qual a interação é a chave para enfrentar desafios como mudanças climáticas, segurança biológica e a sustentabilidade, que hoje está no topo da agenda da sociedade”, resumiu o presidente da Embrapa.

Ele citou uma pesquisa realizada nos Estados Unidos pela consultoria Act On, a qual apontou que o consumidor moderno é um indivíduo conectado, empoderado e impaciente. “Vivemos uma transformação digital em que a internet é a nova forma de ler a sociedade e tem impacto direto no consumidor, que hoje está mais educado, tem mais renda e maior poder de escolha”, diz Lopes. “E nesse sentido, a economia está diretamente ligada à preservação do meio ambiente, o que significa que o crescimento está atrelado à sustentabilidade”, explica.

Preocupações com o clima, a tecnologia e a urbanização mudaram o comportamento da sociedade, que busca ações sustentáveis no dia a dia e que agreguem valor ao consumo. “O agronegócio precisa entender quem é o consumidor, pois ele é quem coordena os sistemas agroalimentar e agroindustrial”, opina o presidente da Embrapa, para quem o futuro da agropecuária é a “convergência entre as ciências”. “O futuro são sistemas integrados para realização de uma agricultura multifuncional, que não desperdiça alimentos nem energia para produzi-los. A intensificação da produção deve ser feita de forma sustentável para agregar valor e conquistar novos mercados, mais sofisticados.”

Lopes reitera que o desafio do agronegócio brasileiro é “aprimorar a comunicação para contar seu sucesso ao mundo”. “A agricultura brasileira do passado deixou uma marca ruim, de desmatamento, mas creio que o agronegócio como é feito atualmente pode ajudar o mundo a dar saltos de sustentabilidade.”

Ele cita o novo código florestal e o conceito de bioeconomia – que prevê a reciclagem e o uso consciente dos recursos naturais – como “propagandas” positivas para o agronegócio brasileiro frente ao consumidor estrangeiro. Para Lopes, os atores do agronegócio de hoje precisam ampliar a capacidade de planejar e antecipar novidades para inovar de forma contínua.

Mariana Guerin Reportagem Local (Folha de Londrina)

 

EXPOLONDRINA I: Comunicação para conquistar novos mercados

Comunicar o consumidor sobre a importância do agronegócio para a economia mundial é o grande desafio das instituições de pesquisa e empresas de insumos ligadas ao setor, de acordo com debate realizado na segunda-feira (11/04) no Recinto Horácio Sabino Coimbra, no Parque de Exposições Governador Ney Braga, durante a 56ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (ExpoLondrina). A mesa de diálogo “Comunicação e Sustentabilidade no Agronegócio” reuniu representantes do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), Universidade Estadual de Londrina (UEL), Ibá Indústria Brasileira de Árvores, DOW Agrosciences, Monsanto, Syngenta e o coordenador de Comunicação Social do Sistema Ocepar, Samuel Milléo Filho. Além disso, contou com uma palestra do presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, que discutiu “Intensificação Sustentável, Comunicação e o Protagonismo do Agronegócio Brasileiro”. O tema já havia sido mencionado na quinta edição do EncontrosFolha, que tratou dos “Desafios do agronegócio no Paraná: Produzir, transformar e exportar”, em outubro de 2015.

Paradigmas – Segundo Maurício Lopes, a sociedade vive um momento de “mudanças alucinantes”, especialmente com o avanço das descobertas tecnológicas e a transformação do comportamento do ser humano. “Temos uma sociedade mais engajada, que quer participar das decisões, por isso precisamos de um novo paradigma de desenvolvimento, no qual a interação é a chave para enfrentar desafios como mudanças climáticas, segurança biológica e a sustentabilidade, que hoje está no topo da agenda da sociedade”, resumiu o presidente da Embrapa. Ele citou uma pesquisa realizada nos Estados Unidos pela consultoria Act On, a qual apontou que o consumidor moderno é um indivíduo conectado, empoderado e impaciente. “Vivemos uma transformação digital em que a internet é a nova forma de ler a sociedade e tem impacto direto no consumidor, que hoje está mais educado, tem mais renda e maior poder de escolha”, disse Lopes. “E nesse sentido, a economia está diretamente ligada à preservação do meio ambiente, o que significa que o crescimento está atrelado à sustentabilidade”, explicou.

Convergência – Preocupações com o clima, a tecnologia e a urbanização mudaram o comportamento da sociedade, que busca ações sustentáveis no dia a dia e que agreguem valor ao consumo. “O agronegócio precisa entender quem é o consumidor, pois ele é quem coordena os sistemas agroalimentar e agroindustrial”, opinou o presidente da Embrapa, para quem o futuro da agropecuária é a “convergência entre as ciências”. “O futuro são sistemas integrados para realização de uma agricultura multifuncional, que não desperdiça alimentos nem energia para produzi-los. A intensificação da produção deve ser feita de forma sustentável para agregar valor e conquistar novos mercados, mais sofisticados.”  Lopes reiterou que o desafio do agronegócio brasileiro é “aprimorar a comunicação para contar seu sucesso ao mundo”. “A agricultura brasileira do passado deixou uma marca ruim, de desmatamento, mas creio que o agronegócio como é feito atualmente pode ajudar o mundo a dar saltos de sustentabilidade.”  Ele citou o novo código florestal e o conceito de bioeconomia – que prevê a reciclagem e o uso consciente dos recursos naturais – como “propagandas” positivas para o agronegócio brasileiro frente ao consumidor estrangeiro. Para Lopes, os atores do agronegócio de hoje precisam ampliar a capacidade de planejar e antecipar novidades para inovar de forma contínua. (Folha de Londrina)

EXPOLONDRINA II: Desafio é falar para o público urbano

Para Valter Brunner, diretor de Comunicação da Syngenta América Latina, a grande dificuldade dos comunicadores ainda está em falar sobre agronegócio para o público urbano. “O desafio é conseguir comunicar ao consumidor”, opinou.  Como bons exemplos de como levar o agronegócio ao público, o coordenador de Comunicação da Ocepar, Samuel Zanello Milléo Filho, destacou os conteúdos produzidos por revistas e jornais de cooperativas do Paraná – só no Estado são mais de 80 mil exemplares de 20 jornais – e o trabalho feito pelas rádios. “A informação chega direto ao produtor.” A diretora executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia, Adriana Brondani, disse que a chave está no diálogo entre cientistas e não-cientistas. “É importante que o cientista fale ao público, mas para isso ele precisa da ajuda do jornalista, pois não é formado para falar ao público. Acredito que esses dois profissionais precisam conversar, pois ambas as profissões ainda têm dificuldade na formação.” (Folha de Londrina)

EXPOLONDRINA III: Enfoque deve ser relacional

Para Marilene Iamauti, diretora de Assuntos Corporativos da Dow

Agrosciences, “a comunicação é importante para transformar a transferência de tecnologia em histórias de sucesso”. Ela reforçou que o produtor deve estar no centro da comunicação: “É preciso contar a história dele, que ainda é pouco ouvido e muitas vezes tem sua visão distorcida pelos meios de comunicação”. A chefe da secretaria de Comunicação da Embrapa, Gilceana Galerani, observou que a comunicação eficiente passa pelos gestores das instituições, academia, pelos diferentes públicos e pelos profissionais de comunicação. “Acabou a era da divulgação, o enfoque, hoje, deve ser relacional”, resumiu. A consultora Marlene Marchiori, professora e pesquisadora da UEL, completou: “A empresa ou instituição deve deixar de ser emissora para ser receptora”. Para ela, a comunicação sustentável engloba diferentes entendimentos e mobilidade para ampliar a relação com os diferentes públicos.

Esalq – Luiz Gustavo Nussio, diretor da Esalq/USP, comparou as transferências de informação e de competência. “Hoje, o produtor fica sabendo mais rápido das novidades, o que gera uma ansiedade. Às vezes ele sabe mas não consegue colocar em prática. Em contrapartida, a transferência de competência envolve a capacidade de sensibilizar o indivíduo”, disse. Ele ressaltou que o dia de campo ainda é a forma mais eficaz de levar informação ao produtor. “Faz com que o indivíduo tenha aquela ideia como sua.” Nussio acredita que treinar a comunicação nas universidades

é fundamental para os pesquisadores aprenderem a oferecer conhecimento à sociedade. Para Milena Serro, do setor de Comunicação e Marketing Institucional da Ibá Indústria Brasileira de Árvores, “importante é entender do ser humano e saber como ele quer receber a informação”. Já Luiz Silveira, gerente de Relacionamento com Imprensa da Monsanto, sugeriu novas formas de fazer jornalismo. “É preciso se antecipar e usar outras estratégias de comunicação.” (Folha de Londrina)

 

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