Uma Discreta Tensão no Ar: Oportunidades e Oportunismo em Comunicação Corporativa

Imagine: a bola parada na boca do gol e você passa em frente, “por acaso” calçando a sua chuteira… você nem liga para a torcida, que prende a respiração e…você não perde essa imperdível oportunidade!
Na verdade, não é sobre acaso, providência divina ou outras crenças. A bola parada na boca do gol, só foi possível porque você estava jogando o jogo, interagindo com os colegas, ligado no movimento, fazendo sua parte e calçando as suas chuteiras. Estava no lance, percebeu e chutou. Gol!
Já temos idade e vivência para saber que, assim como não existe almoço grátis, as oportunidades não caem do céu. Construímos e trabalhamos muito para isso. O tempo todo. Diga-me você.
E, claro, abundam também os oportunistas, aqueles que forçam “oportunidades”, falseiam, ludibriam,” inventam dificuldades e vendem facilidades”, como se costuma dizer. Oportunismo é o resultado do ardil de um malandro para auferir benefício próprio. Muito diferente de uma oportunidade trabalhada à luz do dia, na qual algumas variáveis se alinham possibilitando a execução de uma ideia, um projeto, um pensamento, uma ação.
Quando uma empresa se aproveita de um gancho mal-arranjado, investe nele, faz sem consistência o chamado “marketing de oportunidade”, um “banho verde” (greenwashing), ou solta um discurso sobre empatia, na primeira porrada vinda das redes sociais, faz xixi na calça e volta atrás. Já vimos alguns casos dessa natureza.
Marcas não tem empatia, o tal “colocar-se no lugar do outro”, que é uma das palavras da moda. Uma organização usar esse argumento cheira a oportunismo barato para vender mais, parecer mais legal, por meio de um artifício ético ou moral, muitas vezes uma enganação. Marcas não fazem dancinhas no TikTok. Marcas podem e devem ter posições, levantar bandeiras, defendê-las com consistência e inteireza de propósitos, usando sua estrutura de comunicação com o mercado, com seus consumidores. Sair do discurso e ir para a ação. O resto é o velho “embromation”. Marcas tem interesses. Ponto.
Sinal dos tempos
Vivemos um tempo de muitas mentiras usadas por interesse ou necessidade de grupos ou de indivíduos, às vezes desesperadamente. Vivemos um tempo de individualismo exacerbado. Vivemos quase o tempo todo em alerta, desconfiados e defendidos, de olho na próxima tentativa de golpe, do discurso sedutor para nos tomar a alma e o bolso, apurando o faro para os oportunismos que nos iludem.
Assim, há uma discreta tensão no ar. Desconfia-se e observa-se o jogo, que estamos jogando sobre um tabuleiro novo, com novas regas e jogadores antigos, remodelado em permanência, sobretudo para nós, vindos do mundo analógico, fora das redes sociais, e os novos atores que nasceram com a mãozinha no mouse. É muito desafiador, porque é necessário encontrar o ponto certo, justo e harmônico, para seguir em frente e entregar o melhor de cada um de nós como contribuição ao objetivo proposto.
ARTIGOS E COLUNAS
Thaís Naldoni De “Brainrot” a Business Intelligence, o que o YouTube pode ensinar à Comunicação InternaLeila Gasparindo Geração Z e diversidade: uma contribuição inédita para a evolução da comunicação organizacionalLuis Alcubierre Reputação na era da desconfiança: o que está mudando na Comunicação
Destaques
- Aberje publica Termômetro Especial com análise da comunicação na COP30
- Em entrevista para portal Carta da Indústria, Paulo Nassar destaca importância da memória corporativa
- Prêmio Aberje 2025 destaca iniciativas de comunicação corporativa e anuncia vencedores nacionais
Notícias do Mercado
- TIM tem nova estrutura na vice-presidência de Marca e Comunicação
- Sing Comunicação é a nova agência de RP para a ServiceNow no Brasil e México
- Novo posicionamento de marca da B3 traduz expansão do negócio e aproxima marca de diferentes públicos


































