21 de julho de 2021

COlabora #5 – Um caminho comum

Publicado originalmente no LinkedIn em 13 de julho de 2021

 * escrito em parceria com Renata Falcão, Superintendente de Gestão de Participações em SPE e Programas de Governo da Eletrobras

“Se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável” (Sêneca)

Numa era em que a atuação socialmente responsável vem ganhando cada vez mais relevância no cenário empresarial, definir e ativar o propósito corporativo é tarefa basilar para qualquer empresa. É ele que deve orientar o relacionamento com os stakeholders da companhia, de modo que cada ponto de contato, com cada um dos stakeholders, se traduza na construção de valor mútuo. Alinhamento entre propósito e ação, discurso e prática, é o primeiro passo na jornada do compromisso com a temática ESG (da sigla em inglês para environmentsocial governance) – jornada esta que toda empresa que se almeja duradoura já começou a trilhar. Indicadores ESG se tornaram, ainda, importantes ferramentas de avaliação de desempenho de grandes empresas num mundo em que a “economia verde” dita as suas regras e é protagonista eficaz no plano de recuperação econômica em diversos países, criando oportunidades para investimentos em eficiência energética e inovação.

Definido o propósito, entra em cena o diálogo. Toda empresa é um ente social, inserido numa complexa teia de relações. Para ser relevante, precisa fazer diferença. E isso requer escuta genuína, empatia, construção colaborativa. Quais são as reais necessidades dos públicos com os quais se relaciona? De que modo pode contribuir para atendê-las? Trata-se do estabelecimento de uma parceria verdadeira, com objetivo não apenas de assegurar a chamada licença social para operar nas comunidades em que atua, mas, sobretudo, de ampliar o impacto positivo de suas ações.

Na Eletrobras, uma das mais perfeitas traduções para este diálogo se dá por meio dos Centros Comunitários de Produção (CCPs). Trata-se de unidades voltadas para o uso eficiente da energia elétrica, que beneficiam pequenos produtores por meio da aquisição de equipamentos eficientes, estimulando o cooperativismo e agregando valor a suas atividades econômicas. Ao longo da história da companhia, os CCPs vêm sendo implantados como ações complementares ao Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica, o Luz Para Todos, programa do governo federal operacionalizado pela companhia desde 2003, que já foi responsável pela chegada da energia elétrica aos lares de mais de  16 milhões de pessoas na área rural do país. Agora, a exitosa experiência pode se repetir na Amazônia, onde o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica na Amazônia Legal, o Mais Luiz para a Amazônia, também operacionalizado pela Eletrobras desde 2020, agregará energia renovável e limpa à vida da população que vive nas chamadas áreas remotas do país.

Mais de 1,3 mil famílias já foram beneficiadas pelos CCPs em todas as regiões do país, unindo a conscientização sobre o uso eficiente da energia e o apoio aos meios produtivos em atividades como resfriamento de leite, beneficiamento de café e fabricação de doces. Algumas características se destacam. Em primeiro lugar, trata-se de uma ação de responsabilidade social diretamente relacionada ao negócio da empresa. Gerar e transmitir energia limpa e renovável é o core business da Eletrobras. Assegurar que essa energia seja utilizada de maneira consciente e responsável é uma das formas de traduzir em ação o seu propósito: “colocamos toda a nossa energia para o desenvolvimento sustentável da sociedade”.

Adicionalmente, a implantação de um CCP funciona como um catalisador de parcerias na comunidade em questão, contribuindo para que os próprios produtores se organizem em prol da melhoria das condições produtivas. Todo projeto começa com uma parceria estabelecida entre a empresa e associações ou cooperativas de pequenos agricultores, agências de extensão rural e governos locais. É a empresa fomentando o desenvolvimento local, atenta às reais necessidades da comunidade, promovendo o diálogo e participando da construção coletiva de melhorias.

A promoção do uso eficiente da energia e o combate ao seu desperdício são compromissos inequívocos da Eletrobras, traduzidos, também, pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) priorizados em sua estratégia empresarial. Entre eles estão os ODS 7 (energia acessível e limpa), 12 (produção e consumo responsáveis) e 13 (ação contra a mudança global do clima). A sociedade moderna e evoluída ruma ao balanço zero de energia, onde o que é consumido é  gerado sustentavelmente e eficientemente pelo próprio cidadão. A eficiência energética é o primeiro combustível limpo que deve ser usado no planejamento energético.  Conscientização é a palavra-chave, e, nesse sentido, atuar junto aos diferentes públicos e setores da economia  é fundamental.

O trabalho é complexo, exige diálogo constante e atento, e a definição das estratégias depende fundamentalmente da natureza do negócio e dos atores envolvidos. Sejam quais forem as especificidades, no entanto, uma coisa é certa: é pelo propósito que se conectam indivíduos e empresas. Vivê-lo verdadeiramente, portanto, é alinhar vento e vela. Depois, basta seguir.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Renata Petrocelli Bezerra Paes

Superintendente de Comunicação da Eletrobras, Renata Petrocelli é jornalista e publicitária, com mestrado em Ciência da Arte pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente, cursa o Global Business Management do IBMEC. Atuando há mais de 10 anos na comunicação corporativa da Eletrobras, também coordena o Comitê de Comunicação Integrada das Empresas Eletrobras, que congrega todas as subsidiárias do grupo, e representa a empresa na Plataforma Ação para Comunicar e Engajar da Rede Brasil do Pacto Global. É membro do Conselho Editorial da revista "Comunicação e Memória", publicação da Memória da Eletricidade.

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