12 de fevereiro de 2025

Tendências de social media para 2025

Let’s make social media great again?

Foi com essa frase que o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, se endereçou, no último dia 22 de janeiro, ao público presente no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça.

Uma frase um tanto sensível dada seu contexto e origem política, mas que nunca fez tanto sentido nos dias de hoje.

Quando comecei no segmento de conteúdo digital, lá por volta de 2008, Orkut, Fotolog e Twitter dominavam o mundo. O YouTube ainda não trabalhava com vídeos de alta qualidade, o Facebook era um diário digital para se conectar com amigos e família (não existiam as fanpages e nem o temido Business Manager) e o Instagram era uma ideia. As câmeras digitais ainda eram o futuro.

Nessa época os diálogos em redes sociais eram mais ou menos assim:

User 1: – “Eu gosto de maçãs.”

User 2: – “Eu gosto de bananas.”

User 3: – “Legal, bacana!”

E todos vivíamos mais ou menos felizes para sempre.

Hoje, é basicamente:

User 1: – “Eu gosto de maçãs.”

User 2: – “Maldito odiador de bananas!”

User 3: – “Quem mandou votar em fulano, ele nem gostava de fruta, seus imbecis.”

“As redes sociais deram o direito à palavra a legiões de imbecis que, antes, só falavam nos bares, após um copo de vinho e não causavam nenhum mal para a coletividade.”

Umberto Eco, 2015

Mas se você trocar a palavra “imbecis” por qualquer xingamento racista, homofóbico, capacitista e de discurso de ódio, talvez a gente tenha um retrato mais fiel do que é o relacionamento e o comportamento atual em redes sociais.

E é aí que concordo com as três ideias levantadas pelo primeiro-ministro:

  • Fim do anonimato digital com um cadastro unificado de dados reais de usuários;
  • Maior transparência sobre o uso dos algoritmos;
  • Responsabilização de CEOs de Techs.

Tudo isso para que o nosso mundo digital, nessa constante evolução em que, em 24 horas, tudo muda, possa progredir de forma mais segura e positiva.

As redes sociais são um advento cultural e comportamental que já fazem parte da nossa identidade humana, todo mundo conectado ou já teve, ou já viu, ou já ouviu falar. Isso faz parte de como nos relacionamos e por isso é tão importante que a gente aprenda a usufruir do melhor delas, para o presente e para as gerações futuras.

Progressão. Evolução. E assim chegamos ao tema deste artigo.

Diante desse cenário de transformações e desafios no ambiente digital, é essencial entender quais são as tendências que tem o potencial de moldar o futuro da comunicação nas redes sociais.

Quais estratégias podem ser mais eficazes? Como as marcas podem se adaptar sem perder relevância? O que podemos fazer de diferente para, de fato, inovar?

Por isso separei 10 tendências de social e segue o fio:

  1. Vídeos curtos e menos produzidos engajam muito: plataformas como TikTok, Reels, Shorts e agora até o LinkedIn engajam cada vez mais com seguidores que buscam conteúdos audiovisuais concisos e sem muita produção. Ainda estamos na onda dos 15 segundos, mas se o conteúdo não prender a atenção nos primeiros 5 segundos, já era.
  2. Social commerce em alta: as plataformas estão evoluindo para hubs que oferecem uma infinidade de features e serviços além da criação e compartilhamento de conteúdo, integrando recursos de compra, venda e recomendações que permitem aos usuários descobrirem e adquirirem produtos e serviços direto por meio das redes sociais.
  3. Autenticidade e transparência: passou da hora das marcas enfrentarem momentos difíceis ou de crise com coragem e transparência em redes sociais. Nada enfurece mais um seguidor do que um post com comentário fechado e eles nunca vão se esquecer disso. Ao mesmo tempo quanto mais você contar sua história e da sua marca de forma genuína e autêntica, mais você vai engajar.
  4. Integração com inteligência artificial: não para substituir, mas para complementar, melhorar, refinar e aprimorar experiências, comportamentos e conteúdos de texto, imagem, vídeos e áudios.
  5. Redes sociais como buscadores: especialmente a Geração Z e Millennials, vem recorrendo às plataformas de redes sociais como suas principais ferramentas de pesquisa, influenciando a forma como as marcas otimizam o seu conteúdo para serem descobertos.
  6. Estratégia baseada em dados: profissionais de comunicação dependem cada vez mais de dados sociais para tomar decisões e corrigir rotas. Se cada conteúdo não tiver um objetivo muito próprio e claro ele não dará nenhum resultado. Mais do que engajamento quantitativo, em 2025 a tendência é o engajamento qualitativo.
  7. Popularização do conteúdo efêmero: você ainda pode criar campanhas mais extensas com diversas plataformas e formatos, mas um conteúdo bem pensado, criativo, chamativo e diferente em apenas um stories no IG pode ser um acerto ainda maior. Menos sempre foi mais, ainda mais em social.
  8. Conteúdo otimizado por voz: por que tem tão pouca gente falando sobre integrações de assistentes virtuais com conteúdos de social? Ou a busca via áudio do Instagram? Atendimento de bots via áudio no Facebook? Temos! Você já pode até aplicar SEO em áudios criados por IAs e incorporá-los a vídeos.
  9. A evolução do Marketing de Influência: influenciadores são influenciadores, mas e influenciadores que se portam como veículos? Ou veículos de mídia que se portam como influenciadores nas redes sociais? Já estamos na era do LinkedIn Positioning em que marcas corporativas criam seus próprios influenciadores dentro de seus segmentos.
  10. Estratégia por plataforma: como se valer de conteúdos e formatos diferentes para contar uma mesma história em redes sociais e não apelar para o bom e velho conteúdo igual em todas as redes. A era do conteúdo “one-size-fits-all” chegou ao fim.

Se pararmos para pensar, são tendências simples, de baixa complexidade e até custo, mas com um potencial enorme para que possamos exercitar criatividade, autenticidade, conexões e um olhar mais alinhado a comportamentos humanos.

Ainda acredito em um futuro muito promissor em redes sociais, então bora colocar o “social” em Social Media de novo!

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Pablo Lopes

Pablo Lopes é Líder da Prática de Conteúdo Digital & Criação na AND, ALL – Reputação e influência. Especialista em Mídias Sociais e Conteúdo Digital, Pablo Lopes atua na área de comunicação há mais de 15 anos, com passagem por agências de publicidade, produtoras de conteúdo e canais de TV. Ele é especializado em criação e planejamento estratégico e tático de conteúdo, estratégias de social CRM, engajamento de marca e relacionamento com influenciadores digitais. Ele é graduado em Letras pela PUC-SP, com pós-graduação em Roteiro Web e TV pela Academia Internacional de Cinema.

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