26 de outubro de 2021

Que empresa você quer ser?

No atual cenário de intensa transformação dos negócios acelerado por tecnologias digitais, provavelmente a empresa em que você atua deixou de concorrer apenas com os competidores tradicionais do setor. A nova concorrência inclui não apenas novos entrantes, mas também gigantes de outros segmentos econômicos que cruzaram fronteiras e expandiram seus negócios.

Esse movimento provoca uma reflexão sobre que tipo de empresa queremos ser no futuro. Para entender melhor como a maioria delas está organizada, trago a definição do professor Venkat Venkatraman, que em seu livro “Digital Matrix: New Rules for Business Transformation through Technology” elenca as organizações em três principais categorias:

Industry Incumbents: empresas incumbentes que conhecem bem seus atuais concorrentes e que já mapearam, analisaram e entenderam como as organizações tradicionais em sua indústria respondem às mudanças do mercado. Possuem conhecimento o bastante para antecipar seus possíveis movimentos e contam com um bom repertório de respostas para cada um deles. Em breve, no entanto, serão posicionados em redes compostas não apenas por concorrentes tradicionais, mas por novos players que eles desconhecem.

Tech Enterpreneurs: ambiciosos e iniciantes empreendedores de tecnologia que têm ousado com visões audaciosas sobre como causar uma disrupção e reordenar o mundo dos negócios. Empresas que nasceram digitais e com um desprezo flagrante pelas regras de gestão da era industrial. Pensam além das fronteiras definidas pelo setor e acreditam na criação de modelos de negócios que prometem fornecer valor incomparável aos clientes usando o poder das tecnologias digitais. Algoritmos e automação guiam seu pensamento, altos volumes de dados combinado ao poder da análise tornam-se um recurso-chave e um grande diferencial competitivo. Nem todos terão sucesso, mas os poucos que fizerem poderão tornar-se grandes concorrentes ou então parceiros, na medida em que sua empresa se transforma.

Digital Giants: os gigantes digitais estenderam progressivamente sua influência e alcance da indústria tradicional em que operavam para a sua. Ontem eram empreendedores de tecnologia. Hoje cresceram e ampliaram seu escopo para setores nos quais anteriormente forneciam apenas tecnologia ou gerenciavam operações de back-office. Seu modelo de negócio principal ainda pode ser o fornecimento de produtos e serviços digitais, mas alguns desses gigantes têm cada vez mais parcerias com incumbentes de indústrias para ajudar essas organizações a transformarem seus modelos de negócios para a era digital. O resultado final para esses gigantes têm sido uma integração vertical e horizontal em certos segmentos, incluindo o que você atua.

E aí, em qual categoria se encontra a sua empresa ou em qual delas gostaria de estar?

Seja qual for, é importante adaptar-se às mudanças e adotar o digital como princípio-chave. Empresas que hoje lideram poderão ser seguidoras no futuro, mas os ecossistemas precisarão de diferentes competências e habilidades para desenvolver-se e continuar evoluindo. Esse é só o começo.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Marcos Santos

Marcos Santos é Diretor de Marketing e Demand-Generation da Unisys para América Latina, responsável pelo planejamento e execução das iniciativas de brand awareness e geração de demanda na região. Antes de ingressar na Unisys em 2012, Marcos desempenhou funções seniores em agências de Relações Públicas, como Sing Comunicação, Fundamento Grupo de Comunicação e Andreoli MSL. Graduado em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, Marcos possui MBA em Gestão da Comunicação Corporativa pela Aberje, curso de extensão (pós-graduação) em Análise de ROI em Programas de Marketing e Comunicação pela USP e completou o Programa MicroMaster em Digital Leadership pela Universidade de Boston.

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