Profissionalizar mulheres e construir novas histórias
Estamos vendo cada vez mais mulheres em busca de espaços onde, tradicionalmente, não estiveram. Ou estiveram pouco representadas. Criar oportunidades em ambientes com escassa presença feminina para que elas possam se desenvolver, torna-se uma condição imperativa para que seus interesses e ideais sejam levados em consideração. São muitas as formas de avançar nessa agenda e todas contam.
A primeira delas é formação. Quando pensamos numa ampla maioria de mulheres que não tiveram oportunidade de estudar, isso faz muita diferença. A Fundação Toyota do Brasil apoia projetos sociais que estimulam a equidade de gênero e oferece à mulher a possibilidade de se capacitar para acessar e crescer no mercado de trabalho formal. Por meio do nosso primeiro edital, lançado em 2021, selecionamos três projetos de qualificação profissional. O Mulheres em Expressão, realizado em parceria com a Associação Grupo de Apoio às Comunidades Carentes (AGACC), surgiu com o propósito de fortalecer 75 mulheres que, no decorrer da Pandemia, tiveram perda de renda e trabalho na cidade de Fortaleza. O Mulheres Prronto!, realizado na região de Barreiro, em Belo Horizonte, profissionaliza mulheres para a área de elétrica predial, no setor da construção civil. Outro projeto apoiado pela Fundação Toyota do Brasil e voltado para esse público, recentemente concluído, é o Jovens Mulheres nas STEAM, realizado em parceria com o Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS). No cerne da iniciativa, a desafiadora missão de apresentar a 50 jovens mulheres, cis e trans, periféricas, negras e da rede pública de ensino do Vale do Caju, no Ceará, a metodologia STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). Os resultados foram tão positivos que em 2022 repetimos o edital, dobrando a verba destinada a cada entidade. A expectativa é que cerca de 130 mulheres possam se preparar melhor para abraçarem novas oportunidades. O projeto Chalana Esperança, a ONG Somos Ser e a Associação de Assistência Social São João Vianney foram as vencedoras desse ano e a nossa expectativa é grande.
Para um outro grupo de mulheres, formação não é o problema. Elas avançaram e são referência em seus campos de atuação. Nesse caso, apoiamos dando ainda mais visibilidade. Um exemplo é o Mulheres na Conservação, que acompanha o trabalho de pesquisadoras que atuam na linha de frente da conservação da biodiversidade brasileira. Nossa intenção é contribuir para que mais meninas escolham a ciência como carreira e possam criar outras histórias inspiradoras como essas que nós contamos. A bióloga e especialista em meio ambiente e conservação de espécies, Neiva Guedes, que preside o Projeto Arara Azul, e a bióloga marinha e especialista em oceanografia, Beatrice Padovani, que está à frente da Área de Preservação Ambiental (APA) Costa dos Corais, são algumas dessas pesquisadoras, e que também contam com nosso apoio em suas iniciativas.
Um terceiro grupo de mulheres avançou na carreira corporativa, mas ainda está pouco representada nos papeis de tomada de decisão. Para equilibrar esse jogo, é possível pensar em diversidade cognitiva, ou seja, a crença de que variedade de opinião conta para uma melhor avaliação de cenários e estratégia. Nesse sentido, a Fundação também tem repensado sua governança e seu próprio quadro de contribuição e tem, além de mim como presidente, mais duas conselheiras, e três coordenadoras, que ao lado de outros cinco colegas, pensam, repensam e atuam para que o tema de representatividade feminina seja, logo mais, um tema do passado.
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